O «ritmo de trabalho alucinante» dos funcionários que trabalham no Agrupamento de Escolas Vergílio Ferreira, em Lisboa, foi o motivo desta paralisação, afirmou em delcarações aos jornalistas Francelina Pereira, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA/CGTP-IN).
A dirigente, que participava na concentração de protesto que acompanhou a greve, acrescentou ainda que o problema foi «empurrado com a barriga» pelo Ministério da Educação durante anos, o que retirou condições às escolas para responder ao surto epidémico de Covid-19.
Apesar de o Ministério da Educação ter anunciado a contratação, antes do final do 1.º período, de mais 1500 funcionários, a realidade nas escolas da cidade de Lisboa é «verdadeiramente dramática», alerta também o Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL/CGTP-IN).
Neste agrupamento, cinco das seis salas de uma das escolas têm casos de Covid-19 registados e encontram-se em confinamento. Noutra escola, há já duas turmas confinadas, enquanto a coordenação ficou em casa a dar orientações via telefone.
Para o SPGL, são os baixos salários, as más condições de trabalho e a precariedade que «ameaçam» o funcionamento das escolas de Lisboa, levando a que não existam candidatos suficientes para ofertas de emprego que são feitas pelas autarquias e pelas escolas.
«A falta de assistentes operacionais, que já se fazia sentir antes da pandemia, agravou-se devido a situações de substituição em casos de isolamento profilático e quarentena», e até de aposentação, pois trata-se de «um grupo profissional envelhecido», afirma a organização sindical.
O processo de transferência de competências para a autarquia não veio contribuir para solucionar esta escassez, defende o sindicato, acrescentando que o envelhecimento destes profissionais e as novas necessidades das escolas «não se compadecem com nenhum rácio estabelecido».
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