Os lucros agregados dos três maiores bancos privados de 732,6 milhões de euros representam uma queda de 4% face aos 764,8 milhões de 2015, devido à significativa redução dos resultados pelo BCP. Tanto o BPI como o Santander Totta viram os seus lucros aumentar em mais de 30% durante o ano passado.
A sucursal do banco espanhol Santander destacou-se nos lucros em 2016 com 395,5 milhões de euros, mais 36% do que em 2015. Estes são os melhores resultados desde 2010, num ano em que concluiu a integração da actividade bancária do Banif, que comprou após a sua falência e resolução. Recorde-se que o Santander pagou 150 milhões de euros pelo banco, o que significa que já recuperou cerca de dois terços desse valor nos lucros de 2016.
Segue-se o BPI, que registou um lucro líquido consolidado de 313,2 milhões de euros (mais 32,5%), um montante para o qual contribuiu a actividade internacional com 166,3 milhões de euros, o que se deve sobretudo à operação angolana, onde o BPI tinha em 2016 a maioria do capital do Banco de Fomento de Angola (BFA).
Em Fevereiro, foi conhecido o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo Caixabank sobre o BPI, tendo agora o grupo bancário espanhol 84,5% do capital social. Esse foi o culminar do processo que resultou também na alienação da participação de controlo no BFA, o que significa que o banco não pode contar, este ano, com o contributo do negócio em Angola.
Já o BCP lucrou 23,9 milhões de euros em 2016, uma queda de 90% face a 2015, ainda assim invertendo no último trimestre de 2016 os prejuízos consideráveis que acumulava até Setembro.
O banco realizou já este ano um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros, tendo agora o grupo chinês Fosun como principal accionista com 23,92%, seguido da petrolífera angolana Sonangol, com 15,24%.
A operação de aumento de capital do BCP visou sobretudo o reembolso total da ajuda estatal concedida em 2012, no âmbito da linha destinada à banca do empréstimo da troika, tendo o banco já pago os 700 milhões de euros que faltavam.
Nos últimos dias foi noticiada a possibilidade de o Deutsche Bank vir a alienar a sua operação em Portugal, como contributo para fazer face às necessidades de capital que ascendem a 8 mil milhões de euros. Esta situação de fragilidade resulta, em grande parte, das multas a que gigante alemão tem sido sujeito, nomeadamente nos EUA, pela sua responsabilidade na orgiem da crise económica e financeira. Já em 2016, o britânico Barclays vendeu a sua operação bancária de retalho ao espanhol Bankinter.
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