No decorrer do encontro desta quarta-feira, que durou cerca de uma hora e meia, o presidente russo informou o chefe de Estado chinês sobre a conversa que manteve, dia 7, com o presidente dos EUA, Joseph Biden, «que considerou substantiva e útil», revelou Yuri Ushakov, assessor do Kremlin.
Neste contexto, chamou a atenção para as ameaças crescentes aos interesses russos, em virtude da expansão dos Estados Unidos e da NATO para o Leste da Europa, e referiu-se à proposta do Kremlin de iniciar negociações imediatas, com o intuito de estabelecer acordos legais vinculativos.
De acordo com a fonte, Putin e Xi defenderam que a cimeira pela democracia, organizada por Washington, foi concebida desde o início como uma forma de confrontação e que eventos do género acabam por ser contraproducentes no contexto da difícil situação internacional.
Com vista a garantir a segurança da Europa e impedir o avanço da NATO para leste, a diplomacia russa defende negociações imediatas e a celebração de acordos juridicamente vinculativos. Na sequência do encontro recentemente mantido entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Joseph Biden, o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros afirma que «o diálogo é urgentemente necessário», tendo em conta a «linha crítica» para que caminham as relações entre a Federação Russa e o Ocidente. O apelo da Ucrânia aos EUA para que enviem tropas e sistemas anti-mísseis para o país foi classificado pela Rússia como uma «provocação grosseira», que não ficará «sem retaliação». Numa reunião em Washington com o presidente da Jamestown Foundation, Glen Howard, o vice-ministro ucraniano para a Reintegração dos Territórios Não Controlados, Alexei Reznikov, abordou aquilo a que chamou a necessidade de expandir o pacote de segurança para a Ucrânia. Para esse efeito, sugeriu a instalação de meios de defesa anti-aérea dos Estados Unidos e mesmo o destacamento de unidades de tropas norte-americanas, refere a agência TASS. Reznikov defendeu que a legislação ucraniana permite o destacamento de tropas estrangeiras no país e disse estar preocupado com a alegada intenção da Rússia de colocar armas nucleares na Crimeia. Reagindo a estas «especulações» do lado ucraniano, o presidente da Comissão para os Assuntos Externos da Duma Estatal, Leonid Slutsky, recorreu à rede social Telegram para afirmar que o destacamento de sistemas norte-americanos de defesa anti-mísseis na Ucrânia poderia alterar o equilíbrio de forças na região e fora dela, informa a agência russa. O aviso do Kremlin sobre o reforço das fronteiras russas ocorre depois de Kiev se ter referido à «postura pró-activa» dos EUA no «apoio à soberania» e «restauração da integridade territorial» ucraniana. Moscovo alertou que não irá ficar de braços cruzados caso a NATO destaque tropas para a Ucrânia, um passo que «levaria a um novo aumento de tensões perto das fronteiras» e que «requererá medidas adicionais por parte da Rússia para garantir a sua segurança», afirmou esta sexta-feira à imprensa Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. Antes disto, revela a RT, o Ministério ucraniano da Defesa emitiu um comunicado sobre a conversa telefónica mantida dia 1 de Abril com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que comunicou aos ucranianos a «postura pró-activa» do seu país «no apoio à soberania e aos passos para restaurar a integridade territorial da Ucrânia». «Os EUA não deixarão a Ucrânia sozinha face à escalada da agressão da Rússia», afirmou o Ministério ucraniano da Defesa, que acusa Moscovo de anexar e ocupar a Crimeia, e de apoiar o movimento de resistência antifascista na região do Donbass, no Leste do país, onde recentemente, lembra a RT, se registaram novos episódios de violência na linha de demarcação com os territórios das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Na entrevista que a RTP1 transmitiu esta segunda-feira, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, falou dos «muitos desafios complexos» com que a Aliança Atlântica se depara, mas nada do expansionismo militarista e das guerras de rapina que promove. Quem tiver visto e ouvido, de cabo a rabo, a conversa de Stoltenberg ontem à noite na RTP terá ficado com a impressão de ter acabado de ver e ouvir o cavaleiro branco de uma «santa aliança» pronta a dar cabo dos negrumes do mundo: terrorismo, o Daesh ou chamado Estado Islâmico, as ameaças cibernéticas, a assertividade da Rússia, a proliferação de armas na Coreia do Norte, os conflitos que «existem» no Norte de África, no Médio Oriente, Iraque, Síria, Afeganistão. Conflitos que por aí «há», que por aí «surgiram», e a que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO, na sigla em inglês) tem de fazer frente. Apesar de ter passado uma boa parte da entrevista a falar da Rússia, no início o secretário-geral da NATO rejeitou a ideia de que a Aliança Atlântica esteja a «enfatizar a tensão com a Rússia na Europa de Leste», sublinhando que «a maior operação militar de sempre» da NATO decorre no Afeganistão. Não fez, no entanto, qualquer menção ao histórico, mais recente ou afastado, do intervencionismo dos «aliados da NATO» no país da Ásia Central. Também não se esperava que falasse de Reagan e talibans. Referindo-se à acção global da Aliança Atlântica, disse que esta integra «a coligação global para derrotar o Daesh» e que a NATO «fez muitos progressos nessa coligação, derrotando o Daesh no Iraque e na Síria». Mais à frente, não se quis comprometer em excesso, afirmando que a NATO não está no terreno no Norte da Síria: «Apoiamos a coligação com aviões-radar, mas não estamos no terreno», disse. «Também não se esperava que falasse de Reagan e talibans.» Nem «ai», nem «ui» sobre o facto de a coligação internacional que opera na Síria o fazer sem autorização do governo de Damasco e sem um mandato das Nações Unidas. E, aqui, também não houve menção ao esforço da Rússia – ao lado de Damasco. «A Nato está preparada para defender qualquer aliado, contra qualquer ameaça, é essa a mensagem principal, o ideal principal da NATO», disse, salientando que «a razão pela qual a NATO é forte e unida não é para provocar um conflito, mas sim para evitar um conflito». Percebe-se o ultraje sentido por quem olha para o mundo e vê as guerras de agressão e saque do capitalismo, as operações de desestabilização fomentadas pelos Estados Unidos da América no pátio traseiro global – as de agora e outras mais –, tendo a NATO por braço armado. O ex-primeiro-ministro norueguês trouxe ainda à tona a ideia da «paz na Europa durante quase 70 anos, um dos mais longos períodos de paz durante séculos na Europa», sem lhe ocorrer a menção da destruição da Jugoslávia e do golpe de 2014 na Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), com a guerra subsequente no Donbass, onde a população rejeitou a ameaça fascista e se ergueu em armas. Sobre a Rússia, Jens Stoltenberg afirmou que «é possível combinar defesa, dissuasão e diálogo». Ou seja, deu sequência ao discurso do vizinho maléfico que acossa a Europa em paz com os seus bandos de hackers e as suas campanhas de propaganda e desinformação. O secretário-geral da NATO disse mesmo que a Rússia está «mais assertiva». Tão marota que até usa «ferramentas diferentes» e, por isso, a impoluta NATO «está a responder com o reforço das ciberdefesas». A UE também já se precaveu. «Parceria estratégica» com a Rússia é coisa que não existe – não por falta de tentativa da NATO, frisou, mas porque Moscovo «decidiu tentar reestabelecer esferas de influência e, de certa forma, controlar os seus vizinhos, como vimos na Geórgia, Moldávia e na Ucrânia». E isto é algo que a NATO, tutelada pelos Estados Unidos da América, carregada de arsenais em prol da paz no mundo e a cavalgar há anos sobre os despojos da União Soviética e amigos, não pode tolerar. Assim, a NATO vai procurar uma forma de dizer que «são firmes», que «são fortes», mas tentando reduzir a tensão, para evitar um conflito e manter um diálogo, disse Stoltenberg. Já a Rússia não tem nada de se preocupar com o facto de estar rodeada por países que se tornaram membros da NATO, pois foi uma decisão de «nações soberanas e independentes». E, se preocupações tem quanto à existência de uma Frente Leste da Aliança Atlântica, a culpa é sua, «consequência directa das [suas] acções agressivas contra a Ucrânia», justificou Stoltenberg, aludindo à situação no Donbass, no Leste da Ucrânia, e à reintegração da Crimeia na Federação Russa. O secretário-geral da NATO insiste que a integridade territorial e a soberania da Ucrânia foram violadas na Crimeia e no Donbass, por forças apoiadas pela Rússia e com apoio militar russo, mas, como se estivesse num universos paralelo, não fez uma alusão, ao golpe de 2014 em Kiev, ao fascismo na Ucrânia – ou na Polónia ou na Letónia. Nem se referiu como, em Julho do ano passado, a NATO promoveu os Irmãos da Floresta, que lutaram «contra o Exército Vermelho pelas suas pátrias», no Báltico, e que integravam muitos membros das SS nazis ou colaboradores com as forças nazis invasoras. O secretário-geral da NATO afirmou que os EUA têm mostrado que «estão empenhados nos laços transatlânticos», acrescentando que Washington está mesmo a aumentar a presença militar no continente europeu, depois de anos de declínio. «É um compromisso que vemos não são só em palavras, mas também em factos», frisou Stoltenberg. Não abordando a questão do aprofundamento da militarização da UE, a criação da chamada cooperação estruturada permanente (CEP) e a complementaridade – que já defendeu noutros momentos – entre aquilo a que chama Defesa Europeia e a NATO, o responsável da Aliança Atlântica sempre se referiu à necessidade de cooperar em matéria de defesa na UE para «resolver a fragmentação da indústria de defesa europeia». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Peskov, por seu lado, sublinhou que a percepção da Rússia como inimigo e adversário é «deslocada» e «inadmissível», uma vez que Moscovo «não ameaça ninguém e nunca o tinha feito», baseando toda a sua política neste principio, informa o portal russo. Na quinta-feira, em resposta a alertas do lado ucraniano sobre movimentações de tropas russas junto à fronteira, Peskov já tinha afirmado que a transferência de tropas dentro da Federação Russa não devia preocupar ninguém, nem constitui uma ameaça para ninguém, revelou a TASS. O funcionário do Kremlin reafirmou que «as tropas russas nunca participaram, nem estão a participar agora em conflitos armados em solo ucraniano», acrescentando, citado pela mesma fonte, que «nem a Rússia, nem os países europeus, nem outros países do mundo gostariam de ver a guerra civil na Ucrânia incendiar-se outra vez como resultado das provocações e dos passos provocadores dos militares ucranianos». No Donbass, região do Leste da Ucrânia de maioria russa, onde as populações se insurgiram contra o golpe de Estado fascista de Maidan que depôs Viktor Yanukovich, em 2014, patrocinado pela União Europeia e os Estados Unidos, e onde foram autoproclamadas as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, a situação agudizou-se no passado dia 26 de Março, segundo a RT, com a morte de quatro soldados das Forças Armadas ucranianas, perto da localidade de Shumy, embora outras fontes assinalem, já há algum tempo, a violação repetida do cessar-fogo por parte das tropas ucranianas. O novo governo, imposto sem eleições, permitiu que grupos paramilitares fascistas dessem rédeas ao ódio anti-russo e anti-comunista. Milhares de mulheres e homens deram corpo à resistência. Quando se cumpriam quatro anos da rebelião antifascista que se espalhou como pólvora por todo o leste da Ucrânia, atravessei a fronteira através da Rússia num autocarro onde viajavam meia centena de antifascistas de vários países. Respondendo ao apelo do grupo musical italiano Banda Bassotti, que tocou duas vezes em Portugal na Festa do «Avante!», percorreram durante uma semana os territórios em resistência visitando orfanatos, hospitais, fábricas, sindicatos e autarquias. No primeiro dia, entre Rostov-sobre-o-Don, cidade russa no Norte do Cáucaso, e a fronteira com a auto-proclamada República Popular de Lugansk (RPL), atravessámos cerca de uma centena de quilómetros de estepe. Enquanto viajávamos por terras de cossacos, Mitya Dezhnev explicava-me como teve de fugir da sua terra para a Rússia e de como não podíamos deixar esquecer os comunistas que todavia resistiam na Ucrânia controlada por Kiev. «Queres ouvir uma canção que era muito popular no tempo da União Soviética?», perguntou-me em inglês antes de começar num quase perfeito português a cantar o «Avante, camarada!». Foi em 2014, uma semana depois do massacre que vitimou cerca de meia centena de pessoas em Odessa, na Ucrânia, que as populações do leste do país se insurgiram contra o golpe de Estado patrocinado pela União Europeia e pelos Estados Unidos que depôs Viktor Yanukovich. O novo governo, imposto sem eleições, permitiu que grupos paramilitares fascistas dessem rédeas ao ódio anti-russo e anti-comunista. Sem qualquer protecção e ante a ofensiva fascista, milhares de mulheres e homens concentraram-se nas principais praças das localidades insurrectas e deram corpo à resistência. Primeiro, tomaram as instituições e desarmaram as forças de segurança e, depois, organizaram-se militarmente constituindo milícias antifascistas. Nessa semana, as principais regiões da industrial Bacia do rio Don, conhecida como Donbass, declararam a independência e constituíram-se em dois países: a República Popular de Donetsk (RPD) e a RPL. Depois de pesados bombardeamentos que vitimaram milhares de pessoas, o apoio militar russo foi decisivo para evitar a barbárie e a conquista destes territórios por Kiev. O cessar-fogo que formalmente se mantém é desmentido na prática pelos sucessivos confrontos na linha da frente. As sucessivas provocações patrocinadas pela NATO continuam a causar vítimas entre os civis que moram em localidades ao alcance da artilharia ucraniana. Empurrados, primeiro pelas perseguições e depois pela guerra, dezenas de milhares de ucranianos continuam exilados na Rússia ou nas zonas sob controlo das forças democráticas. Neli Zadiraka foi outra das pessoas que conheci nessa condição. É uma das deputadas da sede do poder legislativo da RPL, o Conselho Popular de Lugansk. Foi obrigada a abandonar a sua casa em Rubezhnoe, território da região ocupado pela Ucrânia. Foi ela que, em 2014, leu a declaração de independência da RPL e, por essa razão, é considerada terrorista pelo governo ucraniano. Neli apontou para a estrela vermelha do brasão da jovem república e explicou-me que se inspira nos símbolos e valores da União Soviética. Esse foi, aliás, um elemento presente em toda a viagem. Para além da preservação e do respeito pelos monumentos e símbolos, a presença da foice e do martelo é constante. Em conversa com vários habitantes de Lugansk e Donetsk, a chegada do fascismo ao poder na Ucrânia veio reforçar as convicções políticas dos cidadãos de ambas as repúblicas. Mas não é algo recente. Em 2012, nas