O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional entregou ontem na residência oficial do primeiro ministro um conjunto de reivindicações que deram origem à vigília e à convocação de uma greve para os dias 7 e 8 de Fevereiro.
Os guardas prisionais exigem que a tutela cumpra as obrigações estatutárias, o que não acontece actualmente. Exemplos de incumprimento são o das promoções, nomeadamente a guarda principal, chefe e chefe principal, e o pagamento de subsídio de turno/nocturno. O sindicato afirma que existem guardas prisionais na mesma categoria há 19 anos. Os profissionais exigem ainda a actualização da tabela remuneratória por equiparação à PSP.
Os trabalhadores queixam-se de «trabalho escravo», afirmando que hoje os guardas profissionais fazem trabalho gratuito, uma vez que não recebem subsídios de turno e nocturno, e que fazem cerca de 250/270 horas extra por mês, das quais cerca de 50 não são pagas.
Uma das causas desta situação é a falta de profissionais. Segundo Pedro Silvério, dirigente do sindicato, um trabalhador «tem que fazer o trabalho de quatro». Acrescenta que existem 4000 guardas prisionais e que o mapa de pessoal definido no início deste ano pela Direção-Geral dos Serviços Prisionais aponta que deveriam ser 5000. Segundo o dirigente sindical este número seria ainda insuficiente para as exigências.
Pedro Silvério refere ainda que em alguns estabelecimentos prisionais chega a estar apenas um guarda para 200 ou 300 reclusos, lembrando que muitas vezes os guardas prisionais são chamados a fazer outros serviços, pelas insuficiências de meios nos estabelecimentos prisionais. O dirigente sindical fala em desinvestimento no sistema prisional e alerta o Ministério da Justiça para que «não tenha apenas uma perspectiva economicista».
Os trabalhadores, que pedem «respeito pelos guardas prisionais», não foram recebidos por nenhum representante do Governo.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui