Milhares de estudantes do ensino superior e secundário voltaram ontem às ruas para protestar contra a reforma da educação do governo liderado por Michelle Bachelet. Como tinha acontecido no mês passado, a Polícia voltou a fazer uso da força, recorrendo a canhões de água e a gás lacrimogéneo.
A HispanTV refere que foi a própria Polícia a gerar os «incidentes ao longo da marcha, desgastando-a para no final investir contra tudo e todos». O protesto não tinha sido autorizado pelas autoridades, o que levou Gabriel Iturra, presidente da Federação de Estudantes da Universidade Central (Feucen) a declarar: «Não sabemos se estamos a viver realmente numa “ditadura académica” onde estudantes e professores não podem manifestar-se ou pronunciar-se contra algo que lhes parece mal», refere a Telesur.
O projecto de lei em causa deu entrada no Congresso a 5 de Julho, dia em que os estudantes também se manifestaram para denunciar o seu carácter lucrativo, na medida em que reforça a educação como um negócio. Esta preocupação voltou a estar presente nos protestos de ontem. A proposta está agora a ser debatida.
Os estudantes afirmam ainda que a reforma de Bachalet não cumpre as expectativas e promessas do governo. A presidente, que voltou ao poder em 2014, anunciou que o ensino superior seria gratuito a partir de 2016. Para que tal aconteça os estudantes dizem ser necessária uma nova reforma fiscal e o fim de um sistema que privilegia o subfinanciamento, chegando a financiar mais as universidades privadas que as públicas.
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