Esta proposta assenta como uma luva na ideia-chave da Iniciativa Liberal (IL) da chamada «reforma do Estado», cujo objectivo é emagrecer o Estado, obviamente à custa do despedimento de funcionários públicos e da consequente degradação dos serviços públicos, reduzindo e desvalorizando significativamente os trabalhadores, desumanizando a relação com os utentes e afastando-os do acesso a muitos serviços.
Recorde-se que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado por Donald Trump, e que Rui Rocha vem propor para Portugal, é dirigido por Elon Musk e já provocou nos EUA o despedimento de dezenas de milhares de funcionários públicos, gerando uma enorme onda de contestação e protesto.
Elon Musk é mais um dos modelos que a IL se propõe seguir, no sentido de promover cortes na administração pública e a privatização dos serviços públicos mais rentáveis, nomeadamente através das «famosas» parcerias público-privadas (PPP). Aliás, nesse aspecto há uma perfeita sintonia entre Rui Rocha e Luis Montenegro, quanto à possibilidade de recuperar as PPP nos hospitais de Loures, Braga e Vila Franca de Xira.
Outro dos modelos que é fonte de inspiração da IL é Milei, um «liberal clássico» com quem Rui Rocha assume ter «alguns pontos de contacto», e que gera na Iniciativa Liberal um entusiasmo indisfarçável, agora de forma um pouco envergonhada devido às políticas desgraçadas que o Presidente da Argentina tem gerado. Sublinhe-se que as políticas de Milei têm sido alvo de grande contestação por parte dos argentinos, face à austeridade, fome e precariedade que têm promovido, inclusive entregando recursos naturais do país a empresas transnacionais.
Resumindo, «diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és».
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