Foi na terça-feira que, em Vila de Prado, no distrito de Braga, o PCP alertou a população para a intenção da administração dos CTT de encerrar a Estação de Correios naquela localidade.
«Não fosse a denúncia levada a cabo pelo PCP e nenhum dos utentes – nem sequer os trabalhadores daquela estação – teria conhecimento desta gravosa decisão», lê-se num comunicado do partido.
Os comunistas rejeitam a decisão avançada pelos accionistas dos CTT, assim como a possibilidade de transferência dos serviços para a responsabilidade da Câmara Municipal ou da Junta de Freguesia, já que, referem no texto, dessa forma não ficam defendidos «os direitos dos utentes, nem os interesses da região».
A privatização do serviço postal, iniciada pelo governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, não tem encontrado resistência por parte do Executivo de António Costa e os encerramentos sucedem-se.
Entre as regiões que constam na lista negra dos CTT está o distrito da Guarda. Tal como o AbrilAbril noticiou em Setembro, o objectivo da empresa para o distrito passa por manter abertas as três estações onde funcionam serviços do Banco CTT, na Guarda, Sabugal e Seia. Depois de Manteigas e Belmonte, esta semana realizou-se uma concentração em Figueira de Castelo Rodrigo e estarão a ser preparados para breve outros protestos na vila.
Numa pergunta enviada ao Governo sobre o eventual fecho destas estações, o PCP indaga: «Até que ponto de degradação e delapidação dos CTT e do serviço público postal deixará o Governo chegar sem tomar as medidas necessárias para precaver estes anúncios da Administração dos CTT de encerramento de estações e postos dos Correios, prejudicando as populações, em particular nas regiões do Interior?»
Em Aljustrel, no distrito de Beja, os serviços passaram a ser geridos por um privado na semana passada. Em reacção, e por «absoluta discordância com este processo», a Câmara Municipal (PS) interpôs uma providência cautelar.
Terá sido apenas no dia 15 de Outubro, numa reunião com o director da Área de Gestão de Parceiros Sul dos CTT, que surgiu a informação do encerramento. A autarquia admite que a ausência de contacto até então viola os compromissos estabelecidos no acordo de concessão entre os CTT e o Estado.
Também na pergunta do PCP, referida anteriormente, os comunistas afirmam que o anunciado encerramento é «mais um exemplo de que as garantias de prestação do serviço postal público apresentadas no momento da privatização foram promessas escritas em papel molhado».
«Recuperar o carácter público dos CTT é essencial para garantir os direitos constitucionais das populações – é nessa exigência que o PCP continuará a insistir», lê-se no documento.
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