A directora para a Restituição do Património Cultural do Ministério dos Negócios Estrangeiros, María José Buerba Romero Valdés, explicou, esta segunda-feira, que a recuperação se deu por intermédio da Embaixada do país latino-americano em Washington e dos consulados em Los Angeles e Nova Iorque (EUA).
A isto, acresceu a colaboração com cidadãos e instituições comprometidos com a causa, como a Colgate University, que devolveu 828 peças pré-hispânicas, que se juntam a 67 bens arqueológicos restituídos voluntariamente, há alguns meses, pela mesma instituição de ensino superior.
Por seu lado, Alejandro Bautista Valdespino, subdirector do Registo de Monumentos Arqueológicos Móveis do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), explicou que os relatórios realizados pelos especialistas desta instituição, através de imagens e inspecções físicas, confirmaram a autenticidade dos objectos.
«Os bens arqueológicos que integram o conjunto abrangem um período de três milénios, desde o período formativo (1500 a.C.) até ao pós-clássico tardio (primeiras décadas do século XVI), e são oriundos de várias regiões meso-americanas», lê-se no comunicado divulgado no portal do INAH.
Entre estas, são referidas o Ocidente mexicano, o Bajío, a Costa do Golfo, o Altiplano Central, a zona de Oaxaca e a área maia.
Do corpus agora recuperado pelo México, destaca-se, pela sua antiguidade e estado de conservação, uma figura antropomórfica de estilo olmeca, realizada nalgum sítio pré-clássico, entre 900 e 400 a.C., nos territórios onde actualmente se situam os estados de Puebla e Morelos.
Trata-se da representação, em barro modelado, de uma personagem masculina em posição sentada, com o tronco nu e usando uma tanga, explicam os responsáveis, acrescentando que apresenta uma deformação craniana e traços típicos da cultura olmeca.
O acervo agora restituído também inclui potes, jarras, copos, taças, pratos, garrafas, figuras antropomórficas e zoomórficas em cerâmica e rocha, de origem maia, teotihuacana e tolteca, que já se encontram à guarda do INAH, para que os especialistas procedam à sua análise, registo, conservação e divulgação.
«As peças representam um testemunho inestimável da riqueza das civilizações pré-hispânicas que habitaram o território mexicano e contribuem para o seu estudo e melhor compreensão», refere o comunicado.
Na linha do anterior governo mexicano, liderado por Andrés Manuel López Obrador, o actual sublinha que a recuperação do património cultural que se encontra no estrangeiro é «um dos princípios orientadores» do executivo, que se mostra empenhado em «preservar o património cultural dos mexicanos, promover os direitos culturais das comunidades indígenas e combater o tráfico ilícito de bens culturais».
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