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Greve no Grupo Luz Saúde contra a «ganância dos lucros»

Ignorando as várias ameaças do Grupo Luz Saúde, uma das maiores empresas no sector privado, os trabalhadores voltam à carga com novo período de greve amanhã, 6 de Abril, no distrito de Lisboa, com piquete às 8h.

CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Os trabalhadores «têm direito a viver com dignidade e não compreendem e não aceitam» que a Luz Saúde, empresa com investimentos e lucros de algumas dezenas de milhões, persista com uma postura de «prepotência e de indiferença face à situação que se vive actualmente com a escalada dos preços dos alimentos e da inflação», afirma o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).

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Grupo Luz Saúde ameaçou trabalhadores em greve

O CESP/CGTP-IN alerta para os «atropelos ao direito à greve» no Grupo Luz Saúde. Os trabalhadores auxiliares que aderiram à greve de Sábado estão a ser amaçados pelas chefias com faltas injustificadas.

Créditos / CESP

«A greve é um direito de todos os trabalhadores. Nenhum patrão ou chefia pode questionar, e muito menos pressionar, os trabalhadores por terem aderido à greve. Nenhum patrão ou chefia pode substituir trabalhadores em greve, interrompendo férias ou pedindo trabalho suplementar», defende o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).

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Luz Saúde «lida mal» com a liberdade sindical

A denúncia é feita pelo CESP que afirma que a empresa proibiu que o sindicato dialogasse com os trabalhadores.

CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Em comunicado à imprensa, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP/CGTP-IN) revela que, ontem, dirigentes foram impedidos de contactar com os trabalhadores nas instalações da empresa Luz Saúde localizadas na Quinta do Lambert, em Lisboa.

«A Luz Saúde, ACE lida mal com a liberdade sindical e desrespeita os trabalhadores e o sindicato», afirma o CESP em nota, acrescentando que a empresa «rasgou» a Constituição ao não cumprir o que está disposto no artigo 55.º, que prevê o direito de exercício de actividade sindical nas empresas. 

De forma «prepotente», a empresa «pensa estar acima da Lei, com práticas que o 25 de Abril aboliu», refere o sindicato, informando que foi necessário chamar as autoridades policiais para registar a ocorrência.

O sindicato deixa a pergunta: «Porque será que a Luz Saúde não quer que o sindicato esteja neste local de trabalho e esclareça os trabalhadores sobre os seus direitos?»

As queixas são também dirigidas à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), uma vez que, tendo sido informada das dificuldades de intervenção nesta empresa e tendo sido requerida a sua presença, «não só não esteve presente no local, como também não contactou o CESP», pelo que a estrutura sindical considera que a ACT está a «compactuar com a empresa no impedimento ilegítimo da realização de actividade sindical».

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O CESP não está só. O direito à greve é um princípio inscrito na Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 57.º, no capítulo dedicado aos direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores.

Nenhum patrão, ou chefia, está acima da Lei portuguesa, muito embora muitos parecem, sobre isso, estar equivocados. Os auxiliares do Grupo Luz Saúde, que aderiram à greve convocada pelo CESP para Sábado, «estão a ser informados e amaçados pelas chefias com falta injustificada».

Perante este «grave atropelo ao direito à greve, um direito Constitucional, o CESP vai apresentar queixa às autoridades competentes». «É lamentável» que, mais uma vez, o Grupo Luz Saúde «desrespeite os direitos dos trabalhadores».

«A luta vai intensificar», garante o sindicato. Os trabalhadores auxiliares do Grupo Luz Saúde vão voltar à greve no dia 6 de Abril, sem medo dos desmandos do patronato.

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Por isso mesmo, os trabalhadores auxiliares da Luz Saúde, que «não podem continuar a viver a contar os tostões e a decidir se compram pão e leite para os filhos ou pagam a renda da casa», decidiram avançar com novo período de greve já amanhã, dia 6 de Abril, com piquete de greve à porta do Hospital da Luz, em Lisboa, a arrancar às 8h da manhã.

É a segunda greve realizada nas últimas semanas. A 18 de Março realizou-se outro momento de luta com enorme adesão, assustando de tal forma a empresa que esta se viu forçada (habituada que está a cometer ilegalidades) a recorrer a ameaças para limitar o sucesso e demover os seus próprios funcionários.

Como se ainda não bastasse a recusa em valorizar os trabalhadores, é também inaceitável, por outro lado, que a empresa privada da Saúde «continue a recusar aplicação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) subscrito pelo CESP, apesar de várias sentenças em tribunal reconhecerem que o mesmo está em vigor». A todos os trabalhadores auxiliares é devido «o pagamento de indemnizações» pelo não cumprimento destas disposições judiciais.

A não aplicação, ilegal, do CCT (uma decisão exclusiva da administração do Grupo Luz Saúde), significa que os trabalhadores não podem desfrutar do seu direito consagrado a promoções por antiguidade, aumento dos salários por trabalho suplementar ou noturno, ou a algo tão simples como o direito a dois dias de descanso semanais.

Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN, estará presente no piquete de greve dos trabalhadores auxiliares do Grupo Luz Saúde, pelas 10h, prestando a solidariedade da central sindical com a sua luta por aumentos salariais e pelos direitos que o grupo privado lhes nega.

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