No Marquês de Pombal juntou-se uma multidão, horas antes do início da manifestação convocada pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN), em conjunto com a Federação Nacional de Educação (FNE) e outros sete estruturas sindicais.
Na véspera, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, destacou que a falta de vontade política do governo do PS de dar resposta aos problemas dos docentes fivcara patente na Assembleia da República e que a sessão parlamentar «reforçava os motivos para estar presente na manifestação».
«Se havia alguém que ainda estava na dúvida, depois do que aconteceu aqui hoje na Assembleia da República e depois das posições do PS, de votar contra tudo aquilo que poderia dar alguma resposta aos professores, nenhum professor pode ficar indiferente a isso e ficar em casa», disse Mário Nogueira à imprensa.
A resposta dos professores nas ruas foi clara, com uma mobilização que alguns foram classificando nas redes sociais como «gigantesca».
Em causa estão exigências dos profissionais do sector como a recuperação do tempo de serviço – seis anos, seis meses e 23 dias que ficaram congelados no período da troika –, e o fim das quotas e vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões.
Reivindicam ainda a eliminação da precariedade, o fim daquilo que ficou conhecido como «andar com a casa às costas», com contratos consecutivos que os obrigam a saltar de uma terra para outra.
É neste sentido que exigem «respeito», «estabilidade» e «valorização» da profissão, recordando que o sector está envelhecido e que é necessário tornar a carreira atractiva, de modo a travar a falta de profissionais que já se sente nas escolas.
«É justa a luta dos professores»
Presente na grande manifestação dos docentes, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou que «é justa a luta dos professores, são justas as suas reivindicações, como se pode ver por esta magnífica mobilização que está em curso».
O dirigente comunista defendeu que o «Governo não pode ficar indiferente ao que se está a passar também hoje aqui na Avenida da Liberdade», acrescentando que os professores «estão a lutar por eles mas também estão a lutar pelo futuro do nosso país, que é a educação pública», assinalou, citado pelo Jornal de Notícias.
Também presente na manifestação, a coordenadora do BE, Catarina Martins, defendeu que o Governo «precisa de assumir a sua responsabilidade», dando condições a quem «faz a escola pública funcionar todos os dias».
Catarina Martins disse que os professores «estão em luta pela escola pública», que foi «desprotegida e humilhada durante tanto tempo», considerando que se trata de uma «revolta sincera».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui