O Fórum dos Jornalistas Palestinianos revelou, em comunicado, que a mais recente vítima mortal é Eman al-Shanti, locutora da Al-Aqsa Voice Radio, na sequência de um ataque à casa da sua família, na Cidade de Gaza, perpetrado esta quarta-feira.
Al-Shanti morreu como resultado de um «traiçoeiro bombardeamento israelita», que reflecte a estratégia de «calar a opinião pública», afirma o organismo, criticando o «silêncio internacional e a incapacidade de proteger os jornalistas palestinianos, para lhes permitir desempenhar as suas funções profissionais».
«É inaceitável que os jornalistas não possam realizar o seu trabalho de acordo com as leis internacionais e as convenções humanitárias», afirma o texto, citado pela TeleSur.
«O objectivo dos ataques contra o sector é silenciar qualquer outra narrativa que pudesse desafiar a versão israelita», afirmou recentemente Shorouk Al-Asaad, membro da secretaria-geral do Sindicato dos Jornalistas Palestinianos.
De acordo com esta entidade, nos primeiros 12 meses da agressão israelita à Faixa de Gaza, as forças de ocupação executaram 1600 ataques contra os comunicadores e órgãos de imprensa nos territórios ocupados, incluindo sedes e escritórios da Al Jazeera, da Palestina TV, da agência noticiosa Maan e dos jornais Al Quds e Al Ayyam.
Este ano, lembra a Prensa Latina, o Prémio Guillermo Cano para a liberdade de imprensa, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), foi atribuído aos jornalistas palestinianos que cobrem a ofensiva sionista na Faixa de Gaza.
«Massacre de Nuseirat reflecte o fracasso da comunidade internacional»
Numa nota, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros condenou o ataque israelita de quinta-feira à noite contra o campo de refugiados de Nuseirat, na região central da Faixa de Gaza, que provocou pelo menos 33 mortos e cerca de meia centena de feridos.
Para a diplomacia palestiniana, o ataque é uma consequência directa do «fracasso da comunidade internacional em implementar as suas resoluções e compromissos», o que «encoraja a ocupação a intensificar os seus crimes e a prosseguir a destruição sistemática de Gaza».
No documento emitido esta sexta-feira e divulgado pela Wafa, o ministério denunciou ainda que a campanha em curso no Norte do enclave e na Cidade de Gaza «faz parte de uma política deliberada para erradicar a vida palestiniana do território».
Fontes médicas informaram que esta quinta-feira foi um dos dias mais mortíferos, com os ataques incessantes das forças de ocupação a provocarem pelo menos 70 mortos.
Ao procederem à actualização diária de dados, as autoridades de saúde no enclave costeiro revelaram que, desde 7 de Outubro de 2023, a agressão israelita provocou pelo menos 44 857 mortos e 106 454 feridos – sendo a maior parte das vítimas mulheres e crianças.
As mesmas fontes, indica a Wafa, continuam a alertar para a impossibilidade de os serviços de emergência (ambulâncias e o que resta da protecção civil) acederem aos feridos e aos corpos sob os escombros ou espalhados pelas ruas, devido à intensidade dos bombardeamentos e às restricções impostas ao movimento das equipas.
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