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«Trabalho, trabalho e o dinheiro está no»… bolso do patronato da ITX

No distrito de Setúbal, a ITX não tem respeitado o Contrato Colectivo de Trabalho e tem pago menos do que o estipulado pelo trabalho aos domingos e feriados. Trabalhadores vão avançar para a greve no dia 17 de Abril. 

Greve de trabalhadores da Zara do Rossio, convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), pelo «aumento dos salários de todos os trabalhadores em 15%, num mínimo de 150 euros, valorização das carreiras profissionais, fim da discriminação dos prémios, e fim da pressão e repressão». 27 de Dezembro de 2024
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

O Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) convocou os trabalhadores da ITX, do Grupo Inditex, no distrito de Setúbal para uma greve no próximo dia 17 de Abril. A decisão surge como protesto contra o incumprimento sistemático por parte da empresa dos direitos laborais estabelecidos no Contrato Colectivo de Trabalho do sector.

Entre as principais reivindicações está o pagamento correcto do subsídio de domingo, que deveria corresponder a 20% do salário mensal independentemente do número de domingos trabalhados. No entanto, a ITX tem dividido esse valor pelo número de domingos do mês, pagando quantias individuais por cada dia trabalhado, uma prática considerada ilegal pelo sindicato.

Outro ponto de descontentamento é o pagamento das horas trabalhadas em feriados. Segundo o contrato colectivo, os trabalhadores deveriam receber 2,5 vezes o valor-hora por cada hora trabalhada em feriados, mas a empresa tem aplicado apenas 1,5 vezes, alegando que o restante já estaria incluído no salário base. O CESP contesta esta interpretação, afirmando que isso representa um prejuízo directo para os trabalhadores.

A marcação de férias também está no centro das reivindicações. Os trabalhadores denunciam que a empresa impõe restrições na escolha dos períodos de descanso, condicionando-os a um mapa pré-definido pelos recursos humanos, o que viola o direito à conciliação entre vida pessoal e profissional.

O CESP está a mobilizar os trabalhadores para participarem na greve, considerando que esta será uma oportunidade crucial para exigir o respeito pelos seus direitos. «A ITX tem de nos ouvir e cumprir o que está na lei», reforça o sindicato, destacando a determinação dos trabalhadores em defender as suas condições laborais.
 

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