O «efeito de estufa» ocorre naturalmente na atmosfera. Nele estão envolvidos gases que permitem que a luz do sol penetre na superfície terrestre, mas que impedem que a radiação e o calor voltem ao espaço, mantendo assim um nível de aquecimento óptimo para a manutenção da vida.
Os principais gases de efeito estufa são: o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), os clorofluorcarbonetos (CFCs) e outros halocarbonetos, o ozono (O3) e o óxido nitroso (N2O).
As emissões de carbono estão, porém, a aumentar – e mais depressa do que «a maioria dos cientistas previam». Mas muitos alarmistas das mudanças climáticas parecem afirmar que todas as mudanças climáticas são piores do que o «esperado». E isso ignora que uma parte dos dados é realmente menos catastrófica do que o «esperado».
Al Gore apareceu em 2005 com o documentário «Uma verdade inconveniente». O documentário servia uma futura candidatura presidencial mas reflectia também o receio do império de que os países emergentes, com grandes taxas de crescimento do PIB, passassem a constituir, como veio a acontecer, contraponto à influência global dos EUA, e não era alheio aos interesses multinacionais de algumas empresas ligadas às «tecnologias limpas».
Isso implicava começar a contestar os consumos energéticos desses e de outros países (consumos que são indicadores de crescimento económico e desenvolvimento), sobrevalorizando o medo das alterações climáticas que daí adviria.
Mas em 2005 o Juiz do Supremo Tribunal de Justiça Britânico, Michael Burton, caracterizou o filme de Al Gore como «alarmista e exagerado no apoio a uma sua tese política». O tribunal dava razão assim a uma acção movida por um pai, e determinou que o filme era «unilateral» e não poderia ser exibido nas escolas britânicas, a menos que contivesse orientações para equilibrar a tentativa de Gore em promover a sua «doutrinação política». O Juiz baseou a sua decisão nas chamadas nove inverdades de Al Gore que aparecem no filme e que ficaram demonstradas nos autos, com a inexistência de evidências científicas que as pudessem validar.
A emissão de gases com efeito de estufa, geograficamente desigual, ao longo de mais de um século foi reflexo do que tornou possível que uns países fossem mais ricos que outros ou garantissem maiores padrões de vida para os seus habitantes, apesar das grandes discrepâncias desses padrões internamente em cada país no mundo capitalista. E desde antes da revolução industrial até aos dias de hoje (mais de 160 anos) a temperatura média subiu 1%.
Assim, os mais poluidores historicamente terão que reduzir as suas emissões de gases poluentes, e mais dos que não beneficiaram disso. A China, hoje o país mais poluidor com 20% das emissões, comprometeu-se em reduzi-las no país em 18% até 2020.
Os EUA são os segundos com 18% e ainda não assumiram compromissos …E, além disso, devem apoiar as alterações a realizar nos países emergentes e outros países em desenvolvimento para que neles o desenvolvimento industrial se baseie menos na queima de combustíveis fósseis e possam dispor de indústrias mais «limpas» e renováveis. O que exige investimento e tecnologia a que têm dificuldade de aceder. Nestas COPs foi referido um valor de financiamento de mais de 200 mil milhões de euros.
Mas dois anos depois deste documentário, um outro era produzido por 19 cientistas de diferentes países que apontava para um arrefecimento global. O jornal britânico Express dava conta na passada terça-feira de estudos recentes que sugerem que a actividade solar está a diminuir a um ritmo mais rápido do que em qualquer outro momento na história.
Os estudos que não identifica, prevêem que essa tendência vai continuar ao longo dos próximos quatro anos, levando a Terra a uma mini idade do gelo, com consequências desastrosas para o planeta.
O meteorologista e astrofísico britânico Piers Corbyn prevê que a Terra vai enfrentar nos próximos anos uma mini era do gelo que irá ter consequências devastadoras para o planeta, informa o jornal britânico Express.
