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|Síria

Missão arqueológica sírio-italiana retoma escavações após 13 anos de interrupção

A missão arqueológica sírio-italiana no sítio arqueológico de Ebla iniciou, a semana passada, a sua primeira fase de trabalhos de escavação depois de um interregno de 13 anos, devido à guerra imposta à Síria.

Vista da cidade antiga de Ebla Créditos / Wikipédia (domínio público)

Numa visita de campo ao local, na província de Idlib, a cerca de 55 km de Alepo, o especialista Davide Nadali, da missão italiana, apresentou à ministra síria da Cultura, Lubana Mashwah, uma explicação do plano de trabalho da delegação.

Segundo refere a Sana, um dos objectivos passa por recorrer a jovens investigadores sírios para realizar o trabalho previsto.

Por seu lado, Hammam Saad, director de Escavações na Direcção Geral de Antiguidades e Museus (DGAM), prestou informações sobre os danos que a guerra terrorista provocou no local.

O especialista Davide Nadali, da missão italiana, com a ministra síria da Cultura, Lubana Mashwah / Sana

Saad explicou ainda que a missão irá proceder à classificação dos escombros resultantes da destruição de parte da antiga muralha da cidade, com o objetivo de encontrar peças arqueológicas, de as preservar e proteger.

Regresso dos arqueólogos italianos a Ebla, também para encarar a destruição

A boa notícia do regresso a Ebla, um dos sítios que atestam a riqueza arqueológica da Síria, foi transmitida há já um ano pelo arqueólogo italiano Paolo Matthiae (Roma, 1940), que em 1964 foi responsável pela descoberta da cidade antiga.

O arqueólogo e académico da Universidade La Sapienza de Roma revelou à Ansa que alguns membros da missão italiana iriam regressar ao sítio – em Tell Mardikh, a sul de Alepo – pela primeira vez desde 2010.

«Serão necessários pelo menos três anos para recuperar os locais de trabalho, juntamente com o financiamento adequado», disse Matthiae, que, depois de trabalhar incessantemente para manter a atenção centrada no património cultural da Síria, que foi danificado pela guerra e pelo terrorismo, fez um apelo a La Sapienza e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano para garantirem «todas as dotações de financiamento necessárias».

A devastação em Ebla começou em 2014, quando os terroristas da Al-Qaeda assumiram o controlo do parque arqueológico e o devastaram com túneis, trincheiras e bunkers que «desenraizaram o terreno arqueológico, sobretudo na Cidade Baixa do grande e antigo centro urbano que foi construída entre 2500 e 1600 a.C.», explicou o arqueólogo à agência italiana.

Só no final de 2019 é que o governo sírio retomou gradualmente o controlo da região; desde então, revela a fonte, os funcionários da DGAM têm feito um esforço excepcional para verificar os danos, documentando-os e fotografando, inclusive com drones, a grande oval que delineia as fronteiras daquela que foi em tempos uma das mais poderosas e prósperas cidades-estado do antigo Próximo Oriente.

«A boa notícia é que o parque arqueológico nunca foi bombardeado», frisou o arqueólogo italiano.

Uma descoberta de grande significado para a Síria

Poderosa como a Acádia de Sargão, o Grande, temida e respeitada pelos faraós do Império Antigo, a Ebla da Síria permaneceu enterrada em mistério durante milénios, recorda a Ansa, antes de sublinhar o impacto da sua descoberta – das que mudam a história –, sobretudo a partir de 1975, quando escavações trouxeram à luz intactas as tabuinhas de Ebla, quase todas do arquivo real de 2350 a.C., com 17 mil itens de inventário registados em escrita cuneiforme.

Originalmente, eram 5000 textos, que, nestes anos longe da Síria, a missão italiana catalogou e estudou, publicando a maior parte.

Entre outras coisas, a redescoberta de Ebla devolveu à Síria uma identidade histórica muito antiga de que se pode orgulhar. «É um sítio arqueológico que potencialmente ainda tem muito para oferecer», sublinhou Matthiae, estimando que apenas 10% do mesmo tenha sido escavado.

Preocupações que subsistem

O «descobridor» de Ebla destaca o saque violento a que o local foi submetido nos anos da guerra e mostra-se preocupado com o destino de muitos dos «achados fabulosos», incluindo muitas tabuinhas.

«Temos a certeza de que pelo menos algumas das tábuas foram roubadas ou destruídas», disse Matthiae, que também se referiu, em sentido contrário, ao facto de estes tesouros terem sido fotografados e catalogados.

«O que é importante é que, depois de muitos anos de silêncio e destruição, começou um novo começo para Ebla», frisou o arqueólogo romano.

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