últimas eleições antes do golpe fascista, o Partido Comunista da Ucrânia conquistou 13,2% dos votos em todo o país. Em Kiev, obteve somente 7,23% e no ocidente houve regiões em que aquele partido não superou os 2%. Mas no oriente, sobretudo, nas regiões de Donbass, os valores oscilaram entre os 18% de Odessa e os 29,46% de Sebastopol, na Crimeia. Em Donetsk, os comunistas chegaram aos 18,85% e, em Lugansk, atingiram os 25,14% dos votos. Em Makeeva, cidade vizinha de Donetsk, a organização local do Partido Comunista da RPD organizou uma iniciativa cultural que envolveu centenas de pessoas para receber gente de tantos países, numa cerimónia em que se entregaram os cartões a dois combatentes especiais. Um miliciano vindo do Texas e outro da Colômbia que escolheram atravessar o mundo para abraçar a causa antifascista ao lado dos soldados desta região. O colombiano decidiu baptizar-se com o nome de guerra Alfonso Cano em homenagem ao comandante histórico das FARC e contou-me que decidiu voluntarizar-se para combater o fascismo em Donbass como parte das suas convicções políticas. São muitos os combatentes internacionalistas que participam nos exércitos das duas repúblicas. Na companhia de Boris Litvinov, Primeiro Secretário do Partido Comunista da RPD, que foi, aliás, o primeiro a encabeçar o Soviete Supremo da RPD, o novo órgão legislativo daquele país, conhecemos um dos corações industriais da Europa. Antes de chegarmos a uma das mais importantes minas de carvão da Europa, erguia-se um muro escrito recentemente com spray: «Somos cidadãos da União Soviética». Em 2013, antes do golpe, a Ucrânia produzia 84,8 milhões de toneladas. Três anos depois, esses números baixaram para menos de metade: 41,8. O objectivo do imperialismo, quando interveio na Ucrânia, não foi apenas levar mais longe as fronteiras da NATO, violando uma vez mais os compromissos assumidos com os últimos dirigentes soviéticos. Foi também controlar um país com importantes recursos, sobretudo na região que agora resiste ao avanço das forças apoiadas pelos Estados Unidos e União Europeia. Nas últimas semanas, a guerra intensificou-se e muitas das pessoas com que conversei admitem que o governo de Kiev pode estar a preparar uma provocação a larga escala durante o Campeonato Mundial de Futebol. Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, acaba de ser recebido em Espanha por Pedro Sánchez, novo chefe do governo, e falava abertamente ao diário El País do falso assassinato do jornalista Arkadi Babchenko como uma técnica necessária para proteger os dissidentes. Sem qualquer vergonha, acrescentou que há uma campanha russa de notícias falsas para destabilizar o mundo. É este o carácter de um governante que anunciava meses depois do golpe que faria tudo para que as crianças da Ucrânia pudessem ir à escola e para que as de Donbass ficassem fechadas em caves. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelas mortes, o governo da Ucrânia responsabilizou «forças de ocupação russas», referindo-se, segundo a RT, a efectivos da República Popular de Donetsk, cujos representantes negaram qualquer ligação ao facto e, posteriormente, declararam que os militares ucranianos morreram por terem pisado um explosivo durante uma inspecção a campos minados. A este propósito, Peskov disse que «não tentava fazer passar os desejos por realidade». «Para nossa desgraça, a realidade na linha de contacto é bastante aterradora, têm lugar provocações por parte das Forças Armadas da Ucrânia, e não são casos isolados, mas múltiplos», afirmou. No que respeita à Crimeia, o governo russo considera a sua integração no país um facto consumado e inteiramente legítimo. A Ucrânia nunca reconheceu os resultados do referendo realizado em Março de 2014, pouco depois do golpe de Estado em Kiev, em que a maioria esmagadora da população do território se pronunciou a favor da reintegração na Rússia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O responsável russo classificou o pedido de Reznikov como «uma provocação grosseira» e sublinhou que a presença dos sistemas de defesa aérea dos EUA «perto das fronteiras com a Rússia irá sem dúvida merecer uma resposta da parte de Moscovo». «As tensões vão simplesmente aumentar», alertou Slutsky. «É lamentável que as leis da Ucrânia permitam privá-la do que ainda resta da sua soberania e aos seus cidadãos de uma oportunidade para viver em segurança. Os políticos ucranianos estão dispostos a sacrificar tudo isto para prolongar a sua participação no projecto anti-Rússia», afirmou o funcionário russo. As relações entre Kiev e Moscovo deterioraram-se bastante na sequência do golpe fascista de Maidan, em Fevereiro de 2014, com a Ucrânia a assumir um posicionamento consistente pró-NATO, UE e EUA e anti-russo, a acusar a Rússia de envolvimento na guerra antifascista na região do Donbass e a reclamar a recuperação da Crimeia, depois de os habitantes do território terem votado num referendo esmagadoramente a favor da reintegração na Rússia, em Março de 2014. A Ucrânia tem acolhido no seu território, de forma recorrente, manobras militares organizadas pelos países da NATO, tanto em terra como no Mar Negro. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Aumentar o confronto com o nosso país é absolutamente inaceitável», afirma o governo russo num comunicado emitido dia 10, onde defende a adopção de um acordo juridicamente vinculativo que garanta que a Organização do Tratado do Atlântico Norte não avança mais para leste ou instala armamento de ataque nos países que fazem fronteira com a Rússia. Também insiste em receber uma resposta da NATO a propostas previamente formuladas com vista à diminuição das tensões na Europa, nomeadamente sobre a realização de exercícios operacionais a uma distância acordada da linha de contacto Rússia-NATO; a coordenação da aproximação de navios e aviões de combate, para prevenir actividades militares perigosas, sobretudo nas regiões do Báltico e do Mar Negro; a renovação do diálogo regular entre os ministérios da Defesa nos formatos Rússia-EUA e Rússia-NATO. Sobre a conversa telefónica mantida esta segunda-feira entre Vladimir Putin e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, o gabinete de imprensa do Kremlin refere que a Rússia expôs a necessidade urgente de negociações, que devem ter início «imediato», para estabelecer acordos internacionais que impeçam qualquer expansão adicional do bloco militar. No decorrer da conversa, Johnson manifestou preocupação com um «alegado movimento de tropas russas em larga escala junto à fronteira com a Ucrânia», a que o chefe de Estado russo respondeu com a sua visão da situação actual no país vizinho, de acordo com a nota do Kremlin, a que a RT faz referência. O aviso do Kremlin sobre o reforço das fronteiras russas ocorre depois de Kiev se ter referido à «postura pró-activa» dos EUA no «apoio à soberania» e «restauração da integridade territorial» ucraniana. Moscovo alertou que não irá ficar de braços cruzados caso a NATO destaque tropas para a Ucrânia, um passo que «levaria a um novo aumento de tensões perto das fronteiras» e que «requererá medidas adicionais por parte da Rússia para garantir a sua segurança», afirmou esta sexta-feira à imprensa Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. Antes disto, revela a RT, o Ministério ucraniano da Defesa emitiu um comunicado sobre a conversa telefónica mantida dia 1 de Abril com o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que comunicou aos ucranianos a «postura pró-activa» do seu país «no