|greve

Valorsul só valoriza accionistas e trabalhadores partem para greve

A administração da Valorsul ofereceu seis milhões de euros em dividendos aos accionistas e, como tal, os trabalhadores partiram para a greve e exigem a real valorização dos salários e carreiras. 

É o espelho da luta de classes. Quem trabalha não é valorizado, quem tudo faz é desprezado e quem nada acrescenta é recompensado com dividendos de seis milhões de euros. Este é o resumo do que está a acontecer na Valorsul, empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos sólidos urbanos dos concelhos Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, detida pelo Grupo Mota-Engil.

Sentido esta profunda injustiça, os trabalhadores não se ficaram e identificando o comportamento da Comissão Executiva da Valorsul nas negociações que estavam em curso com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN), partiram hoje para a greve. 

A greve de um dia pretende combater a forma como a Mota-Engil conduziu todo o processo, uma vez que ao longo do processo negocial deu a entender que não pretende despender nem mais um cêntimo para valorizar os salários dos trabalhadores. O cúmulo do desprezo pelos trabalhadores deu-se ontem com a administração da empresa a não aparecer a uma reunião para negociar.

Os trabalhadores exigem o aumento dos salários; o reenquadramento salarial dos técnicos de sistemas de exploração; a redução do horário semanal para 35 horas; o aumento dos dias de férias, para os trabalhadores em horário geral; ou aplicação integral do Acordo de Empresa. Tendo todos estes elementos em conta, segundo o SITE CSRA, a administração encontrou «uma forma ardilosa de boicotar a negociação».

Alega o patronato que na negociação de 2023, apesar de ter assumido o compromisso de redução do horário semanal este ano, está tudo dependente da negociação da redução de direitos consagrados no Acordo de Empresa e da alteração estrutural dos horários. Estas intenções fariam mesmo com que alguns trabalhadores, apesar da redução nominal para as 35 horas semanais, passassem mais tempo na empresa.

Se os patrões não estão de boa-fé, os trabalhadores demonstram hoje como se luta. O braço de ferro parece que se irá manter, sendo a unidade dos trabalhadores o factor determinante para desbloquear todo o impasse. 
 

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui