Entre 2014 e 2017 foram formados 145 especialistas em anestesiologia, mas apenas 99 ficaram no Serviço Nacional de Saúde (SNS), de acordo com o Censos Anestesiologia 2017, da Ordem dos Médicos, citado pelo Público.
Esta realidade ajudou a agravar o número de anestesistas em falta nos serviços públicos, de 467 em 2014 para 514 no ano passado. No total, há 12 centros hospitalares, hospitais ou unidades locais de saúde onde são mais os anestesistas em falta do que aqueles a trabalhar nos serviços: Funchal, Litoral Alentejano, Baixo Alentejo, Norte Alentejano, Garcia de Orta (Almada), Lisboa Norte, Santarém, Médio Tejo (Tomar, Abrantes e Torres Novas), Cova da Beira (Covilhã e Fundão) e Figueira da Foz.
É nas administrações regionais de Saúde do Alentejo e do Algarve que as carências de anestesistas mais se acentuaram nos últimos anos. Os especialistas em falta passaram, em ambos os casos, de cerca de 114% e 104% do total de médicos anestesistas nos serviços para mais de 140%.
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, em declarações ao Público, identifica várias razões para a saída dos recém-especialistas do SNS. No entanto, destaca os atrasos recentes na abertura de concursos para a colocação dos médicos que concluíram o internato nas várias especialidades. O bastonário é corroborado pelo presidente do Colégio de Anestesiologia, Paulo Lemos, que acrescenta que, em Maio, «pouco mais de 50 novos especialistas terminaram a formação e o concurso para colocação ainda está por abrir», em declarações ao mesmo jornal.
«Quanto mais tempo esperam pelos concursos, mais médicos dão outro rumo à sua vida», conclui o bastonário da Ordem dos Médicos.
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