Numa conferência de imprensa, no intervalo da reunião do Comité Central (CC) do PCP, esta tarde, Jerónimo de Sousa lembrou o pesado fardo herdado pelo país em consequência da política imposta pelo último governo com o auxílio da troika. De seguida, denunciou as pressões e chantagens da União Europeia (UE), reiterando que esta situação «revela o carácter crescentemente inconciliável entre a submissão a imposições da UE e uma política capaz de dar resposta sólida e coerente aos problemas nacionais.»
Neste sentido, exortou o governo do PS a «romper com os constrangimentos externos e com os interesses do capital monopolista» perante uma situação que, «sem prejuízo de avanços e passos dados, coloca a necessidade de concretização de uma política patriótica e de esquerda.»
Já no que concerne ao posicionamento perante o Orçamento do Estado e da restante acção política, o PCP estabelece o compromisso de continuar «a bater-se pelos objectivos que considere necessários e indispensáveis para o País», que passam pela defesa do direito ao trabalho com direitos, pelo salário mínimo nacional nos 600 euros no início do próximo ano e um aumento das pensões, no mínimo, de 10 euros.
Outras propostas concretas abarcam as áreas da saúde, educação, segurança social e cultura, bem como questões relacionadas com a política fiscal e medidas para o incremento da produção nacional.
Para atingir estes objectivos, o secretário-geral do PCP considera indispensável a mobilização dos trabalhadores e das populações, sendo de grande importância o desenvolvimento da acção reivindicativa nas empresas e sectores, no qual se insere a semana de luta da CGTP-IN, que se inicia a 26 de Setembro.
XX Congresso – 2, 3 e 4 de Dezembro, em Almada
Nesta reunião do CC foram aprovadas as teses – Projecto de Resolução Política para o XX Congresso, que começam por abordar a «situação política internacional e as perspectivas da sua evolução futura, onde está presente o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, hoje global» e a análise do «processo de integração europeia, os seus instrumentos de dominação, as suas múltiplas crises e consequências na vida dos povos». No plano nacional, faz-se a análise às causas «do declínio e empobrecimento do país», apontando-se «as soluções para as debelar».
Segundo anunciou Jerónimo de Sousa, as teses dão especial «atenção ao papel das organizações dos trabalhadores, aos outros movimentos, de massas e associativo, e à sua determinante e diversificada luta», elemento essencial para reforçar o PCP na «construção da alternativa patriótica e de esquerda».
Por fim reiterou a necessidade de uma «alternativa assente numa política e num governo decididos a assumir a recuperação da soberania monetária com a libertação do país da submissão ao euro», com uma renegociação da dívida e a recuperação «do controlo público dos sectores estratégicos, designadamente da banca».
O secretário-geral do PCP informou ainda que o CC aprovou uma resolução sobre o centenário da Revolução de Outubro, em 2017, com uma comemoração sob o lema «Centenário da Revolução de Outubro – Socialismo, exigência da actualidade e do futuro», cujo programa será anunciado a 7 de Novembro, no âmbito do 99.º aniversário da Revolução.
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