Um grupo de homens armados matou, ontem, o camponês e dirigente indígena Jaiber Alexander Quitumbo Ascue, de 30 anos de idade, que residia na província do Norte no departamento do Cauca (Sudoeste da Colômbia).
O senador Feliciano Valencia divulgou a morte do jovem indígena numa mensagem que publicou na sua conta de Twitter: «Assassinado com arma de fogo na sua parcela na Vereda Vichiquí, resguardo de Toribío, Cauca; desconhecem-se motivos e responsáveis», escreveu o congressista colombiano.
Num comunicado, o Conselho Regional Indígena do Cauca (CRIC) explicou que os factos ocorreram quando o dirigente se encontrava na sua zona de trabalho agrícola, a 50 metros de casa, local onde teriam acorrido homens armados, que dispararam vários tiros contra ele.
«Preocupa o nível de assassinatos em territórios indígenas no Norte do Cauca», alerta o CRIC. «Em comparação com os registados em Janeiro de 2019, há um aumento de sete casos, o que é sem dúvida um nível alarmante para as comunidades», afirma o organismo.
«Exigimos ao Estado colombiano que tome medidas adequadas, eficazes e concertadas de protecção e respeito territorial. Reiteramos o apelo à comunidade nacional e internacional para que estejam atentos e denunciem esta situação territorial», acrescentou o CRIC.
De acordo com uma lista divulgada pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), desde o início do ano foram assassinados na Colômbia 19 dirigentes sociais e um signatário dos acordos de paz.
Provedoria de Justiça: 555 assassinatos em quatro anos
Carlos Negret, Provedor de Justiça da Colômbia, afirmou ontem que, nos últimos quatro anos, foram assassinados no país andino 555 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos.
De acordo com a contagem efectuada pelo organismo estatal, em 2019, até 31 de Outubro, registaram-se 118 casos de assassinato. Outros 15 casos estão em processo de verificação, ocorridos nos dois últimos meses do ano.
Negret destacou que os 555 homicídios registados entre 2016 e 2019 na Colômbia «deixam uma profunda ferida nos direitos humanos e na democracia» do país, informa a Prensa Latina.
Os dados recolhidos do Indepaz, relativos ao período entre 1 de Janeiro de 2016 e 20 de Julho de 2019, apontam para números mais elevados, tendo então o instituto informado que foram assassinados na Colômbia 738 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos – 627 dos quais desde a assinatura do acordo de paz firmado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP).
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