apoio à soberania e aos passos para restaurar a integridade territorial da Ucrânia». «Os EUA não deixarão a Ucrânia sozinha face à escalada da agressão da Rússia», afirmou o Ministério ucraniano da Defesa, que acusa Moscovo de anexar e ocupar a Crimeia, e de apoiar o movimento de resistência antifascista na região do Donbass, no Leste do país, onde recentemente, lembra a RT, se registaram novos episódios de violência na linha de demarcação com os territórios das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Na entrevista que a RTP1 transmitiu esta segunda-feira, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, falou dos «muitos desafios complexos» com que a Aliança Atlântica se depara, mas nada do expansionismo militarista e das guerras de rapina que promove. Quem tiver visto e ouvido, de cabo a rabo, a conversa de Stoltenberg ontem à noite na RTP terá ficado com a impressão de ter acabado de ver e ouvir o cavaleiro branco de uma «santa aliança» pronta a dar cabo dos negrumes do mundo: terrorismo, o Daesh ou chamado Estado Islâmico, as ameaças cibernéticas, a assertividade da Rússia, a proliferação de armas na Coreia do Norte, os conflitos que «existem» no Norte de África, no Médio Oriente, Iraque, Síria, Afeganistão. Conflitos que por aí «há», que por aí «surgiram», e a que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN ou NATO, na sigla em inglês) tem de fazer frente. Apesar de ter passado uma boa parte da entrevista a falar da Rússia, no início o secretário-geral da NATO rejeitou a ideia de que a Aliança Atlântica esteja a «enfatizar a tensão com a Rússia na Europa de Leste», sublinhando que «a maior operação militar de sempre» da NATO decorre no Afeganistão. Não fez, no entanto, qualquer menção ao histórico, mais recente ou afastado, do intervencionismo dos «aliados da NATO» no país da Ásia Central. Também não se esperava que falasse de Reagan e talibans. Referindo-se à acção global da Aliança Atlântica, disse que esta integra «a coligação global para derrotar o Daesh» e que a NATO «fez muitos progressos nessa coligação, derrotando o Daesh no Iraque e na Síria». Mais à frente, não se quis comprometer em excesso, afirmando que a NATO não está no terreno no Norte da Síria: «Apoiamos a coligação com aviões-radar, mas não estamos no terreno», disse. «Também não se esperava que falasse de Reagan e talibans.» Nem «ai», nem «ui» sobre o facto de a coligação internacional que opera na Síria o fazer sem autorização do governo de Damasco e sem um mandato das Nações Unidas. E, aqui, também não houve menção ao esforço da Rússia – ao lado de Damasco. «A Nato está preparada para defender qualquer aliado, contra qualquer ameaça, é essa a mensagem principal, o ideal principal da NATO», disse, salientando que «a razão pela qual a NATO é forte e unida não é para provocar um conflito, mas sim para evitar um conflito». Percebe-se o ultraje sentido por quem olha para o mundo e vê as guerras de agressão e saque do capitalismo, as operações de desestabilização fomentadas pelos Estados Unidos da América no pátio traseiro global – as de agora e outras mais –, tendo a NATO por braço armado. O ex-primeiro-ministro norueguês trouxe ainda à tona a ideia da «paz na Europa durante quase 70 anos, um dos mais longos períodos de paz durante séculos na Europa», sem lhe ocorrer a menção da destruição da Jugoslávia e do golpe de 2014 na Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia (UE), com a guerra subsequente no Donbass, onde a população rejeitou a ameaça fascista e se ergueu em armas. Sobre a Rússia, Jens Stoltenberg afirmou que «é possível combinar defesa, dissuasão e diálogo». Ou seja, deu sequência ao discurso do vizinho maléfico que acossa a Europa em paz com os seus bandos de hackers e as suas campanhas de propaganda e desinformação. O secretário-geral da NATO disse mesmo que a Rússia está «mais assertiva». Tão marota que até usa «ferramentas diferentes» e, por isso, a impoluta NATO «está a responder com o reforço das ciberdefesas». A UE também já se precaveu. «Parceria estratégica» com a Rússia é coisa que não existe – não por falta de tentativa da NATO, frisou, mas porque Moscovo «decidiu tentar reestabelecer esferas de influência e, de certa forma, controlar os seus vizinhos, como vimos na Geórgia, Moldávia e na Ucrânia». E isto é algo que a NATO, tutelada pelos Estados Unidos da América, carregada de arsenais em prol da paz no mundo e a cavalgar há anos sobre os despojos da União Soviética e amigos, não pode tolerar. Assim, a NATO vai procurar uma forma de dizer que «são firmes», que «são fortes», mas tentando reduzir a tensão, para evitar um conflito e manter um diálogo, disse Stoltenberg. Já a Rússia não tem nada de se preocupar com o facto de estar rodeada por países que se tornaram membros da NATO, pois foi uma decisão de «nações soberanas e independentes». E, se preocupações tem quanto à existência de uma Frente Leste da Aliança Atlântica, a culpa é sua, «consequência directa das [suas] acções agressivas contra a Ucrânia», justificou Stoltenberg, aludindo à situação no Donbass, no Leste da Ucrânia, e à reintegração da Crimeia na Federação Russa. O secretário-geral da NATO insiste que a integridade territorial e a soberania da Ucrânia foram violadas na Crimeia e no Donbass, por forças apoiadas pela Rússia e com apoio militar russo, mas, como se estivesse num universos paralelo, não fez uma alusão, ao golpe de 2014 em Kiev, ao fascismo na Ucrânia – ou na Polónia ou na Letónia. Nem se referiu como, em Julho do ano passado, a NATO promoveu os Irmãos da Floresta, que lutaram «contra o Exército Vermelho pelas suas pátrias», no Báltico, e que integravam muitos membros das SS nazis ou colaboradores com as forças nazis invasoras. O secretário-geral da NATO afirmou que os EUA têm mostrado que «estão empenhados nos laços transatlânticos», acrescentando que Washington está mesmo a aumentar a presença militar no continente europeu, depois de anos de declínio. «É um compromisso que vemos não são só em palavras, mas também em factos», frisou Stoltenberg. Não abordando a questão do aprofundamento da militarização da UE, a criação da chamada cooperação estruturada permanente (CEP) e a complementaridade – que já defendeu noutros momentos – entre aquilo a que chama Defesa Europeia e a NATO, o responsável da Aliança Atlântica sempre se referiu à necessidade de cooperar em matéria de defesa na UE para «resolver a fragmentação da indústria de defesa europeia». