No salão da Casa do Povo da Calheta de Nesquim, no concelho das Lajes do Pico, será realizada esta terça-feira, às 20h, uma iniciativa de homenagem ao escritor, onde, além de intervenções institucionais e de um momento musical, animado por um concerto da Filarmónica Lira Fraternal Calhetense e pela actuação do Grupo de Chamarritas da Casa do Povo das Ribeiras Beberete, será debatido o impacto da obra de Dias de Melo na literatura açoriana e na memória colectiva dos Açores.
Antes, pelas 18h, o Centro de Trabalho do PCP de Ponta Delgada, na Ilha de São Miguel, promove uma conversa em torno da vida e obra de José Dias de Melo, reconhecido também pela resistência à ditadura fascista, e pelo compromisso com a liberdade e a justiça social.
«A sua aproximação à terra, ao difícil e valoroso trabalho no mar e às gentes que habitavam estes espaços fazia adivinhar a sua militância no PCP», lê-se na página da CDU Açores no Facebook. Os comunistas têm agendada outra iniciativa de homenagem ao «escritor militante» no próximo dia 3 de Maio, no Auditório da Biblioteca Municipal Dias de Melo, nas Lajes do Pico.
Também a Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo (Ilha Terceira), celebra o centenário do nascimento de Dias de Melo. A mostra bibliográfica está patente ao público até 23 de Maio, na Sala de Leitura e Empréstimo Domiciliário, e pretende homenagear o legado literário e cultural do escritor picoense.
Autor de uma vasta e reconhecida obra literária, Dias de Melo desenvolveu uma carreira literária de 58 anos, iniciada em 1950 com o livro de poemas Toadas do Mar e da Terra. Seguiram-se Mar Rubro (1958) e Pedras Negras (1964), a sua obra mais conhecida, onde a pobreza insular, a guerra colonial e a emigração para o continente americano surgem como temas centrais. Seguem-se, entre outros, Na Memória das Gentes (1985), obra que retrata a sociedade picoense, O Autógrafo (1999) e o romance Milhas Contadas (2002).
José Dias de Melo, que foi também professor e colaborou com jornais açorianos, como O Telégrafo, Ilha, e Açoriano Oriental, e com o Diário de Notícias e o Diário de Lisboa, recebeu a Ordem do Infante D. Henrique, em 1990, e faleceu no dia 24 de Setembro de 2008.
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