No documento pela «urgente normalização do funcionamento das urgências» do hospital de Loures, os signatários denunciam que o encerramento sistemático dos serviços de pediatria e ginecologia-obstetrícia «tornou-se o novo "normal» nos hospitais do país, com particular enfoque no Hospital Beatriz Ângelo». Por outro lado, as medidas anunciadas por sucessivos governos «só têm vindo a agravar a situação», lê-se na moção apresentada pelos eleitos da CDU, na última quarta-feira, onde se conclui que a não fixação de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) se deve ao facto de não ser dada resposta «às justas reivindicações de melhores condições de trabalho».
A moção lembra que o agravamento do acesso aos cuidados públicos de saúde tem empurrado os utentes para o privado, «entregando-lhes de mão beijada e com todos os incentivos milhares de novos "clientes" que fazem crescer exponencialmente o negócio da saúde».
Quanto ao Hospital Beatriz Ângelo, há muito que utentes e Município vêm alertando para a degradação na oferta de cuidados de saúde, fruto do encerramento das urgências de pediatria à noite e aos fins-de-semana, «que se tornou definitivo», e da saída de muitos profissionais.
Os eleitos reclamam a intervenção da Câmara Municipal de Loures, designadamente que exija ao Governo a reabertura e funcionamento ininterrupto da urgência de pediatria do Beatriz Ângelo, bem como o reforço das urgências de ginecologia-obstetrícia e das urgências gerais, «de forma a diminuir consideravelmente os elevadíssimos tempos de espera que por vezes chegam a mais de 14h só para a primeira consulta».
A recusa de «qualquer tipo de concentração» de serviços, que implique a diminuição da resposta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à população do concelho de Loures, é outra das exigências vincadas no documento.
No domingo, 15 de Setembro, celebram-se 45 anos da constituição do SNS, uma das maiores conquistas da Revolução de Abril.
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