Estudos recentes sugerem que a atividade solar está diminuindo a um ritmo mais rápido do que em qualquer outro momento na história. Os cientistas prevêem que essa tendência vai continuar ao longo dos próximos quatro anos, atingindo um mínimo entre 2019 e 2020, e que até 15 anos terão que passar para que o sol volte a uma atividade normal.
Agora foi de novo difundido em muitas televisões do mundo e noutras plataformas um outro documentário, «Antes do Dilúvio», apresentado por Leonardo DiCaprio que, numa concepção catastrofista semelhante ao precedente, nos trouxe outra catadupa de adivinhações que devem muito pouco ao conhecimento científico e experimental.
A Conferência de Paris de 2015 aprovou conclusões não vinculativas sobre limites das emissões poluentes e o arranque de compromissos quantificados da sua redução país a país. Hoje já 190 países o fizeram. Agora, na Conferência de Marraquexe, as questões mais difíceis em aberto são como vai ser financiada a reconversão das economias e quem, e como, poderá monitorizar os resultados das duas questões.
O objectivo de redução a partir de 2020 do aumento da temperatura média de 2-2,5%, já nesta conferência se pretende que seja substituída por 1,5-2%.
Para o investigador Alfredo Rocha, investigador do Departamento de Física e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro, «O ciclo de produção/destruição de gases com efeito de estufa é complexo e envolve contribuições naturais e humanas. Vários processos de retroacção entre as várias componentes do sistema climático resultam numa relação não linear entre as emissões de gases com efeito de estufa de origem humana, a concentração desses gases na atmosfera e a consequente variação da temperatura do ar próximo da superfície da Terra (e outras alterações climáticas). A resposta da temperatura a alterações das emissões também não é imediata mas sim retardada.
Desta forma, a alteração climática que se observa actualmente não resulta das emissões actuais mas sim do histórico de emissões, sobretudo desde o início da revolução industrial. Conclusão: "o mal está feito"!
Independentemente das nossas acções actuais no sentido de reduzir (realisticamente) emissões, a concentração atmosférica de gases com efeito de estufa irá aumentar durante as próximas décadas e as alterações climáticas irão fazer-se sentir durante um período mais longo do que os próximos anos /décadas ou um século). As nossas acções imediatas poderão, sim, atenuar essas tendências e invertê-las num horizonte temporal menor do que o previsto se nada for feito mas que, mesmo assim, será de muitas décadas».
«É um segredo bem guardado, mas constatou-se que 95% dos modelos climáticos que teoricamente provavam a ligação entre as emissões humanas de CO₂ e o aquecimento global catastrófico estão errados», escreveu Maurice Newman, que presidia ao Conselho Consultivo Empresarial do então primeiro-ministro Tony Abbott, em 2015.
O cientista denunciou ainda mentiras de agências meteorológicas que apresentavam dados «homogeneizados» para vir em apoio das narrativas manipuladoras. A respeito do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), da ONU, que analisa e avalia os trabalhos científicos relevantes para mudanças climáticas, Newman afirmou que este tinha sido denunciado repetidamente por várias comunidades científicas por «declarações falsas e métodos de má qualidade».
Filipe Duarte Santos, Professor de Física, da Universidade de Lisboa já referia, antes da Conferência de Paris de 2015, que era «necessário incentivar e investir na investigação científica e na inovação tecnológica para melhorar o nosso conhecimento sobre o sistema climático, as alterações climáticas antropogénicas e as medidas de adaptação e mitigação mais adequadas. É necessário diminuir a incerteza associada aos cenários climáticos e socio-económicos futuros. Em simultâneo, é preciso informar e sensibilizar os agentes envolvidos na problemática das alterações climáticas».
A comunidade científica de vários países está hoje muito dividida quanto a considerar essencialmente antropogénico (com origem na acção do homem) o efeito de estufa e as alterações climáticas, e quanto às previsões dos níveis para elas apontados por alguns cientistas e por resultados de modelos em computador.
