Debate no Aljube sobre a força do 8 de Março na luta das mulheres

Foi em 1910, que, por proposta de Clara Zetkin, a segunda Conferência das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhaga, decidiu declarar o 8 de Março como o Dia Internacional da Mulher. A primeira comemoração aconteceu no ano seguinte, na Alemanha, Áustria, Suíça e Dinamarca, sob o lema «O direito ao voto para as trabalhadoras e unir forças na luta pelo socialismo». Mas até chegar à proclamação do Dia Internacional da Mulher, recorda o MDM num comunicado, «milhões de mulheres e múltiplas organizações intervieram e lutaram, em diversas partes do mundo e durante mais de um século». 

Mudaram-se os contextos históricos, muito se alcançou, no mundo e em Portugal, e mesmo no período negro do fascismo, frisa o movimento, o 8 de Março foi assinalado, embora com intermitências, «usando uma multiplicidade de formas para o difundir, provocar discussão e acção, através de greves, protestos, debates, convívios». Passados 114 anos da proclamação do Dia Internacional da Mulher, ainda há muito por cumprir, continuando a ser uma data de afirmação das lutas históricas das mulheres, mas também de comemoração dos avanços alcançados. 

«A Força de uma Data na Luta das Mulheres» é o mote da iniciativa, que acontece amanhã, a partir das 17h30, no auditório do Museu do Aljube. Inserida nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, a conversa terá como oradoras Inês Costa, mestre em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo; Isabel Branco, professora e investigadora da Universidade Nova de Lisboa; e Sandra Esteves, advogada, pós-graduada pela Universidade Lusíada e mestranda na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com a moderação da directora do Museu do Aljube, Rita Rato. «Durante cerca de duas horas, teremos um espaço de reflexão e partilha, revisitando contextos históricos diferenciados no país e no mundo, que constituirá, com certeza, um contributo na História na luta das mulheres», acrescenta o MDM.