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Congresso do PSD: ruptura ou continuidade?

O 37.º Congresso Nacional do Partido Social Democrata, realizado em Lisboa, está quase a terminar. Ao fim de três dias de discursos, com a saída oficial de Passos Coelho da liderança, que rumo para o País quer o PSD?

O actual e os ex-líderes do PSD não pouparam a elogios entre si
CréditosMIGUEL A. LOPES / LUSA

Durante este fim-de-semana, o PSD esteve reunido na antiga FIL determinado a demonstrar ao resto do País que tem uma nova liderança, o que esta liderança quer para o País já é outra questão.

Passos Coelho saiu, mas com direito a uma ovação de pé dos presentes na sala. O seu legado à frente do anterior governo, responsável por uma política de austeridade, agravamento dos impostos, corte de salários e rendimentos de quem trabalha e de várias privatizações (CTT, TAP, PT) não parecem ser um problema para o novo PSD.

Rui Rio, vencedor das últimas eleições directas do partido, derrotando Santana Lopes no processo, também não se afastou das políticas anteriores. Os dois candidatos, antes adversários, agora amigos, chegaram a um entendimento e apontaram as baterias à solução parlamentar pós 2015, acusando os quatro partidos em questão (BE, PS, PCP, PEV) de, em dois anos, terem apenas servido clientelas.

Sobre o futuro e de eleições em 2019, o PSD parece não querer falar das legislativas, nem de substituir o PS no Governo. Em vez disso, prefere focar o enfâse na necessidade de impedir que a solução política actual no parlamento se repita no futuro, focando o discurso na necessidade de diálogo, entendimentos e de acordos de regime.

PS e CDS saúdam diálogo, PCP alerta

Entre as delegações partidárias presentes no congresso, as reacções revelaram-se mistas. Do PS, através da secretária-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, assinalou-se positivamente a disponibilidade para o diálogo do PSD, embora lamente a ausência de propostas concretas e o «muito pouco para dizer ao País».

Do CDS-PP, através da sua líder, Assunção Cristas, frisou-se o reconhecimento e agradecimento a Passos Coelho, de cujo governo tem «muito orgulho», e destacou-se a enorme «convergência de matérias» com o PSD, esperanto ter neste um grande parceiro para o futuro.

Já o PCP demonstrou cautela. Tanto Armindo Miranda, presente no congresso, como Jerónimo de Sousa, que falou no Porto, realçaram que existem sinais de convergência para possibilitar um entendimento entre PS, PSD e CDS-PP. Sobre o projecto do PSD, afimam que só a cara mudou, tratando-se de uma operação de cosmética, e que a vontade para fazer o mesmo, ou pior, de há dois anos continua bem presente.

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