Enquanto alguns nos preparam para a Guerra, a juventude prepara-se para a Paz!
Este sábado, às 15h, estaremos no Cais do Sodré a lutar pela paz. Porquê? Porque estamos fartos. Os mesmos que todos os dias dizem que não há dinheiro para a Educação, Saúde, Habitação, Transportes, são os mesmos que todos os dias renovam apelos à guerra, ao reforço das verbas públicas para o negócio do armamento, para o negócio da morte.
São oito e meia da noite e no telejornal já se ouve «A Ucrânia pede mais armas para ganhar a guerra», «Israel recua no cessar-fogo na Faixa de Gaza». Estes são os títulos que há meses invadem os nossos jornais, as nossas televisões e telemóveis.
Por esse mundo fora, muitos são aqueles que directamente ou indirectamente querem ver o mundo colapsar para encherem os bolsos com os lucros da guerra. Dinheiro banhado a sangue, sofrimento e desespero de milhões de pessoas que viram as suas vidas interrompidas pelos conflitos que só interessam aos senhores da guerra.
Vemos imagens das ruas da Palestina, do Líbano, da Síria, do Irão, do Iémen e da Ucrânia completamente destruídas. Onde um dia correram crianças nos parques, andaram pessoas nas ruas a ir para o trabalho, agora são ruínas espalhadas por terra, terra que pertencia a quem lá vivia e que agora é abandonada por quem teve de fugir ou que morreu no local ou no caminho.
Na Suécia e na Finlândia voltam a lançar manuais de sobrevivência para a população, manuais que não eram lançados desde a II Guerra Mundial, para uma hipotética invasão ou uma escalada da guerra, que para além de fomentarem o medo e o desespero na população, procuram sedimentar a ideia de que a guerra é inevitável. Procuram, como afirmou o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que os povos adoptem o «pensamento de guerra», ao mesmo tempo que pede aos europeus que «façam sacrifícios», que se corte nas pensões e na saúde, porque os milhares de milhões que se está a entregar às empresas de armamento e à NATO nunca são de mais para o seu objetivo final, o alargamento do bloco político-militar, comandado pelos EUA, pague quem pagar, com dinheiro ou com a vida.
Mas não precisamos de ir tão longe. Em Portugal, aqueles que concordam com o senhor secretário-geral da guerra também nos tentam impor o «pensamento de guerra». Para além da continência sempre firme do nosso governo aos pedidos dos senhores da guerra, não esquecemos as declarações de há uns meses de Gouveia e Melo, que à data era Chefe do Estado-Maior da Armada, ao afirmar que se a NATO assim o entendesse os jovens portugueses iriam morrer onde tivessem de morrer para defender os tão acarinhados «valores ocidentais». Fica a pergunta: Quando utiliza a primeira pessoa do plural, está-se a referir a quem?
«Procuram, como afirmou o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que os povos adoptem o "pensamento de guerra", ao mesmo tempo que pede aos europeus que "façam sacrifícios", que se corte nas pensões e na saúde, porque os milhares de milhões que se está a entregar às empresas de armamento e à NATO nunca são de mais para o seu objetivo final, o alargamento do bloco político-militar, comandado pelos EUA, pague quem pagar, com dinheiro ou com a vida.»
Ou as recentes declarações de Durão Barroso, há dias, no Seminário Diplomático promovido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, em que refere que «não podemos excluir» que «os nossos filhos» e «os nossos netos» sejam enviados para a guerra.
A juventude não quer morrer nem matar para servir os interesses de quem lucra com a guerra e o único pensamento que temos é um pensamento de Paz.
Custe o que custar, morra quem morrer, falam em coro e muito alto, tentando, sem sucesso, abafar as vozes da paz, silenciar quem questiona a razão de ser da guerra o muito dinheiro que para ela se canaliza, em contraponto com o pouco que há para os serviços públicos e para as funções sociais do Estado.
Em todas estas afirmações, não houve uma única referência à Paz! Querem falar de defesa, mas falam pouco em soberania. Talvez, porque não interessa questionar se o escalar da guerra serve os interesses de cada país, mas sim, garantir a subserviência aos interesses das grandes empresas de armamento que mobilizando os jovens para serem carne para canhão em guerras que não são suas, incumprindo o artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa e fechando os olhos aos princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e na Acta Final da Conferência de Helsínquia.
Querem-nos convencer que o caminho para resolver todos estes problemas é o fabrico de mais armas, querem iludir-nos com a falácia que a cada bomba que lançam é mais um passo para o fim dos conflitos.
Mas a nós, não nos enganam, sabemos bem para que serve cada bomba e
para onde vai cada cêntimo gasto na guerra. Sabemos bem, pelo exemplo da Guerra Colonial, uma das chagas do fascismo no nosso país, que não é com a arma apontada para os povos iguais ao nosso que vamos alcançar a paz.
Nós, jovens, dizemos que já estamos fartos do massacre na Palestina e exigimos o cessar-fogo duradouro e o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal. Dizemos que já estamos fartos das bombas que são lançadas ao Líbano, à Síria, ao Irão e ao Iraque e que é urgente denunciar os crimes cometidos.
Dizemos ainda que não esquecemos Hiroshima e Nagasaki e que não esquecemos o bombardeamento da Jugoslávia.
Uns preparam-se para a guerra, mas a juventude prepara-se para a Paz, e, por isso, não é a primeira vez e não vai ser a última, a juventude vai para as ruas defender e exigir a Paz, porque a paz é um valor de Abril!
No dia 18 de Janeiro, o Projecto Ruído - Associação Juvenil, membro da Direcção do CNJ [Conselho Nacional da Juventude] e mais de 70 organizações subscritoras, muitas delas associações juvenis, vão estar na rua a gritar bem alto que a juventude quer a paz, que quer Menos Armas, e Mais Futuro!
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