Sendo a segunda maior cidade da província de Idlib, Maarat an-Numan foi ocupada por grupos terroristas em 2012, tornando-se conhecida como um dos seus principais bastiões. Em Janeiro deste ano, na sequência de intensos confrontos, o Exército Árabe Sírio e forças aliadas conseguiram reconquistar a cidade – no contexto de uma grande ofensiva antiterrorista nas províncias de Alepo e Idlib.
Antes da guerra, o museu da cidade era um dos pontos incontornáveis para qualquer viajante, até porque o edifício que ocupa é também uma estrutura histórica, uma antiga pousada – caravançarai – para viajantes, construída no século XVI.
O museu foi bastante atingido. Hoje, ao entrar no edifício, as grandes paredes estão cheias de sacos de areia empilhados, refere a agência Xinhua. Por trás, estão os tesouros históricos dos mosaicos, que datam de um período que vai do século II ao século VII d.C.
Alguns estão quase completamente tapados pela densa barreira de sacos; outros ficaram meio à mostra. Para as autoridades, os elementos mais importantes do museu são os mosaicos, uma vez que, se forem danificados, o dano é irreparável.
«Foi uma alegria encontrar a maior parte dos mosaicos salvos»
Ghazzy Alolo, responsável arqueológico em Idlib, disse à Xinhua que as coisas no museu ficaram fora de controlo em 2012, quando os terroristas se estavam a espalhar pela província.
Os artefactos mais pequenos foram levados para caves, enquanto os mosaicos foram protegidos com a ajuda de trabalhadores do Departamento das Antiguidades e dos habitantes locais, sobretudo jovens de Maarat an-Numan, que ajudaram a colocar os sacos de areia junto aos mosaicos, relatou.
As peças de vidro foram mais danificadas, na sequência dos bombardeamentos e das batalhas, contou; as de cerâmica sofreram danos menores.
Alolo diz que «foi uma alegria encontrar a maior parte dos mosaicos salvos», ao entrar no museu pela primeira vez depois de o Exército ter reconquistado a cidade. O responsável explica que os mosaicos foram também cobertos «com uma camada de tecido» e que essa é uma das razões pelas quais resistiram.
O edifício do museu sofreu danos severos e necessita de obras urgentes de recuperação. «Algumas paredes e corredores têm rachas e há buracos nos tectos. Por isso, é preciso uma operação de emergência para o salvar e reparar o que foi destruído», sublinhou.
O restauro pode ser feito com o conhecimento e a capacidade dos sírios, uma vez que a Síria possui equipas preparadas para lidar com estes casos e tendo em conta que os danos foram documentados, declarou Alolo.
«Se fossem os mosaicos, então não havia nada a fazer; não há maneira de os recuperar», disse à Xinhua, destacando o papel desempenhado pelos sacos de areia.
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