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Peskov, por seu lado, sublinhou que a percepção da Rússia como inimigo e adversário é «deslocada» e «inadmissível», uma vez que Moscovo «não ameaça ninguém e nunca o tinha feito», baseando toda a sua política neste principio, informa o portal russo. Na quinta-feira, em resposta a alertas do lado ucraniano sobre movimentações de tropas russas junto à fronteira, Peskov já tinha afirmado que a transferência de tropas dentro da Federação Russa não devia preocupar ninguém, nem constitui uma ameaça para ninguém, revelou a TASS. O funcionário do Kremlin reafirmou que «as tropas russas nunca participaram, nem estão a participar agora em conflitos armados em solo ucraniano», acrescentando, citado pela mesma fonte, que «nem a Rússia, nem os países europeus, nem outros países do mundo gostariam de ver a guerra civil na Ucrânia incendiar-se outra vez como resultado das provocações e dos passos provocadores dos militares ucranianos». No Donbass, região do Leste da Ucrânia de maioria russa, onde as populações se insurgiram contra o golpe de Estado fascista de Maidan que depôs Viktor Yanukovich, em 2014, patrocinado pela União Europeia e os Estados Unidos, e onde foram autoproclamadas as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, a situação agudizou-se no passado dia 26 de Março, segundo a RT, com a morte de quatro soldados das Forças Armadas ucranianas, perto da localidade de Shumy, embora outras fontes assinalem, já há algum tempo, a violação repetida do cessar-fogo por parte das tropas ucranianas. O novo governo, imposto sem eleições, permitiu que grupos paramilitares fascistas dessem rédeas ao ódio anti-russo e anti-comunista. Milhares de mulheres e homens deram corpo à resistência. Quando se cumpriam quatro anos da rebelião antifascista que se espalhou como pólvora por todo o leste da Ucrânia, atravessei a fronteira através da Rússia num autocarro onde viajavam meia centena de antifascistas de vários países. Respondendo ao apelo do grupo musical italiano Banda Bassotti, que tocou duas vezes em Portugal na Festa do «Avante!», percorreram durante uma semana os territórios em resistência visitando orfanatos, hospitais, fábricas, sindicatos e autarquias. No primeiro dia, entre Rostov-sobre-o-Don, cidade russa no Norte do Cáucaso, e a fronteira com a auto-proclamada República Popular de Lugansk (RPL), atravessámos cerca de uma centena de quilómetros de estepe. Enquanto viajávamos por terras de cossacos, Mitya Dezhnev explicava-me como teve de fugir da sua terra para a Rússia e de como não podíamos deixar esquecer os comunistas que todavia resistiam na Ucrânia controlada por Kiev. «Queres ouvir uma canção que era muito popular no tempo da União Soviética?», perguntou-me em inglês antes de começar num quase perfeito português a cantar o «Avante, camarada!». Foi em 2014, uma semana depois do massacre que vitimou cerca de meia centena de pessoas em Odessa, na Ucrânia, que as populações do leste do país se insurgiram contra o golpe de Estado patrocinado pela União Europeia e pelos Estados Unidos que depôs Viktor Yanukovich. O novo governo, imposto sem eleições, permitiu que grupos paramilitares fascistas dessem rédeas ao ódio anti-russo e anti-comunista. Sem qualquer protecção e ante a ofensiva fascista, milhares de mulheres e homens concentraram-se nas principais praças das localidades insurrectas e deram corpo à resistência. Primeiro, tomaram as instituições e desarmaram as forças de segurança e, depois, organizaram-se militarmente constituindo milícias antifascistas. Nessa semana, as principais regiões da industrial Bacia do rio Don, conhecida como Donbass, declararam a independência e constituíram-se em dois países: a República Popular de Donetsk (RPD) e a RPL. Depois de pesados bombardeamentos que vitimaram milhares de pessoas, o apoio militar russo foi decisivo para evitar a barbárie e a conquista destes territórios por Kiev. O cessar-fogo que formalmente se mantém é desmentido na prática pelos sucessivos confrontos na linha da frente. As sucessivas provocações patrocinadas pela NATO continuam a causar vítimas entre os civis que moram em localidades ao alcance da artilharia ucraniana. Empurrados, primeiro pelas perseguições e depois pela guerra, dezenas de milhares de ucranianos continuam exilados na Rússia ou nas zonas sob controlo das forças democráticas. Neli Zadiraka foi outra das pessoas que conheci nessa condição. É uma das deputadas da sede do poder legislativo da RPL, o Conselho Popular de Lugansk. Foi obrigada a abandonar a sua casa em Rubezhnoe, território da região ocupado pela Ucrânia. Foi ela que, em 2014, leu a declaração de independência da RPL e, por essa razão, é considerada terrorista pelo governo ucraniano. Neli apontou para a estrela vermelha do brasão da jovem república e explicou-me que se inspira nos símbolos e valores da União Soviética. Esse foi, aliás, um elemento presente em toda a viagem. Para além da preservação e do respeito pelos monumentos e símbolos, a presença da foice e do martelo é constante. Em conversa com vários habitantes de Lugansk e Donetsk, a chegada do fascismo ao poder na Ucrânia veio reforçar as convicções políticas dos cidadãos de ambas as repúblicas. Mas não é algo recente. Em 2012, nas últimas eleições antes do golpe fascista, o Partido Comunista da Ucrânia conquistou 13,2% dos votos em todo o país. Em Kiev, obteve somente 7,23% e no ocidente houve regiões em que aquele partido não superou os 2%. Mas no oriente, sobretudo, nas regiões de Donbass, os valores oscilaram entre os 18% de Odessa e os 29,46% de Sebastopol, na Crimeia. Em Donetsk, os comunistas chegaram aos 18,85% e, em Lugansk, atingiram os 25,14% dos votos. Em Makeeva, cidade vizinha de Donetsk, a organização local do Partido Comunista da RPD organizou uma iniciativa cultural que envolveu centenas de pessoas para receber gente de tantos países, numa cerimónia em que se entregaram os cartões a dois combatentes especiais. Um miliciano vindo do Texas e outro da Colômbia que escolheram atravessar o mundo para abraçar a causa antifascista ao lado dos soldados desta região. O colombiano decidiu baptizar-se com o nome de guerra Alfonso Cano em homenagem ao comandante histórico das FARC e contou-me que decidiu voluntarizar-se para combater o fascismo em Donbass como parte das suas convicções políticas. São muitos os combatentes internacionalistas que participam nos exércitos das duas repúblicas. Na companhia de Boris Litvinov, Primeiro Secretário do Partido Comunista da RPD, que foi, aliás, o primeiro a encabeçar o Soviete Supremo da RPD, o novo órgão legislativo daquele país, conhecemos um dos corações industriais da Europa. Antes de chegarmos a uma das mais importantes minas de carvão da Europa, erguia-se um muro escrito recentemente com spray: «Somos cidadãos da União Soviética». Em 2013, antes do golpe, a Ucrânia produzia 84,8 milhões de toneladas. Três anos depois, esses números baixaram para menos de metade: 41,8. O objectivo do imperialismo, quando interveio na Ucrânia, não foi apenas levar mais longe as fronteiras da NATO, violando uma vez mais os compromissos assumidos com os últimos dirigentes soviéticos. Foi também controlar um país com importantes recursos, sobretudo na região que agora resiste ao avanço das forças apoiadas pelos Estados Unidos e União Europeia. Nas últimas semanas, a guerra intensificou-se e muitas das pessoas com que conversei admitem que o governo de Kiev pode estar a preparar uma provocação a larga escala durante o Campeonato Mundial de Futebol. Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, acaba de ser recebido em Espanha por Pedro Sánchez, novo chefe do governo, e falava abertamente ao diário El País do falso assassinato do jornalista Arkadi Babchenko como uma técnica necessária para proteger os dissidentes. Sem qualquer vergonha, acrescentou que há uma campanha russa de notícias falsas para destabilizar o mundo. É este o carácter de um governante que anunciava meses depois do golpe que faria tudo para que as crianças da Ucrânia pudessem ir à escola e para que as de Donbass ficassem fechadas em caves. