Num comunicado divulgado este sábado, o SJP condenou o ataque contínuo a jornalistas palestinianos por parte das forças de ocupação, revelando que, só no mês passado, as tropas israelitas levaram a cabo 84 violações, ataques e crimes contra os trabalhadores da imprensa.
A maior parte dos casos teve lugar na Faixa de Gaza, onde pelo menos dez jornalistas palestinianos foram mortos. Cinco das vítimas foram assassinadas numa viatura de transmissão, no Centro do enclave.
A Comissão de Liberdades do sindicato dá também conta da morte de oito familiares e da destruição de três casas de jornalistas, bem como de ferimentos graves em cinco jornalistas, devido a estilhaços e tiros.
O organismo – refere a Al Mayadeen – sublinhou igualmente que cerca de duas dezenas de jornalistas foram detidos e impedidos de fazer a cobertura de determinados eventos, enquanto outros sete foram aprisionados. Foram documentados 11 casos de disparos com fogo real contra jornalistas palestinianos.
Além disso, dez trabalhadores da imprensa foram brutalmente espancados no mês de Dezembro, período em que foram registados três casos de apreensão de equipamentos.
O comunicado destacou ainda o facto de os jornalistas terem sido submetidos a múltiplas formas de agressão e intimidação, em que se incluem ameaças directas com armas, exposição a gases tóxicos, julgamentos injustos, multas pecuniárias, proibições de deslocação, interrogatórios e tentativas de ataque com viaturas.
No passado dia 3, indica a Al Mayadeen, o gabinete de imprensa das autoridades em Gaza referiu que o número de jornalistas palestinianos mortos pelas forças israelitas de ocupação, desde 7 de Outubro de 2023, tinha chegado a 202.
Protesto na Cidade do Cabo contra ataques israelitas a hospitais em Gaza
Os profissionais da saúde sul-africanos estão a chamar a atenção para a situação crítica do sistema de saúde em Gaza, gravemente afectado pela ofensiva israelita.
Este sábado, concentraram-se frente a um hospital pediátrico da Cidade do Cabo (África do Sul), onde denunciaram os ataques sionistas contra os centros hospitalares palestinianos e exigiram «uma intervenção internacional mais forte», depois da destruição do Hospital Kamal Adwan e da detenção do seu director, Abu Hussam Safiya.
Em declarações à PressTV, uma médica disse: «Tentar fazer um trabalho muito, muito, muito difícil num ambiente onde não tenho acesso àquilo de que preciso e onde posso ser bombardeada a qualquer momento é na verdade inconcebível para mim.»
Outra, igualmente presente na mobilização, destacou que o que se passa nos hospitais em Gaza «é realmente bárbaro» e que aquilo que as forças israelitas estão a fazer é «uma violação de quaisquer direitos humanos».
Na concentração também se exigiu a libertação imediata do director do Hospital Kamal Adwan, Abu Hussam Safiya, preso no passado dia 27 de Dezembro e sobre cuja situação o director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou preocupação.
«É um herói. Quer dizer, se olharmos para ele, a forma como ele dirigia o hospital e liderava tudo naquele hospital desde o topo, era absolutamente admirável. Não creio que nós, sul-africanos, ou quaisquer outros profissionais de saúde no mundo fossem capazes de fazer o que os palestinianos fazem. A sua resistência está noutro nível», destacou na concentração a fisioterapeuta Nazreena Hassim.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui