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Sonae tenta condicionar greve no 1.º de Maio com sorteio de prémio

O CESP denuncia que a Sonae (hipermercados Continente) decidiu sortear um voucher da Odisseias Experiências entre os trabalhadores. A condição é que venham trabalhar no Dia do Trabalhador.

O grupo Sonae é detentor da cadeia de distribuição e hipermercados Continente
Créditos / Eurotransporte

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) repudia a acção da Sonae, afirmando que esta «não olha a meios para tentar limitar e condicionar os trabalhadores a exercerem o seu direito à greve no 1.º de Maio».

«De todos os dias do ano (que são 365) a Sonae escolheu o Dia do Trabalhador e dia de greve dos trabalhadores da Sonae para sortear um voucher para actividades de lazer. E qual é a condição? Estar presente no seu horário no local de trabalho. Coincidência? De certeza que não», lê-se.

O CESP afirma que a atitude do grupo de tentar condicionar o direito à greve dos trabalhadores é «uma vergonha» e acusa a Sonae, tal como «outras empresas de distribuição», de tentar «"comprar" os trabalhadores com "benesses"».

«Não lhes chega os milhões e milhões de lucros que conseguem à custa dos salários de miséria que pagam, não lhes chega a pressão e ritmos de trabalho brutais, os horários desregulados que fazem da vida dos trabalhadores um verdadeiro inferno e os impedem de qualquer possibilidade de conciliar o trabalho com a vida pessoal e familiar», salienta o sindicato.

Os trabalhadores da grande distribuição, comércio e serviços marcaram greve para o Dia do Trabalhador, com o objectivo de exigir o aumento dos salários para todos, o fim da precariedade e dos horários desregulados, o correcto pagamento dos feriados e o encerramento do comércio no 1.º de Maio e em todos os domingos e feriados.

No caso da grande distribuição, os trabalhadores exigem um aumento geral dos salários num mínimo de 40 euros, o fim da tabela B, que prevê menos 40 euros de salário em todos os distritos, excepto Lisboa, Porto e Setúbal, e a progressão automática dos operadores de armazém até ao nível de especializado.

Além disso, defendem o fim da chantagem nas negociações, nas quais a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição é acusada de estar a bloquear o processo há quase três anos, exigindo a retirada de direitos e a aceitação do banco de horas a troco de aumentos de 11 cêntimos ao dia.

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