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Pelas mortes, o governo da Ucrânia responsabilizou «forças de ocupação russas», referindo-se, segundo a RT, a efectivos da República Popular de Donetsk, cujos representantes negaram qualquer ligação ao facto e, posteriormente, declararam que os militares ucranianos morreram por terem pisado um explosivo durante uma inspecção a campos minados. A este propósito, Peskov disse que «não tentava fazer passar os desejos por realidade». «Para nossa desgraça, a realidade na linha de contacto é bastante aterradora, têm lugar provocações por parte das Forças Armadas da Ucrânia, e não são casos isolados, mas múltiplos», afirmou. No que respeita à Crimeia, o governo russo considera a sua integração no país um facto consumado e inteiramente legítimo. A Ucrânia nunca reconheceu os resultados do referendo realizado em Março de 2014, pouco depois do golpe de Estado em Kiev, em que a maioria esmagadora da população do território se pronunciou a favor da reintegração na Rússia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Putin deu exemplos concretos de decisões tomadas por Kiev com o objectivo de desmantelar os acordos de Minsk, com vista a encontrar uma solução para o conflito no Leste da Ucrânia, e acusou as autoridades de Kiev de estarem a agravar a situação no Donbass, recorrendo a armamento pesado e drones de ataque, e de discriminarem a população russo-falante no país. O Kremlin acusa também o Ocidente de estar a utilizar como pretexto a situação na Ucrânia, um país onde «se empenhou no incentivo à russofobia e em justificar as acções do regime de Kiev para minar os acordos de Minsk [de 2015] e se preparar para um cenário militar no Donbass». «Os países da NATO estão a empurrar Kiev para medidas agressivas. A militarização do território da Ucrânia e o fornecimento de armas estão em curso», lê-se na nota emitida dia 10, na qual a Rússia advoga que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) não deve estar à margem das discussões que dizem respeito à segurança no continente. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
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«A realidade na linha de contacto é bastante aterradora»
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Negociações devem começar «imediatamente»
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Os dois presidentes discutiram detalhadamente a actividade de Washington na região Ásia-Pacífico, tendo avaliado de forma negativa a criação das alianças Aukus (integrada por Austrália, EUA e Reino Unido) e Quad (Austrália, Índia, EUA e Japão), declarou Ushakov.
De acordo com o funcionário, ambos sublinharam a necessidade de intensificar os esforços com vista à criação de uma infra-estrutura financeira independente que facilite as operações comerciais entre os dois países.
Da mesma forma, defenderam o aumento da participação das moedas dos respectivos estados nos pagamentos mútuos e uma maior cooperação.
Maior cooperação e coordenação mais estreita
No encontro, refere a agência Prensa Latina, o presidente da China, Xi Jinping, considerou necessário unir forças contra a tentativa de alguns países de se imiscuírem nos assuntos internos de outros e, inclusive, de violar normas internacionais, sob o pretexto da democracia e dos direitos humanos.
Xi defendeu que ambos os países devem aproveitar o peso que possuem em espaços como a Organização das Nações Unidas, o grupo dos Brics ou a Organização de Cooperação de Xangai para erguer a voz a favor da governação global e da busca de soluções práticas para questões que afectam o mundo (como ambiente, saúde ou conflitos).
Na mesma linha, o chefe de Estado chinês defendeu que Pequim e Moscovo devem cerrar fileiras contra as atitudes hegemónicas, a mentalidade da Guerra Fria e o unilateralismo.
Rússia e China decidiram prorrogar o Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, assinado há 20 anos, revelou um comunicado conjunto emitido esta segunda-feira. A decisão foi oficializada no encontro por videoconferência que o presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, mantiveram ontem, três dias antes do centenário do Partido Comunista da China. Louvando o 20.º aniversário da assinatura do tratado, que em breve será cumprido (16 de Julho), Xi disse em Pequim que o tratado estabeleceu um conceito de amizade duradoura que responde aos interesses fundamentais de ambos os países. Defendeu que está em linha com as tendências da época, de busca da paz e do desenvolvimento, sendo também um exemplo vivo de construção de um novo tipo de relações internacionais, refere a agência Xinhua. O acordo de cooperação recentemente firmado entre Irão e China constitui, segundo o presidente do Parlamento iraniano, um sério aviso de que as relações internacionais não avançam a favor dos EUA. «A assinatura do acordo integral de cooperação entre Irão e China é um alerta importante para que os Estados Unidos entendam que as relações internacionais estão a avançar depressa em seu detrimento e que [os EUA] já não estão em posição de impor unilateralmente um modelo, plano ou acordo a países independentes», disse este domingo Mohammad Baqer Qalibaf, presidente do Parlamento iraniano, numa sessão aberta da instituição. O acordo é, em seu entender, um «passo estratégico», uma vez que diz ao mundo que as questões globais não se restringem ao Ocidente e que o «próximo século pertence à Ásia», informa a PressTV. Três meses depois de abandonar o acordo nuclear com o Irão, o presidente norte-americano repôs as sanções levantadas há três anos, por entre ameaças e a declaração de que está «a pedir a paz mundial». Na sua conta de Twitter, Donald Trump, classificou esta terça-feira as sanções ontem repostas ao Irão como «as mais dolorosas alguma vez impostas», avisando que em Novembro elas passam para «outro nível». «Quem quer que faça negócios com o Irão não fará negócios com os Estados Unidos. Estou a pedir a paz mundial, nada menos!», escreveu ainda o chefe de Estado a propósito das restrições que haviam sido levantadas pelos EUA na sequência da assinatura do acordo nuclear de 2015 e que entraram em vigor novamente. As sanções afectam sobretudo as exportações do sector automóvel e o comércio de ouro e de outros metais preciosos do país persa. Para além disso, as empresas norte-americanas deixam de ser autorizadas a importar tapetes e alimentos do Irão, segundo referem a Prensa Latina e a HispanTV. Já depois de concretizada a saída dos EUA, no dia 8 de Maio, do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que foi subscrito em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha), o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deixou clara a abordagem do seu país relativamente ao Irão: aumentar a pressão financeira e impor-lhe as «sanções mais fortes de sempre», caso Teerão se recuse a aceitar as exigências feitas ao nível da sua política interna e externa. De acordo com Pompeo, Teerão terá de abandonar a título definitivo qualquer programa relacionado com actividade nuclear, renegociando o acordo como Washington entende, e terá de alterar a política externa regional, na medida em que os EUA – e o seu amigo Israel – considera o Irão uma amaeaça aos seus interesses no Médio Oriente. Nos termos do acordo firmado em Julho de 2015, o Irão pode desenvolver o seu projecto nuclear com fins pacíficos e enriquecer urânio até 3,67%, sendo o excedente enviado para a Rússia. Em pelo menos dez ocasiões, especialistas da Organização Internacional de Energia Atómica confirmaram que Teerão respeita o que está estipulado no acordo. No entanto, Donald Trump ameaçou sair do acordo praticamente desde que chegou à Casa Branca, considerando que subscrever o JCPOA foi «o pior que os EUA podiam ter feito». Em declarações transmitidas pela TV iraniana, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, sublinhou o apoio da China e da Rússia face à reposição de sanções por parte dos EUA. A China, um dos signatários do acordo, tornou-se o maior parceiro comercial do Irão, enquanto a Rússia reafirmou os compromissos que tem com o país, disse Rouhani, que considera que o diálogo com Washington não tem sentido enquanto as sanções forem aplicadas. Entretanto, a União Europeia (UE) anunciou ontem a entrada em vigor de nova legislação para proteger as empresas europeias no Irão, de modo a diminuir o efeito das sanções norte-americanas contra o país. Num comunicado conjunto, a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, e os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, da França e da Alemanha afirmaram estar «determinados a proteger os operadores económicos europeus envolvidos em negócios legítimos com o Irão», indica a Prensa Latina. