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EUA têm uma «obsessão criminosa» com a Venezuela, afirma Arreaza

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela denunciou os ataques constantes dos EUA ao seu país, depois de, esta terça-feira, Pompeo ter anunciado sanções a novas empresas, para apertar o cerco.

EUA impuseram sanções a dez de 12 empresas de transporte marítimo que trazem produtos e alimentos para a Venezuela, gerando atrasos na distribuição de alimentos
Em Maio de 2019, os EUA impuseram sanções a dez de 12 empresas de transporte marítimo que levavam produtos e alimentos para a Venezuela; agora, puniram quatro empresas que comercializam petróleo venezuelano Créditos / RT

Jorge Arreaza denunciou esta ontem uma nova manobra da administração norte-americana com vista a intensificar o bloqueio comercial e financeiro que os EUA impõem à Venezuela.

Depois de o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, ter anunciado sanções a novas empresas que se encarregam de comercializar petróleo venezuelano, o diplomata afirmou, na sua conta de Twitter, que se trata de uma «obsessão criminosa».

«A primeira coisa que o secretário Pompeo faz de manhã é anunciar outra agressão à Venezuela. Obsessão criminosa. Quer que os venezuelanos fiquem sem gasolina, que o Estado não possa vender petróleo para importar medicamentos, tratamentos, alimentos e insumos para produzir: Crime contra a humanidade», escreveu Arreaza.

As afirmações do ministro venezuelano seguiram-se ao anúncio de Pompeo, também no Twitter: «Hoje, os Estados Unidos estão a sancionar quatro empresas pelo seu papel em facilitar o roubo de petróleo venezuelano por parte do regime de Maduro. Estas sanções isolam ainda mais o regime e são outro passo para alcançar a liberdade e a prosperidade para o povo da Venezuela.»

Trata-se, de acordo com a TeleSur, das empresas Adamant Maritime, Afranav Maritime e Sanibel Shiptrade, todas registadas nas Ilhas Marshall, e da grega Seacomber. Todas comercializam petróleo venezuelano.

«Crimes de guerra», «terrorismo», «actos de genocídio»

Foi nestes termos que, esta terça-feira, um grupo de especialistas e diplomatas classificou as sanções económicas impostas contra países, ao participarem no seminário virtual «O impacto das medidas coercitivas unilaterais na luta mundial contra a Covid-19», organizado pelas missões diplomáticas de Bielorrússia, China, Nicarágua, Cuba, Irão, Rússia, Síria, Venezuela e Zimbabwe junto das Nações Unidas.

Os intervenientes defenderam como fundamental a unidade da comunidade internacional na condenação dessas medidas arbitrárias, por serem contrárias à Carta das Nações Unidas, ao direito internacional e por afectarem os direitos humanos à vida, à saúde, à alimentação, ao desenvolvimento dos povos.

Na sua intervenção, o representante permanente da Venezuela junto das Nações Unidas, Samuel Moncada, explicou que as sanções representam um «obstáculo ilegal» que torna «praticamente impossível» aos países a elas sujeitos «terem acesso ao sistema financeiro internacional ou ao comércio com liberdade para adquirir medicamentos e alimentos prioritários para enfrentar a crise pandémica», lê-se numa nota do Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros.

O diplomata sublinhou que a ONU condenou estas sanções, sobretudo quando são utilizadas como meio de coerção política contra países, e lamentou que os estados que as aplicam «não tenham ouvido tais apelos e continuem a agir com impunidade contra a vida humana». Neste sentido, explicou, trata-se de um «crime contra a humanidade».

No contexto da luta contra a epidemia do novo coronavírus, Moncada exigiu ainda aos países que impõem sanções que «ponham de parte os interesses políticos e apoiem o interesse comum de salvar vidas».

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