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Serviço Paz e Justiça repudia intervenção policial em Buenos Aires

O Serviço Paz e Justiça (Serpaj) da Argentina condenou esta quinta-feira a repressão levada a cabo pelas forças de segurança contra manifestantes que defendiam junto ao Congresso os direitos dos reformados.

CréditosEdgado Gómez / Tiempo Argentino

Em comunicado divulgado na sua conta de Twitter (X), o organismo que tem Pérez Esquivel como presidente honorário e vitalício classificou como «brutal repressão» a intervenção, na quarta-feira, dos agentes da Gendarmeria, da Prefeitura Naval, da Polícia Federal e da Segurança Aeroportuária contra reformados, trabalhadores, apoiantes de equipas de futebol, membros de organizações sindicais, sociais e políticas e repórteres da imprensa.

«Exigimos ao presidente Javier Milei e à sua ministra [da Segurança) Patricia Bullrich que respeitem o direito ao protesto e recordamos-lhes que os estados têm a obrigação de garantir direitos, não de os violar», refere o texto.

«Todas as quartas-feiras, os reformados são vítimas de violência, mas como, na véspera, estiveram acompanhados solidariamente por diversos grupos e adeptos de vários clubes, houve um desmedido dispositivo de agentes e veículos de todos os tipos e tamanhos», explica o comunicado.

«Como resultado, houve um número significativo de pessoas espancadas, gravemente feridas e detidas», acrescenta.

O fotógrafo Pablo Grillo foi atingido na cabeça com um cartucho de gás lacrimogéneo, que lhe provocou uma fractura, e foi operado de emergência // Leandro Teysseire / Página12

Sobre a intervenção das «chamadas "forças de segurança" na marcha dos reformados», o Serpaj diz não se lembrar de «uma violência desta magnitude contra o povo há tempos».

«Esta realidade que vivemos faz-nos duvidar se realmente estamos perante um Estado de direito, num sistema democrático e representativo», indica o organismo.

Também exige a detenção e o processamento judicial de «todos os responsáveis materiais e políticos desta gravíssima violação dos direitos humanos».

Como resultado da intervenção policial na marcha dos reformados desta quarta-feira, em Buenos Aires, pelo menos 114 pessoas foram detidas, mas, ao contrário de outros casos nos tempos de Milei, foram libertados de imediato, por ordem da juíza Karina Andrade.

A magistrada entendeu que estava «em jogo um direito constitucional fundamental como é o direito ao protesto».

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