«Muito prejudicados», é desta forma que os utentes do concelho de Alcácer do Sal se sentem relativamente às vias rodoviárias e aos serviços públicos que servem o concelho, e cuja degradação, lê-se num folheto preparado pelas comissões de utentes, «atingiu níveis de degradação sem precedentes, por culpa e inacção dos sucessivos Governos PS e PSD na Região».
As estruturas salientam, num email enviado às redacções, que os cerca de 14 quilómetros entre Palma e o nó da auto-estrada em Alcácer do Sal encontram-se «completamente danificados», graças também ao trânsito frequente de viaturas pesadas que transportam combustíveis e outras matérias perigosas. A par desta via, as comissões de utentes reclamam a reparação da estrada nacional n.º253, que atravessa todo o concelho de Alcácer do Sal, e na qual circulam «muitas viaturas devido ao turismo que ali aflui» e «uma quantidade imensa de viaturas pesadas que saem do Terminal XXI em Sines, e que ali circulam até Espanha».
A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Alcácer do Sal vai realizar uma tribuna pública junto da Extensão de Saúde de Casebres, esta sexta-feira, pelas 18h. As razões do protesto são muitas e somam-se às de outros pontos do Litoral Alentejano, cujo hospital de referência, em Santiago do Cacém, vive com falta de médicos e longas listas de espera para a realização de exames, cirurgias e consultas. Para uma cirurgia de Otorrinilaringologia, por exemplo, os utentes aguardam cerca de 500 dias. Na especialidade de Cardiologia, há apenas um médico para 100 mil utentes. A Região do Litoral Alentejano apresenta os piores indicadores em Saúde. Utentes estão fartos de inércia e vão se fazer ouvir para o Ministro entender a indignação. Segundo a nota de imprensa enviada pela Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano,a Região do Litoral Alentejano apresenta os piores indicadores no que à Saúde diz respeito. A acusação não é feita de forma isolada e os dados apresentados parecem dar-lhe razão. Cerca de 20000 utentes não têm Médico de Família, há Freguesias que não têm Extensão de Saúde e nas que há, não existem cuidados de enfermagem e o Médico só lá vai uma vez por mês. A isto acresce ainda o facto de haver Unidades de Saúde visivelmente degradadas, de nas especialidades no Hospital do Litoral Alentejano os Utentes terem que esperar 500 dias por uma consulta, havendo apenas um Médico Cardiologista para mais de 100000 Utentes, consultas de Pediatria com um ano de espera e havendo ainda camas encerradas nos diversos Serviços de Internamento do Hospital. De acordo com a Coordenadora das Comissões de Utentes o caso estende-se ainda à maternidade, uma vez que na ausência de uma uma no Hospital do Litoral Alentejano, as grávidas correm sérios riscos, pois o Hospital São Bernardo (Setúbal) e o Hospital José Joaquim Fernandes também têm estes serviços encerrados. A Coordenadora diz que «os bebés do Litoral Alentejano nascem na berma da estrada». Essencialmente, o que está em causa é falta de investimento e a Coordenadora diz que é indispensável a contratação de Profissionais de Saúde (Médicos, Enfermeiros, Auxiliares, Administrativos, Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica, entre outros), para dar resposta aos cuidados de saúde necessários. Dada a calamitosa situação, a Coordenadora exige uma resolução urgente por parte do Governo e como tal anunciou que uma delegação das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano vai entregar ao Ministro da Saúde um documento com as reivindicações dos Utentes da Região, amanhã no Hospital do Litoral Alentejano. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Também a freguesia de São Martinho, no concelho de Alcácer do Sal, «está a atravessar um mau momento», alerta a comissão de utentes, que tem protesto agendado para sexta-feira, em Casebres. «Os utentes desta freguesia têm apenas consultas médicas um dia por semana e apenas numa parte do dia», realça numa nota enviada ao AbrilAbril, sublinhando que a situação agrava-se quando «o médico está doente ou está de férias» e não há ninguém que o substitua. Em toda a região há cerca de 20 mil utentes sem médico de família. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Utentes de Alcácer do Sal realizam tribuna pública pelo direito à saúde
Local|
Comissões de Utentes do Litoral Alentejano vão receber Ministro da Saúde
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
Os serviços públicos, designadamente a saúde, é outra das áreas para a qual se alerta no documento que as comissões de utentes vão distribuir para «informar a população do que está a acontecer». Numa região caracterizada pela falta de médicos, sobretudo no Interior do concelho, há também infra-estruturas a carecer de intervenção, como é o caso do Centro de Saúde de Alcácer do Sal. «Encontra-se muito degradado, com promessas diversas de reparação, durante vários anos e sem se concretizarem», criticam os utentes.
Mais habitação pública para arrendamento e para aquisição a custos controlados, a redução do IVA do gás de botija e da electricidade para 6% são, a par de transportes públicos rodoviários e ferroviários de qualidade e acessíveis a toda a população, outras exigências das comissões de utentes ao Governo e aos partidos políticos.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui