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Forças israelitas de ocupação mataram 193 jornalistas em Gaza em 14 meses

No contexto da agressão israelita ao enclave, 193 jornalistas perderam a vida, denunciou uma fonte do sector. Os massacres sionistas na Faixa de Gaza continuam, evidenciando o «fracasso» internacional.

Grupo em redor do corpo do jornalista da Al Jazeera Ismail al-Ghoul, que foi morto com o seu operador de câmara, Rami al-Refee, num ataque israelita no Norte da Faixa de Gaza, a 31 de Julho de 2024 Créditos / PressTV

O Fórum dos Jornalistas Palestinianos revelou, em comunicado, que a mais recente vítima mortal é Eman al-Shanti, locutora da Al-Aqsa Voice Radio, na sequência de um ataque à casa da sua família, na Cidade de Gaza, perpetrado esta quarta-feira.

Al-Shanti morreu como resultado de um «traiçoeiro bombardeamento israelita», que reflecte a estratégia de «calar a opinião pública», afirma o organismo, criticando o «silêncio internacional e a incapacidade de proteger os jornalistas palestinianos, para lhes permitir desempenhar as suas funções profissionais».

«É inaceitável que os jornalistas não possam realizar o seu trabalho de acordo com as leis internacionais e as convenções humanitárias», afirma o texto, citado pela TeleSur.

«O objectivo dos ataques contra o sector é silenciar qualquer outra narrativa que pudesse desafiar a versão israelita», afirmou recentemente Shorouk Al-Asaad, membro da secretaria-geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.

De acordo com esta entidade, nos primeiros 12 meses da agressão israelita à Faixa de Gaza, as forças de ocupação executaram 1600 ataques contra os comunicadores e órgãos de imprensa nos territórios ocupados, incluindo sedes e escritórios da Al Jazeera, da Palestina TV, da agência noticiosa Maan e dos jornais Al Quds e Al Ayyam.

Este ano, lembra a Prensa Latina, o Prémio Guillermo Cano para a liberdade de imprensa, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi atribuído aos jornalistas palestinianos que cobrem a ofensiva sionista na Faixa de Gaza.

«Massacre de Nuseirat reflecte o fracasso da comunidade internacional»

Numa nota, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros condenou o ataque israelita de quinta-feira à noite contra o campo de refugiados de Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, que provocou pelo menos 33 mortos e cerca de meia centena de feridos.

Grupo de pessoas frente ao Hospital Mártires de al-Aqsa, em Deir al-Balah, junto aos corpos de vítimas de um bombardeamento israelita contra o campo de refugiados de Nuseirat, no Centro da Faixa de Gaza // Abdul Kareem Hana / Al Jazeera

Para a diplomacia palestiniana, o ataque é uma consequência directa do «fracasso da comunidade internacional em implementar as suas resoluções e compromissos», o que «encoraja a ocupação a intensificar os seus crimes e a prosseguir a destruição sistemática de Gaza».

No documento emitido esta sexta-feira e divulgado pela Wafa, o ministério denunciou ainda que a campanha em curso no Norte do enclave e na Cidade de Gaza «faz parte de uma política deliberada para erradicar a vida palestiniana do território».

Fontes médicas informaram que esta quinta-feira foi um dos dias mais mortíferos, com os ataques incessantes das forças de ocupação a provocarem pelo menos 70 mortos.

Ao procederem à actualização diária de dados, as autoridades de saúde no enclave costeiro revelaram que, desde 7 de Outubro de 2023, a agressão israelita provocou pelo menos 44 857 mortos e 106 454 feridos – sendo a maior parte das vítimas mulheres e crianças.

As mesmas fontes, indica a Wafa, continuam a alertar para a impossibilidade de os serviços de emergência (ambulâncias e o que resta da protecção civil) acederem aos feridos e aos corpos sob os escombros ou espalhados pelas ruas, devido à intensidade dos bombardeamentos e às restricções impostas ao movimento das equipas.

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