Em comunicado divulgado na sua conta de Twitter (X), o organismo que tem Pérez Esquivel como presidente honorário e vitalício classificou como «brutal repressão» a intervenção, na quarta-feira, dos agentes da Gendarmeria, da Prefeitura Naval, da Polícia Federal e da Segurança Aeroportuária contra reformados, trabalhadores, apoiantes de equipas de futebol, membros de organizações sindicais, sociais e políticas e repórteres da imprensa.
«Exigimos ao presidente Javier Milei e à sua ministra [da Segurança) Patricia Bullrich que respeitem o direito ao protesto e recordamos-lhes que os estados têm a obrigação de garantir direitos, não de os violar», refere o texto.
«Todas as quartas-feiras, os reformados são vítimas de violência, mas como, na véspera, estiveram acompanhados solidariamente por diversos grupos e adeptos de vários clubes, houve um desmedido dispositivo de agentes e veículos de todos os tipos e tamanhos», explica o comunicado.
«Como resultado, houve um número significativo de pessoas espancadas, gravemente feridas e detidas», acrescenta.
Sobre a intervenção das «chamadas "forças de segurança" na marcha dos reformados», o Serpaj diz não se lembrar de «uma violência desta magnitude contra o povo há tempos».
«Esta realidade que vivemos faz-nos duvidar se realmente estamos perante um Estado de direito, num sistema democrático e representativo», indica o organismo.
Também exige a detenção e o processamento judicial de «todos os responsáveis materiais e políticos desta gravíssima violação dos direitos humanos».
Como resultado da intervenção policial na marcha dos reformados desta quarta-feira, em Buenos Aires, pelo menos 114 pessoas foram detidas, mas, ao contrário de outros casos nos tempos de Milei, foram libertados de imediato, por ordem da juíza Karina Andrade.
A magistrada entendeu que estava «em jogo um direito constitucional fundamental como é o direito ao protesto».
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