|Ciência

China e Cuba desenvolvem vacina contra novas variantes da Covid-19

Cientistas chineses e cubanos estão a trabalhar conjuntamente para obter uma vacina que seja eficaz contra as diversas variantes do coronavírus.

O Interferón revelou-se um medicamento eficaz no tratamento (não na cura) da Covid-19, tendo sido adoptado pelas autoridades sanitárias chinesas no combate à doença
CréditosLiu Dawei / Xinhua

Segundo a informação divulgada este domingo pela agência Xinhua, os cientistas chineses e os do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), do país caribenho, estão a realizar o trabalho de pesquisa no Centro Conjunto de Investigação e Desenvolvimento, aberto no final de 2019 na cidade de Yongzhou (província de Hunan).

Gerardo Guillén, director das investigações biomédicas do CIGB, disse à Xinhua que o projecto surgiu por iniciativa chinesa, contando com a aprovação do Ministério cubano da Ciência e Tecnologia.

O produto que está a ser desenvolvido, conhecido como Pan-Corona, tem como objectivo proporcionar protecção contra as diversas variantes do coronavírus.

O também professor universitário destacou a «estratégia engenhosa» da proposta, que se baseia em combinar partes de vírus que são conservadas, e não tão expostas à variação, para gerar anticorpos com as dirigidas às respostas celulares.

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Vacinas: Soberana 02 avança para a fase III e Abdala está lá quase

Cuba conta com cinco candidatas a vacinas contra a Covid-19. A Soberana 02 iniciou esta segunda-feira a terceira fase dos testes clínicos em vários municípios de Havana. O processo deve demorar três meses.

Um trabalhador da saúde prepara uma seringa com uma dose da vacina da Pfizer-BioNTech contra a Covid-19, no Hospital do Santo Espírito, em Roma, Itália, a 2 de Janeiro de 2021
A Soberana 02 é a primeira vacina desenvolvida na América Latina a chegar à terceira fase dos testes clínicos CréditosFabio Frustaci / EPA

O anúncio foi feito na conta oficial de Twitter do Instituto Finlay, que lidera o projecto e também informou que, nesta etapa, os estudantes da Universidade de Havana e da Universidade Tecnológica de Havana José Antonio Echeverría irão dar apoio no que toca ao processamento de dados.

Dagmar García, directora de investigações do Instituto Finlay, destacou recentemente que a entrada da Soberana 02 na terceira fase dos testes é algo de inédito na história das vacinações em Cuba, tendo em conta o elevado número de voluntários (mais de 44 mil) e os resultados positivos alcançados nas etapas clínicas anteriores.

O estudo, que tem nos seus objectivos a avaliação da eficácia do produto, abrange indivíduos com idades entre os 19 e os 80 anos, em oito municípios de Havana, para os quais já estão prontas as 320 mil doses necessárias.

María Eugenia Toledo, investigadora principal do teste clínico, explicou à Prensa Latina que os voluntários serão vigiados até completar os 28 dias entre uma dose e a seguinte.

Desta etapa estão excluídas, entre outras, as grávidas, mulheres em fase pós-parto e amamentação, pessoas com doenças cancerígenas ou com doenças crónicas que limitem a vacinação, pessoas com HIV cuja carga viral seja detectável, assim como pessoas com doenças febris ou infecciosas agudas nos sete dias anteriores à administração da vacina ou no momento da sua aplicação, refere a agência.

Duração prevista de 90 dias e a Abdala à espreita

Os cientistas do Instituto Finlay referiram que o estudo deverá ter uma duração de 90 dias a partir da última dose administrada. Numa entrevista ao portal peruano Exitosa Noticias, o director do instituto, Vicente Vérez, estimou que o processo esteja concluído em meados do ano e que a vacinação massiva com a Soberana 02 possa avançar em Julho.

No site constam ainda declarações do ministro da Saúde do Peru, Óscar Ugarte, que dão conta do interesse do país sul-americano pelo desenvolvimento das vacinas Soberana 02 e Abdala, as mais avançadas das cinco candidatas cubanas a vacinas contra o vírus SARS-COV-2.

A Soberana 02 entrou na terceira etapa de testes depois de receber luz verde do Centro para o Controlo Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed), a entidade reguladora do processo.

Ao abordar a questão no programa de TV «Mesa Redonda», o director de Ciência e Inovação do Grupo Empresarial BioCubaFarma, Rolando Pérez Rodríguez, qualificou o facto como «um marco», uma vez que o imunógeno referido é o primeiro desenvolvido na América Latina que chega a esta etapa, indica o diário Granma.

Disse ainda esperar que o Cecmed dê autorização para que a Abdala também inicie este mês a terceira etapa dos testes clínicos.

Mais de 300 candidatas a nível mundial

Segundo dados oficiais, referidos pelo Grama, a 1 de Março último havia 308 candidatas a vacinas contra a Covid-19, 81 das quais em fases de testes; destas, 16 estavam na terceira etapa, sem contar com a Soberana 02 e a Abdala, que vão fazer subir essa lista para 18.

No portal da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 15 vacinas registadas ou com autorização para uso de emergência.

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«É uma estratégia que poderá facultar protecção contra emergências epidemiológicas de novas variantes do coronavírus que possam existir no futuro», indicou Guillén, explicando que não se pretende fazer uma «super-vacina», embora tenha admitido que se está a tentar criar um fármaco mais complexo que os actuais.

Guillén explicou ainda que outros investigadores cubanos aguardam que as condições de viagem para o estrangeiro melhorem, de modo a poderem integrar-se no centro de pesquisa de Yongzhou e dinamizar mais o projecto.

Destacou, além disso, o bom estado dos laços bilaterais com a China no campo biotecnológico, sendo que Cuba contribui com pessoal e experiência na área, e a parte chinesa apresenta «capacidade científica, equipamento, logística e recursos».

A montagem do centro conjunto de inovação biotecnológica de Yongzhou foi concluída o ano passado com equipamentos e laboratórios concebidos por especialistas da Ilha.

Fruto da cooperação bilateral, ali se irão desenvolver projectos e tecnologias obtidos pelos cientistas de Cuba.

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