A reunião plenária desta tarde contou com a intervenção de todos os partidos, assim como do presidente da Assembleia da República, e aprovou, por unanimidade, um voto de pesar pela morte de 64 pessoas provocada pela «maior tragédia humana provocada por fogos florestais em Portugal». Desde sábado, contam-se ainda mais de 200 feridos.
A tónica dos discursos foi, naturalmente, centrada nas vítimas, nos seus familiares e no combate aos fogo que ainda decorre. No entanto, a responsabilidade do Parlamento sobre matérias de política florestal não esteve ausente das várias intervenções.
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, lembrou o «despovoamento e abandono das populações à sua sorte, a inação perante a pressão dos interesses económicos sobre a produção florestal e o desordenamento do espaço florestal». «Não é possível olhar para esta catástrofe e iludir as consequências de anos de integração na União Europeia e das suas políticas comuns», afirmou.
A deputada do PEV Heloísa Apolónia lembrou a «exagerada e contínua área de eucaliptal, o despovoamento e abandono da actividade productiva do mundo rural».
Catarina Martins, coordenadora do BE, pediu «respostas porque devemos respeito», após o período de combate aos incêndios. Uma ideia partilhada por Assunção Cristas (CDS-PP) e Matos Correia (PSD): se a primeira disse que, após o luto, é tempo «das responsabilidades políticas e técnicas», o segundo afirmou que «o momento ainda para analisar falhas e apurar responsabilidades, se as houver, tem de chegar».
Também o presidente do PS, Carlos César, disse esperar respostas (e o primeiro-ministro já começou ontem a questionar várias entidades públicas sobre os acontecimentos dos últimos dias). O PS quer fazer avançar as propostas de lei do Governo, constantes do pacote florestal apresentado no ano passado, que aguardam discussão no Parlamento.
Pelas 13h, a Assembleia da República homenageou as vítimas dos incêndios com um minuto de silêncio, com a presença dos deputados nas escadarias de São Bento.
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