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Qalibaf, refere a fonte, destacou a importância de aproveitar as oportunidades existentes para «traduzir este documento em projectos económicos e políticos, planos e cooperação, salvaguardando os interesses nacionais». No passado dia 27, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, e o seu homólogo da China, Wang Yi, procederam à oficialização, na capital iraniana, do acordo de cooperação estratégica integral, vigente por um período de 25 anos. Ainda não foram revelados detalhes do acordo, que, ainda assim, foi caracterizado pela TeleSur como «um marco nas relações entre ambos os países» e sobre o qual Javad Zarif disse, na sua conta de Instagram, que busca «promover de forma prática» os laços estratégicos e apresenta «uma rota para um horizonte a longo prazo». Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China deixou claro que o acordo visava cimentar os laços bilaterais de cooperação e não era contra terceiras partes. Baqer Qalibaf disse ainda que o Plano de Acção Estratégico para Combater as Sanções, uma lei aprovada em Dezembro último pelo Parlamento iraniano, desbloqueou a indústria nuclear do país e inclinou a balança para o lado do Irão. De acordo com essa lei, foram suspensos mais compromissos ao abrigo do acordo nuclear subscrito em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha), designado oficialmente como Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) e do qual Washington se retirou em Maio de 2018. Três meses depois, uma ordem executiva de Donald Trump repôs as sanções contra o país persa. O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, afirmou que o acordo celebrado em 2015 foi «o melhor» e que Donald Trump fez uma «burrice» ao sair dele, instigado pela «Equipa B». O diplomata iraniano escreveu ontem na sua conta de Twitter que cada vez fica mais claro que «não haverá acordo melhor» que o Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), sobre as actividades nucleares pacíficas do país persa. Javad Zarif acusou a «Equipa B» de ter convencido o presidente norte-americano, Donald Trump, a optar pela «loucura de matar o JCPOA com o terrorismo económico» para assim «obter um acordo melhor», refere a HispanTV. A «Equipa B» a que o diplomata iraniano se referiu esta segunda-feira e cuja actividades «anti-iranianas» tem denunciado de forma reiterada é composta pelo conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton; o príncipe herdeiro saudita, Muhamad bin Salman Al Saud; o seu homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Muhamad bin Zayed Al Nahyan; e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Já depois de concretizada a saída dos EUA, no dia 8 de Maio de 2018, do Plano de Acção Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que foi subscrito em 2015 pelo Irão e pelo Grupo 5+1 (os cinco membros com assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas – EUA, Reino Unido, França, Rússia e China – e a Alemanha), o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deixou clara a abordagem do seu país relativamente ao Irão: aumentar a pressão financeira e impor-lhe as «sanções mais fortes de sempre», caso Teerão se recusasse a aceitar as exigências feitas ao nível da sua política interna e externa. Teerão teria não só de abandonar a título definitivo qualquer programa relacionado com a actividade nuclear, renegociando o acordo como Washington entendia, como também de alterar a política externa regional, na medida em que os EUA – e o seu fiel amigo Israel – considera o Irão uma amaeaça aos seus interesses no Médio Oriente. Nos termos do acordo firmado em Julho de 2015, o Irão pode desenvolver o seu projecto nuclear com fins pacíficos e enriquecer urânio até 3,67%, sendo o excedente enviado para a Rússia. Em pelo menos dez ocasiões, especialistas da Organização Internacional de Energia Atómica (OIEA) confirmaram que Teerão respeitava o que está estipulado no acordo. No entanto, Donald Trump ameaçou sair do acordo praticamente desde que chegou à Casa Branca, considerando que subscrever o JCPOA foi «o pior que os EUA podiam ter feito». Três meses depois do anúncio de saída do acordo, Trump assinou uma ordem executiva repondo as sanções que haviam sido levantadas ao país asiático três anos antes. Em Maio último, o governo iraniano anunciou que, caso os signatários europeus do JCPOA não respeitassem as suas obrigações para salvaguardar o pacto, o Irão voltaria a enriquecer urânio acima dos 3,67%; deixando, no entanto, a porta aberta ao diálogo. Este domingo, Teerão anunciou que, findo o prazo de 60 dias dado aos parceiros europeus no acordo para que tomassem medidas práticas que compensem o país pelos danos causados pelas sanções que lhe são impostas por Washington, tomou a decisão de aumentar o nível de enriquecimiento de urânio – algo que foi confirmado ontem pela OIEA. Reino Unido, França e Alemanha reagiram instando Teerão a não avançar para um enriquecimento de urânio superior aos 3,67%, alertando o país persa para «consequências» (não especificadas) que podem advir desse passo. Numa conferência de imprensa que deu esta segunda-feira em Teerão, Abbas Mousavi, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, advertiu os países europeus contra qualquer resposta «estranha», sublinhando que o Irão poderá ponderar «voltar atrás», tal como as potências europeias exigem, se estas responderem «positivamente às exigências» iranianas. As diplomacias da Rússia e da China também expressaram preocupação com o passo dado pelo Irão, que agora enriquece urânio até 4,5%, e solicitaram às partes uma saída diplomática para a situação. Geng Shuang, porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, afirmou esta segunda-feira que o «bullying unilateral [por parte dos EUA] é um tumor que só gera mais problemas e crises em todo o mundo», tendo acrescentado que «a pressão máxima exercida pelos Estados Unidos sobre o Irão é a raiz da actual crise nuclear iraniana», indicam a PressTV e a Prensa Latina. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os americanos deviam saber que a principal estratégia do Irão para se livrar das sanções assenta em neutralizá-las, e agora a indústria nuclear do país foi reactivada; cabe-lhes a eles decidir e levantar as sanções como um todo e de forma prática», disse Qalibaf, citado pela PressTV. Promessas no papel ou o levantamento incompleto das sanções não correspondem às exigências do Irão. «Dissemos repetidamente que vamos cumprir o que assumimos com base no JCPOA depois de comprovar que o levantamento das sanções não ocorre apenas no papel», frisou. O destino do Plano de Acção Conjunto Global permanece incerto, uma vez que o presidente dos EUA, Joe Biden, se tem mantido fiel à política de pressão da Casa Branca quando o inquilino era Donald Trump, apesar da vontade aparente em regressar ao acordo. Depois das declarações recentes do Departamento de Estado norte-americano sobre os «passos que o Irão teria de dar para regressar ao cumprimento do JCPOA», o Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou, no sábado passado, que uma retirada gradual das sanções impostas ao país estava fora de questão. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Durante a conversa desta segunda-feira, Xi indicou que, por via da cooperação estreita entre ambos, os dois países injectaram «energia positiva» na comunidade internacional, num momento em que «o mundo está a entrar num período de turbulência e mudanças, e o desenvolvimento humano enfrenta múltiplas crises». Xi referiu-se às actuais relações China-Rússia como «maturas, estáveis e sólidas», capazes de «resistir ao teste de qualquer mudança no panorama internacional». Por seu lado, Vladimir Putin afirmou que, «seguindo o espírito e a letra do tratado», as relações sino-russas estão num «nível elevado sem precedentes», «tornando-as um exemplo de cooperação intergovernamental no século XXI», refere a agência TASS. O presidente russo defendeu que, num contexto de «crescente turbulência geopolítica, quebra de acordos sobre o controlo de armas, aumento do potencial de conflito em várias partes do mundo, a cooperação russo-chinesa desempenha um papel estabilizador nas questões internacionais». Em Março último, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, visitou a China, onde, em conversações com o seu homólogo da China, Wang Yi, afinou e aprofundou a parceria estratégica entre ambos os países, coordenando posições contra a hegemonia e manipulação da ordem internacional, tendo em conta a hostilidade renovada por EUA e União Europeia (UE). O Kremlin lamentou a relutância do Ocidente em resolver os temas mais complexos pela via do diálogo, bem como a persistência em falar de sanções contra a Rússia. «A Rússia procura a solução para os problemas mais complexos nas relações com o Ocidente através do diálogo, enquanto a União Europeia [UE] e os Estados Unidos continuam a falar de sanções com uma insistência maníaca», disse esta terça-feira à imprensa o porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, ao ser questionado sobre a possibilidade de medidas coercivas contra Moscovo. «Lamentavelmente, Bruxelas continua a falar de sanções, e os Estados Unidos também, com uma insistência maníaca. É algo que nunca aceitaremos. É algo de que não gostamos nada», disse Peskov, citado pela PressTV. O representante do Kremlin sublinhou que a Rússia espera que «a vontade política para continuar o diálogo se imponha e que os temas mais complexos nas relações com o Ocidente sejam resolvidos exclusivamente no quadro do diálogo». Peskov disse ainda que a ameaça de medidas coercivas por parte da UE e dos EUA forçaria Moscovo a permanecer constantemente mobilizado. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, responsabilizou a UE pela deterioração das relações entre o bloco e o seu país, acusando-a de destruir sistematicamente os mecanismos de cooperação bilateral. «As relações foram rasgadas de forma consistente pela União Europeia», disse o chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa em Moscovo, esta segunda-feira, acrescentando que «aquilo que sobra destas relações foi destruído conscientemente por iniciativa de Bruxelas», refere a agência RIA. O diplomata disse que, apesar disto, a Rússia está disposta a continuar a debater temas comuns e que o seu país não vai quebrar os laços com os estados-membros do bloco. «Não confundam Europa com a União Europeia. Quando se trata da Europa, nós não nos vamos embora. Temos muitos amigos na Europa», afirmou Lavrov. Na sexta-feira passada, o ministro russo tinha ameaçado cortar as relações com a UE caso fossem impostas novas sanções à Rússia. Recentemente, o Ocidente voltou a usar a figura do blogger pró-ocidental Alexei Navalny para atacar a Rússia. A figura da oposição regressou ao seu país em meados de Janeiro, depois de ter estado na Alemanha a receber tratamento hospitalar, alegadamente, por causa de um envenenamento pelo qual, acusa o Ocidente, os russos foram responsáveis. Navalny foi detido num aeroporto de Moscovo, por ter violado os termos de uma pena suspensa a que fora condenado em 2014, por lavagem de dinheiro. Julgado posteriormente, foi condenado a três anos e meio de cadeia. Desde a sua chegada a território russo, foram convocadas manifestações de apoio em várias cidades russas, com o Ocidente a denunciar a detenção da figura da oposição e a atitude da Polícia para com os manifestantes. O Kremlin refutou estas acusações repetidamente, denunciou a ingerência nos seus assuntos internos e criticou o Ocidente por explorar e empolar o caso «Navalny» por razões políticas e para o usar como novo pretexto para impor mais sanções à Rússia. A escalada de tensão envolveu a expulsão, por parte de Moscovo, de vários diplomatas europeus na Rússia, nomeadamente da Alemanha, da Suécia e da Polónia, por terem participado em protestos a favor de Navalny. A França e a Alemanha exigiram uma resposta da UE, que deve incluir sanções e outras medidas coercivas contra a Rússia. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado conjunto, afirmaram a vontade de renovar o Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, dando-lhe maior relevância, de reforçar a coordenação estratégica, de combater campanhas de desinformação e de se apoiar mutuamente na manutenção da estabilidade nas zonas em redor dos dois países, noticiou a Xinhua. Ambos se opuseram à politização dos direitos humanos, rejeitando que sejam usados como desculpa para interferir nos assuntos internos de outros países, defenderam o diálogo entre estados na base da igualdade e do respeito mútuo, bem como o respeito pelo direito legítimo dos países soberanos a escolher os seus próprios caminhos de desenvolvimento. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, afirmou então que os laços sino-russos estão coesos «como uma montanha» e que as boas relações entre Pequim e Moscovo, no quadro da defesa conjunta do multilateralismo, são importantes não só para os dois países, mas também benéficas para o mundo. 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Tal como Putin, Xi destacou o excelente nível das relações bilaterais, que definiu como uma referência no mundo actual, e mostrou vontade de ampliar a cooperação em diversos sectores, nomeadamente a energia, o comércio, a indústria, a inovação tecnológica, a saúde e o desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19.
O encontro anterior entre ambos os chefes de Estado foi no último Verão, quando China e Rússia anunciaram a prorrogação do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, assinado há 20 anos.
Então, Xi Jinping afirmou que, por via da cooperação estreita entre ambos, os dois países injectaram «energia positiva» na comunidade internacional, num momento em que «o mundo está a entrar num período de turbulência e mudanças, e o desenvolvimento humano enfrenta múltiplas crises».
Por seu lado, o presidente russo defendeu que, num contexto de «crescente turbulência geopolítica, quebra de acordos sobre o controlo de armas, aumento do potencial de conflito em várias partes do mundo, a cooperação russo-chinesa desempenha um papel estabilizador nas questões internacionais».
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