Com base nisto, Trump poderá ter encontrado apoio às suas intenções manifestadas em campanha eleitoral de alterar anteriores compromissos dos EUA de reduzir as emissões de gases de efeito de estufa no país e de apoiar a reconversão das emissões de outros países. Isso comprometeria os sucessos da Conferência de Paris nesta Conferência de Marraquexe.
As alterações climáticas continuam a ser motivo de múltiplas simplificações para efeito mediático mas as hipóteses fiáveis sobre a sua ocorrência carecem de uma recolha de dados durante pelo menos durante 30 anos.
Dentro desse padrão, em Abril deste ano, cientistas chineses apresentaram na Academia Chinesa de Ciências os resultados do seu trabalho de investigação sobre a evolução da vegetação terrestre no período 1982-2009.
O relatório destes cientistas revela que essa evolução se traduziu na expansão da vegetação da Terra, numa superfície que é o dobro da dos EUA, e verificando-se no sudeste dos EUA, no norte da Amazónia, na África Central, no Sudeste Asiático e na Sibéria, enquanto a redução dessa área só aconteceu em 4% da superfície do planeta.
O recurso aos satélites ajudou na detecção desse crescimento. Desde os anos 1980, os satélites foram equipados para verificar como a vegetação se desenvolvia ao longo do tempo. No decurso das suas órbitas foram captando os raios infravermelhos reflectidos pela superfície da Terra e também os raios que, ao atingir a superfície de uma folha verde, são absorvidos e reflectidos de forma diferente daqueles que atingem o solo. O seu comprimento de onda pode determinar a massa de folhas num determinado local e desta forma são obtidos mapas de florestação da Terra.
No Canadá e no hinterland russo da Sibéria, desenvolveram-se florestas de coníferas na tundra, onde anteriormente só existiam relva e arbustos. Nos EUA, as florestas de faias espalharam-se pelo norte do país. O planalto tibetano está agora coberto de pastagem. Na região da montanha chinesa de Shangnan são os pinheiros que se desenvolveram e na Noruega as árvores de flores. No sul do Sahara cresceram árvores e nos trópicos tem-se intensificado a cobertura florestal.
Tão positivas mudanças, devida à acção dos seres humanos, foi também verificada com modelos de computador que entraram com variáveis como o CO2, o conteúdo de azoto do solo e as próprias alterações climáticas, tendo chegado a que 70% do acréscimo da vegetação pode ser explicada pelo aumento do CO2 no ar após a combustão do petróleo, do carvão mineral e do gás.
Segundo Sönke Zaehle, do Instituto Max Planck de Bioquímica, estes esforços não eliminam as mudanças climáticas. As plantas e o solo retêm cerca de um quarto do dióxido de carbono que é libertado no ar. Segundo este investigador, «o estudo ajuda a compreender para onde o dióxido de carbono (CO2) vai». «E essas são as regiões que se tornaram mais verdes».
Pode, pois concluir-se que a vegetação pode adaptar-se de forma mais eficiente do que os humanos, que têm de lidar cada vez mais com condições meteorológicas extremas, como secas, que destroem colheitas e secam as fontes de água, e grandes inundações e outras catástrofes naturais com efeitos semelhantes (id.).
Todas estas abordagens não são contraditórias com a ocorrência de alterações climáticas. Assim foi o entendimento de diferentes assembleias de governos, instituições científicas e organizações ambientalistas, que durante quase 30 anos têm promovido conferências internacionais para tomar conhecimento de estudos de base científica e tentar tomar as medidas para reduzir, nomeadamente o «efeito de estufa».
Há que rejeitar o catastrofismo e valorizar as descobertas da comunidade científica, as projecções feitas através de medições reais, para melhorar as condições ambientais em articulação com os processos económicos que suportam o desenvolvimento.
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