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Teletrabalho ou perda de rendimentos, o dilema de muitos pais

Muitos trabalhadores que estão em casa a prestar assistência aos filhos, devido ao encerramento das instituições, foram confrontados com a obrigatoriedade de entrar em regime de teletrabalho.

A denúncia é feita pela CGTP-IN em comunicado, onde refere que estes trabalhadores se encontram «entre a espada e parede».

A central sindical afirma que alterações legislativas recentes levam a Segurança Social a deixar de dar qualquer apoio a quem tiver condições técnicas de entrar em regime de teletrabalho. A «alternativa» é continuar a apresentar a declaração para a assistência à família, e assumir a perda total de rendimento mensal.

Um dos casos apresentados é o da Randstad, que está a notificar os seus trabalhadores em situação justificada de assistência a filhos menores ou com deficiência, para passarem, de imediato, ao regime de teletrabalho.

Mas a Intersindical lembra que dispor dos meios técnicos para o teletrabalho, não significa dispor das condições para executar esse regime.

«Como pode, por exemplo, um pai ou uma mãe tomar conta de uma criança de dois anos (que necessita de uma atenção permanente) e de outra de seis anos (com a telescola a exigir apoio familiar) e simultaneamente estar a trabalhar em permanência? E se não cumprir os objectivos, o que lhe acontece a seguir?», pode ler-se na nota.

A situação agrava-se ainda mais nas famílias monoparentais, afirma a CGTP-IN, acrescentando que, para muitas mulheres, o que está a ser exigido, é serem em simultâneo trabalhadoras, mães e professoras.


A Intersindical reivindica, assim, que a protecção da parentalidade prevalça sobre a obrigatoriedade de passar ao regime de teletrabalho, alterando-se a lei por forma a que isso seja garantido.

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