A lista de exigências, divulgada no passado sábado, inclui o corte de relações com o Irão, o encerramento imediato da base aérea que a Turquia está a instalar no país e a saída das tropas turcas, o encerramento da rede noticiosa Al Jazeera e de outros meios de comunicação com financiamento público.
A lista, que foi obtida pela Reuters e pela Associated Press junto de um dos países que cortaram relações diplomáticas com o Qatar, inclui ainda a exigência de um corte de relações entre as autoridades qataris e «organizações terroristas, sectárias e ideológicas», como a Irmandade Muçulmana, o Daesh, a al-Qaeda, a Frente al-Nusra e o Hezbollah.
É ainda exigido o pagamento de reparações, num valor a determinar entre os estados que impuseram o cerco e o Qatar. O prazo para a resposta é de dez dias, que fica sujeita à monitorização mensal do cumprimento das condições durante o primeiro ano, trimestral no segundo e anual nos dez anos seguintes, de acordo com a Al Jazeera.
A emissora qatari, que é um dos principais alvos do bloqueio liderado pelos sauditas, divulgou um excerto de um contacto telefónico entre o emir do Qatar e o presidente iraniano, Hassan Rouhani. Na conversa, Rouhani afirmou que o «espaço aéreo, terrestro e marítimo» estará aberto ao Qatar, como «nação amiga».
O presidente iraniano considerou as exigências «inaceitáveis» e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que são «contrárias ao direito internacional». O próprio secretário de Estado norte-americano disse que as condições será «muito difíceis de concretizar pelo Qatar».
Os EUA ainda não assumiram uma posição pública clara no conflito, já que o presidente Donald Trump saudou a decisão dos sauditas e dos seus aliados, ligando-a à sua recente visita à região, para poucos dias depois ser acordado um negócio de venda de caças F-15 por 12 mil milhões de dólares. A base de al-Udeid, a Sudoeste da capital, Doha, é a maior base aérea norte-americana no Médio Oriente, onde estão destacados cerca de 11 mil militares norte-americanos, britânicos e dos seus aliados.
No início de Junho, a Arábia Saudita, o Bahrein, os Emirados Árabes Unidos e o Egipto cortaram todas as relações com o Qatar, promovendo um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, acusando o Qatar de apoiar grupos terroristas. A decisão surgiu dias depois de terem sido noticiados comentários favoráveis ao Irão pelo emir do Qatar, que as autoridades daquele país dizem ter sido plantados após ataques informáticos a meios de comunicação.
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