Em nota de imprensa, a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), que reuniu ontem com várias comissões de trabalhadores das empresas públicas de transportes, chama a atenção para os problemas vividos no sector, apontando como solução central a admissão de mais trabalhadores.
No documento, que reúne as conclusões centrais do encontro, as estruturas destacam como essencial para a resolução dos problemas a necessidade de mais pessoal para «a manutenção e reparação de comboios e navios», assim como para «guarnecer a operação da circulação» dos transportes e as «estações, bilheteiras e serviços de atendimento».
Referem ainda que o «pedido de desculpas» do Governo podia ser evitado se fossem tomadas medidas de combate ao estado de degradação do sector e ao agravamento das condições de trabalho, que não se realizaram por «falta de vontade política».
Nesse sentido, as estruturas apontam o governo PSD/CDS-PP como responsável pela linha de destruição do serviço público de transportes, que o actual governo PS não inverteu. Lê-se também que «a falta de trabalhadores, o desinvestimento, a falta de medidas para responder aos problemas no imediato para a recuperação de material circulante» são obstáculos ao aumento da oferta, cuja necessidade se impõe devido à «justa redução de preços e a entrada em vigor do passe familiar», este último a implementar a partir de Julho.
Os representantes dos trabalhadores denunciam ainda que estes têm sido «confrontados com o aumento das jornadas e cargas de trabalho», sendo que «uma parte significativa do serviço prestado» diariamente só tem sido «possível com o recurso a trabalho extraordinário».
A acção de protesto que agora avançam para a manhã de 18 de Junho no Cais do Sodré, em Lisboa, soma-se aos protestos e greves desenvolvidos nos últimos meses.
Já em Abril, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF/CGTP-IN) dizia a propósito da greve que a introdução dos novos passes, era «positiva para quem trabalha», mas não tinha sido acompanhada com o reforço dos meios necessário que se exigia face à realidade quotidiana prévia.
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