Mario Aguilar, presidente do Colégio de Professores do Chile, classificou como um «êxito» e «enorme» a mobilização de ontem na capital, Santiago, que, de acordo com os organizadores, reuniu mais de 75 mil pessoas, provenientes de vários pontos do país. Mesmo as forças policiais, que costumam fazer as contas por baixo, referiram a presença de 45 mil manifestantes.
No início da mobilização, Aguilar sublinhou que os docentes continuam dispostos a dialogar com o governo, que responsabilizou pelo prolongamento da greve, uma vez que o Ministério da Educação não responde às reivindicações dos docentes em defesa da Educação Pública.
Se a ministra da Educação permanece em silêncio face à greve por tempo indeterminado que os docentes chilenos iniciaram na segunda-feira passada, o subsecretário Raúl Figueroa deu a cara e falou, mas para sublinhar que o Ministério «espera que os professores regressem às aulas» e que «a paralisação das actividades é incompatível com o objectivo de melhorar a qualidade da Educação», refere a Prensa Latina.
Por seu lado, os docentes preparam-se para uma segunda semana de greve, que, ao longo desta primeira semana, foi ganhando força, com o apoio de várias escolas que, na capital, foram interrompendo as actividades.
Um apoio declarado desde o início à paralisação dos docentes foi o de organizações de estudantes do Ensino Superior e Secundário, que têm estado a realizar protestos por sua iniciativa.
Contra o abandono da Educação Pública
O Colégio dos Professores critica a falta de vontade do Ministério em reconhecer as horas extra aos docentes e em atribuir-lhes um subsídio de reforma, situação que, em seu entender, irá levar ao atraso do processo de reforma de muitos professores (porque as reformas são muito baixas).
O reconhecimento dos professores de educação especial e o fim da discriminação nas avaliações dos docentes são também exigidos pelos docentes, que não aceitam a reforma curricular proposta pelo governo de Sebastián Piñera, nomeadamente no que respeita às disciplinas de História, Educação Física e Artes (que se tornam opcionais no Ensino Médio), segundo refere o portal radio.uchile.cl.
A necessidade de «atender ao estado de abandono em que se encontra a Educação pública» é igualmente destacada pelo Colégio dos Professores, que afirma que a Educação «está a cair aos bocados», no nível secundário, e denuncia um «estado de abandono» a que a ministra da tutela, Marcela Cubillos, não dá resposta.
Outras reivindicações dos docentes prendem-se com a falta de condições e a falta de material nos estabelecimentos (pragas de ratos, falta de higiene nas casas-de-banho e ausência de material pedagógico, três meses depois de as aulas terem começado – em Março).
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