Quando falamos de crianças e de parques infantis, associamos a baloiços, escorregas, gira-gira, pula-pula, subir, descer, trepar, enfim, um conjunto de actividades que as crianças experimentam, divertindo-se; quando adultos, recordam esses momentos como belas recordações da sua infância.
No entanto, algumas crianças estão privadas dessas experiências, em particular as crianças com dificuldades de mobilidade, que necessitam de usar permanentemente equipamentos de apoio, nomeadamente cadeira de rodas, andarilhos, órtoteses, bem como as crianças com défice sensorial, que necessitam de equipamentos sensoriais/comunicação.
Estas crianças ficam limitadas a observar as outras crianças a experimentarem as sensações de movimento e liberdade, ou então a serem colocadas em equipamentos manobrados por adultos, correndo o risco de acontecer um acidente por falta de segurança.
É essencial a generalização de uma concepção correta dos parques infantis e dos equipamentos lúdicos, concebidos não para diferenciar na sua utilização, mas, pelo contrário, para permitir a sua utilização e usufruto por todas as crianças, incluindo as que têm necessidades especiais.
As crianças não têm dificuldade em brincar. Muitas vezes, os parques infantis é que são inadequados para que as crianças com deficiência possam brincar naturalmente.
Um equipamento lúdico deve ser concebido e construído de forma a ser utilizado tanto por crianças com necessidades especiais como por crianças sem necessidades especiais.
É tão simples a solução. Basta basta que se caminhe no sentido da adaptação dos brinquedos, permitindo que todas as crianças os possam usufruir em conjunto, independentemente das suas diferenças.
As crianças interagem com os equipamentos lúdicos utilizando a visão, a audição e o toque. Para uma criança em que um ou mais dos seus sentidos estejam afectados, a utilização destes equipamentos permite gerar numerosos estímulos e emoções, contribuindo para o seu desenvolvimento físico, emocional e cultural, para a sua segurança, relacionados com o prazer de interagir com outras crianças.
Enquanto técnica ligada às crianças com deficiência, valorizo que a 40.ª Festa do Avante!, que se realiza nos próximos dias 2, 3 e 4 de Setembro, apresente o Espaço Criança com uma nova localização, aprazível e fresca, beneficiando da sombra das árvores existentes e cujos novos brinquedos permitem a todas as crianças, incluindo as que têm necessidades especiais, deles usufruírem. Trata-se de um bom exemplo de um Parque Infantil verdadeiramente inclusivo.
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