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Vice-ministro dos Negócios Estrangeiros apresentou conclusões da investigação síria ao ataque de Khan Shaykhoun

Síria acusa coligação ocidental de fornecer armas químicas a terroristas

O vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Faisal Mekdad, afirmou esta quarta-feira que as armas químicas usadas no ataque a Khan Shaykhun são de fabrico britânico e norte-americano.

Na madrugada de 7 de Abril, a Marinha norte-americana atacou uma base aérea das Forças Armadas sírias, com base em acusações não provadas de que teriam saído daquela instalação militar os aviões que conduziram o ataque químico sobre Khan Shaykhoun
CréditosFord Williams / US Navy

Numa conferência de imprensa, ontem, no Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, Mekdad revelou que as investigações do governo sírio, com apoio de organizações não-governamentais estrangeiras, concluíram que os agentes tóxicos encontrados em Alepo e Damasco foram fabricados por empresas do Reino Unido e dos EUA, de acordo com a PressTV, que cita a agência noticiosa SANA.

O governante sírio acrescentou ainda que foram detectados «materiais químicos de fabrico turco» na posse de forças terroristas na Síria. Mekdad acusou os EUA, o Reino Unido e os seus aliados de fornecerem «materiais tóxicos e armas de todo o tipo» aos grupos terroristas, em violação da Convenção sobre Armas Químicas.

As autoridades sírias querem que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) investigue os EUA, o Reino Unido e a Turquia e lembra que convidou uma missão da OPAQ para investigar o ataque a Khan Shaykhun (perto de Alepo), a 4 de Abril, e que a organização recusou.

A 7 de Abril, um navio norte-americano estacionado no Mediterrâneo disparou 59 mísseis sobre a base aérea de Shayrat, com o argumento que teriam partido daquela instalação os aviões da Força Aérea síria que conduziram o ataque químico.

Mekdad reafirmou que a República Árabe Síria não dispõe de quaisquer armas químicas, tendo o seu arsenal sido destruído em 2013, após um acordo que envolveu a Rússia e os EUA, sob supervisão da OPAQ.

Em reacção, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, considerou que o abastecimento de materiais químicos a grupos terroristas está «para lá do que alguém pode compreender», reporta a TASS.

«Agora podemos observar o seu compromisso com o direito internacional e o triunfo da democracia. Fornecer agentes químicos a terroristas e utilizar fotografias de crianças mortas como pretexto está para lá do que alguém pode compreender», afirmou Zakharova, em Moscovo.

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