Palavras leva-as o vento. Os patrões assumiram o compromisso «de tomar medidas e dar respostas à inflação, mas nada de concreto é conhecido», seja no que toca a 2022 ou a 2023, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CRSA/CGTP-IN), em comunicado enviado ao AbrilAbril.
Celebrando a vitória alcançada por estes trabalhadores, o SITE CRSA não se esquece do mais fundamental: «é necessário dar continuidade à campanha contra a precariedade». «Este resultado é a prova de que os trabalhadores organizados são mais fortes e estão mais protegidos para lutar pela melhoria das suas condições de vida e de trabalho», afirma, em comunicado a que o AbrilAbril teve acesso, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CRSA/CGTP-IN). A luta dos trabalhadores da Fima-Olá, em Santa Iria de Azóia (Loures), devolveu-lhes o direito à reunião no local de trabalho. No passado dia 9 aprovaram o caderno reivindicativo para o próximo ano. Segundo informação avançada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN), foi graças à luta dos trabalhadores, em que se inclui a greve realizada em Janeiro, e à persistência da estrutura sindical na empresa e da direcção do SITE CSRA que a Fima-Olá devolveu aos trabalhadores o direito a reunirem-se nas instalações da empresa, conforme estabelecido no Código do Trabalho. «Durante cerca de dois anos e meio, a administração fez sucessivas tentativas para dificultar o contacto dos dirigentes do sindicato com os trabalhadores e a acção sindical na empresa, impedindo a realização de plenários no interior das instalações», lê-se numa nota do sindicato. Entretanto, informa que no passado dia 9 os trabalhadores já realizaram plenários nos três turnos, nos quais discutiram e aprovaram o caderno reivindicativo para 2020. O aumento salarial de 90 euros para todos os trabalhadores é a reivindicação que encima o conjunto de exigências estabelecidas, a que se juntam, entre outras, a eliminação das discriminações salariais entre trabalhadores da mesma categoria e a passagem aos quadros da empresa de todos os funcionários com contratos a termo ou através de empresas de trabalho temporário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O sucesso das lutas destes trabalhadores é evidente: só «em 2021, mais de 50 trabalhadores da Fima-Olá passaram a ter vínculo efectivo», demonstrando a «importância de estar sindicalizado e participar na luta colectiva pelos direitos». «A luta contra a precariedade que tem sido desenvolvida dentro da empresa», sempre com organização e responsabilidade, através da apresentação de propostas concretas, «foi coroada de êxito pois contou sempre com a participação e o apoio dos trabalhadores e das suas organizações representativas». A Fima-Olá é detida pela multinacional britânica Unilever (em parceria com a Jerónimo Martins), que detém mais de 400 marcas por todo o mundo. Em 2020, a empresa teve um volume de negócios de mais de 51 mil milhões de dólares, estando presente em mais de 190 países, o que não impediu a administração de tentar boicotar a luta dos seus trabalhadores por melhores condições laborais. É indispensável garantir, reafirma o sindicato, «que a um posto de trabalho permanente corresponda sempre um contrato com vínculo efectivo». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Em 2021, mais de 50 trabalhadores da Fima-Olá passaram a efectivos
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Trabalhadores da Fima-Olá recuperam direitos laborais
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A Fima-Olá, responsável pela produção dos gelados de marca Olá, é detida pela multinacional britânica Unilever (em parceria com a Jerónimo Martins), que detém mais de 400 marcas por todo o mundo. Presente em mais de 190 países, a Unilever lucrou dezenas de milhares de milhões de euros em 2022.
Os sindicatos e os trabalhadores sentem o peso destes lucros só que infelizmente não é nos seus bolsos, apenas na carga de trabalho: «nos últimos anos, houve uma subida do volume de produção», alicerçada nos «lucros e os bons resultados dos accionistas, que batem sucessivos recordes».
Por isso mesmo, os trabalhadores dão amanhã, dia 11 de Janeiro de 2023, seguimento à decisão tomada colectivamente em plenário realizado a 19 de Dezembro de 2022, realizando uma greve de 24h. Dia 11, os trabalhadores vão ainda concentrar-se no Parque das Nações, em frente ao Oceanário de Lisboa, entre as 10h e as 13h, estando garantidos piquetes de greve em todas as mudanças de turno.
«Devido ao congelamento de salários, os trabalhadores perderam poder de compra nos últimos 13 anos». Na Fima-Olá exigem-se aumentos salariais em 2022 e 2023 (de 90 euros), substituindo as compensações na forma de prémios e de bónus, apoios erráticos, que deixam os trabalhadores à mercê das disposições dos patrões.
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