Com 700 fotografias, a exposição «Acto de Estado – História Fotográfica da Ocupação dos Territórios Palestinos» apresenta um «registo sistemático das formas de poder e controlo usadas para subjugar a população palestina, que é governada sem lhe ser reconhecida cidadania, nem concedida soberania», lê-se na apresentação da mostra, que está patente, pela primeira vez em Portugal, no Arquivo Fotográfico de Lisboa até 9 de Janeiro.
Temas como a demolição de casas, formas de detenção, checkpoints, a violência exercida sobre os palestinianos e as intifadas de 1987-1993 e de 2000-2005 fazem parte deste acervo, que reúne o trabalho de mais de 80 fotógrafos, onde se incluem nomes como Miki Kratsman, Micha Kirshner e o colectivo Activestills, mas também fotografias das organizações não governamentais (ONG) Breaking the Silence, B'Tselem ou Médicos pelos Direitos Humanos.
Com curadoria da historiadora e documentarista, Ariella Aïsha Azoulay, as imagens comentadas «não se limitam a ilustrar os principais eventos que marcaram a ocupação dos territórios palestinos desde 1967», mas propõem uma nova forma de olhar os eventos históricos, «que se recusa a ver as pessoas fotografadas apenas como sujeitos ocupados, mas como agentes que resistem à ocupação e que exigem os seus direitos».
Através das imagens, que documentam quatro décadas de violência perpetradas pelo Estado de Israel na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, o espectador é convidado a reconstruir os apelos palestinos e a reconhecer a fotografia como um espaço de cidadania.
«No pensamento da autora, o "contrato civil da fotografia" permite que as pessoas retratadas possam ser vistas como "concidadãs", mesmo que desprovidas de direitos pelo Estado, desafiando as relações de poder existentes», refere-se na apresentação.
A exposição faz parte do projecto (un)common ground, que está a organizar diversas exposições e actividades artísticas sobre Israel e a Palestina, entre o final de 2020 e 2021.
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