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Greve geral paralisou Hebron contra o plano israelita de um novo colonato

A população palestiniana de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia ocupada, aderiu de forma massiva, esta segunda-feira, à greve geral de protesto contra os planos de Israel de construir um novo colonato na cidade.

Uma loja fechada em Hebron durante a greve geral de protesto contra o plano israelita de construção de um novo colonato na cidade
Créditos / Middle East Eye

Lojas, escolas, instituições municipais e governamentais mantiveram-se encerradas – referem a agência Wafa e o portal palinfo.com – no contexto da greve geral de ontem, que foi convocada pelo Movimento de Libertação Nacional da Palestina – Fatah, predominante na Autoridade Palestiniana.

A paralisação foi acompanhada por protestos, sobretudo na zona de Bab al-Zawiya, que as forças israelitas reprimiram com gás lacrimogéneo. Como consequência, dezenas de pessoas sofreram os efeitos da inalação do gás.

A greve surgiu na sequência da aprovação a 1 de Dezembro último, pelo ministro israelita da Defesa, Naftali Bennett, de um novo colonato em Hebron, com a construção de 70 apartamentos, que poderiam duplicar a população de colonos israelitas na cidade.

Então, o secretário-geral do Comité Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, afirmou na sua conta de Twitter que «a decisão de Israel de construir um novo colonato ilegal na [cidade de] Hebron ocupada é o primeiro resultado palpável da decisão norte-americana de legitimar a colonização», tendo sublinhado que a medida «não pode ser retirada do contexto [da] anexação».


As observações de Erekat aludem ao facto de, no passado dia 18 de Novembro, o secretário norte-americano de Estado, Mike Pompeo, ter afirmado que «a criação de colonatos civis israelitas na Cisjordânia não é, por si só, inconsistente com o direito internacional», reconhecendo desse modo como «legal» o expansionismo sionista em Jerusalém e na Margem Ocidental.

A cidade de Hebron – lembra o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) – está dividida em duas áreas: a H1, controlada pela Autoridade Palestiniana, que compreende cerca de 80% da cidade e onde vivem cerca de 175 mil palestinianos; e a H2, controlada por Israel, onde cerca de 800 colonos judeus israelitas, particularmente violentos, vivem no meio de cerca de 40 mil palestinianos.

Actualmente, mais de 600 mil israelitas vivem em cerca de 230 colonatos nos territórios palestinianos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, ocupados desde 1967. Estes colonatos são considerados ilegais à luz do direito internacional, nomeadamente da IV Convenção de Genebra e da resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU.

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