Inédita em Portugal, Trilogia de Alice foi escrita em 2005 e originalmente produzida pelo Royal Court Theatre, em Londres. A peça, revela A Escola da Noite num comunicado, «oferece-nos uma viagem por três momentos da vida de uma mesma personagem (Alice, uma doméstica casada com um banqueiro de sucesso, mãe de filhos), ao longo de três décadas e meia – entre os anos 80 do século XX e o início do século XXI».
A jornada, adianta Nuno Carinhas, relata a «peregrinação interior» desta mulher, através de «ligações, em tempos alternados, de experiências, de descobertas, de anseios» da personagem e de «breves relatos de vidas que se cruzam com a sua, respectivos gestos falhados e (des)ilusões».
«Talvez sejam só fantasmas em viagem, que transportam o desconforto da existência cheia de "desconhecido a que dão o nome de Deus"», acrescenta Carinhas, citando uma das frases de Alice. O encenador afirma que «esta Alice multiplicada está inscrita na linhagem do teatro irlandês das personagens femininas com voz, que se contam por direito e necessidade de partilha. Mulheres que combatem, com as palavras ditas, a dificuldade de existirem».
A peça de Tom Murphy foi o texto escolhido para encerrar as comemorações dos 30 anos d'A Escola da Noite e assinala o regresso de Nuno Carinhas ao trabalho com a companhia, três décadas depois de aí ter encenado Comédia Sobre a Divisa da Cidade de Coimbra, de Gil Vicente, em 1993.
Ao elenco residente do grupo (Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash) junta-se a actriz Rita Brütt, no papel de Alice.
A 75.ª criação d'A Escola da Noite tem estreia marcada para o próximo dia 27 de Março, Dia Mundial do Teatro, e cumprirá no Teatro da Cerca de São Bernardo a habitual temporada de quatro semanas.
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