A ATE realizou ontem acções de protesto no Instituto Social Militar Dr. Dámaso Centeno, na sede central da Autoridad de Cuenca Matanza Riachuelo (Acumar) e no antigo Ministério do Desenvolvimento Social (actual Capital Humano).
As mobilizações seguem-se à denúncia, na véspera, de mais de 2000 despedimentos e transferências de trabalhadores só no Ministério do Capital Humano, levando ao desmantelamento daquilo a que o sindicato classificou como «áreas sensíveis», em que se inclui a Secretaria da Infância, Adolescência e Família.
A estrutura sindical registou e condenou igualmente centenas de despedimentos no Departamento de Turismo, Ambiente e Desporto, no Acumar, na Direcção Nacional de Arquitectura, entre outros organismos estatais.
Também chamou a atenção para «drásticos cortes de salários» em várias áreas do Estado, como a Faculdade do Exército, entre outros sectores.
Acção consentânea com um governo que nega a justiça social
«Com esta nova ronda de despedimentos e afastamentos temporários massivos, o governo tenta acabar com as políticas sociais essenciais e destruir um dos pilares centrais para a assistência às camadas sociais mais vulneráveis do nosso povo», declarou a propósito Rodolfo Aguiar, secretário-geral da ATE Nacional.
«Esta acção só é consentânea com um governo que nega a justiça social desde o primeiro dia e nunca considerou que é o Estado que deve articular o bem comum e promover o desenvolvimento humano. É por isso que cortam nos serviços públicos essenciais sem qualquer justificação ou argumento técnico ou profissional», acusou Aguiar.
Na presença de centenas de filiados, o dirigente sindical destacou ontem o «fracasso notório» deste governo, para lá do «seu relato fantasioso», e alertou para a situação de «catástrofe social» a que os despedimentos e os cortes salariais conduzem.
Neste sentido, declarou que «o conflito vai aumentar, inevitavelmente», e que os funcionários públicos devem agora, mais que nunca, exercer os seus direitos à greve e de manifestação, «de Constituição na mão».
O sindicato exigiu a «reintegração imediata de todos os trabalhadores despedidos ilegalmente» e afastados temporariamente nos vários organismos que foram afectados pela decisão do governo de Milei.
Também reivindicou a «recuperação salarial urgente» no sector público, que «em 2024 perdeu 44,4% do seu poder de compra».
De acordo com a informação divulgada no portal da estrutura, será convocado um plenário federal de delegados para a próxima semana, que servirá para definir a continuidade da luta e ponderar a realização de uma nova greve geral.
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