|Assembleia da República

Direita volta a ser derrotada

Direita continua em minoria na Assembleia. O PS abeira, segundo as projecções, a maioria absoluta. O voto útil, baseado numa bipolarização artificial, funcionou. Esquerda desce. O CDS e o PAN penalizados.

CréditosAntónio Pedro Santos / Lusa

Segundo as sondagens realizadas à boca das urnas, o PS deverá continuar a ser o maior partido parlamentar. Essa maioria na margem máxima das projecções pode atingir a maioria absoluta.

Foi esse objectivo de atingir a maioria absoluta que terá levado o PS, de forma premeditada e com o beneplácito do Presidente da República, a não ceder no Orçamento do Estado, criando o cenário da convocação de novas eleições.

Para esse objectivo contribuiu muito a criação de um ambiente com uma artificial bipolarização feita pelas sondagens e pelos meios de comunicação social, que não se parece confirmar nas eleições. 

Entretanto, aguardam-se desenvolvimentos dos resultados oficiais e a eventual confirmação da vitória do PS e uma nova derrota da direita, nomeadamente do PSD, que vê os partidos seus sucedâneos aumentar a expressão eleitoral. À esquerda, BE e CDU são prejudicados pelo voto útil, e perspectiva-se uma queda acentuada de CDS e PAN.

A extrema-direita e a Iniciativa Liberal crescem em números de deputados. 

A confirmar-se esta maioria relativa, mesmo que próxima da absoluta, será tempo de o PS fazer opções: olhar à sua esquerda e, nomeadamente, dar um novo fôlego ao SNS, aos salários e pensões e aos serviços públicos, ou cumprir os desejos do grande patronato e, através de um acordo tácito com o PSD, manter a estagnação salarial, a desregulação dos contratos colectivos de trabalho e as portas abertas aos grupos económicos que promovem o negócio com a doença.

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