|salários em atraso

Euroessen não paga salários a centenas de trabalhadores

A Euroessen, empresa que explora as cantinas dos centros de formação profissional do IEFP e tem contratos de vários milhões de euros com escolas de todo o país, ainda não pagou os salários de Outubro.

CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

O contrato assinado a 22 de Agosto, para o fornecimento de refeições nas escolas do Pré-Escolar e 1.º ciclo no Entroncamento em 2023/24, rendeu 455 869,12 euros à Euroessen. Em Tomar, o contrato assinado a 13 de Setembro consignou 567 943,30 euros à empresa. Na Sertã, 458 151,83 euros. Na Ribeira Grande, nos Açores, 335 700,06 euros. Em Mirandela, para servir as cantinas de todos os níveis de ensino, contratos no total de 501 635,60 euros.

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Continuam encerradas cantinas do IEFP com 200 postos de trabalho em risco

O IEFP tem cerca de 30 cantinas de centros de formação concessionadas às empresas Eurest e Euroessen que empregam mais de 200 trabalhadores.

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Os centros de formação profissional já reabriram e as turmas de formandos já estão a funcionar em pleno desde o inicio deste mês. Contudo, a maioria das cantinas continua encerrada.

«Estão em causa os postos de trabalho de esmagadora maioria dos trabalhadores destas cantinas», afirma a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN). Segundo a informação que chegou à estrutura sindical, apenas estão a funcionar duas cantinas no Sul, duas no Centro e uma no Norte.

A generalidade destes trabalhadores esteve em regime de lay-off até final de Julho, com «perdas salariais enormes», e neste momento «não sabe o futuro» dos seus postos de trabalho, refere a Fesaht.

A federação denuncia que os trabalhadores foram transferidos «à força» pelas empresas concessionárias para outras cantinas, embora muitos continuem em casa, «sem funções, sem saber quando vão retomar a sua actividade profissional».

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São dezenas de cantinas escolares em todo o país, para além de instituições públicas como o Estado-Maior-General das Forças Armadas (400 560,66 euros) ou o Instituto do Emprego e Formação Profissional (2 648 765,89 euros), a celebrar contratos com a Euroessen, com valores a ascender aos vários milhões para assegurar o funcionamento dos bares e cantinas.

Poucas semanas depois de celebrar o contrato com a Câmara Municipal de Tomar, a Rádio Hertz, que opera no concelho, relatou as várias críticas de que o serviço está a ser alvo, «desde logo pela qualidade (ou falta dela) e principalmente pela quantidade – entendida como diminuta – colocada nos pratos distribuídos a crianças e jovens».

Se o dinheiro não garante refeições dignas, não está certamente a servir para pagar os salários de centenas de trabalhadores em Outubro, menos de dois meses depois da assinatura e pagamento dos contratos por vários concelhos. A Euroessen está a deixar os trabalhadores sem condições para fazerem face «aos seus compromissos pessoais e familiares», refere o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN), em comunicado.

O sindicato já endereçou um protesto à empresa e emitiu um «pré-aviso de greve para dia 10 de Novembro, dando assim o prazo mínimo previsto na Lei» que vai afectar cantinas e bares de todo o país. A situação não é nova, em 2017, a Euroessen já tinha por prática pagar os salários com atrasos significativos, o que não impediu o IEFP de continuar a recorrer à empresa para estes serviços.

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