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RTP: sindicatos estão prontos para levar luta «até às últimas consequências»

Os trabalhadores não podem continuar a alimentar as suas famílias com a «poesia» daqueles que gerem a RTP «sem rasgo, serventes da folha de Excel». Em 13 anos, trabalhadores tiveram aumento de 35 euros.

Trabalhadores da RTP Porto que foram chumbados no âmbito do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública - PREVPAP, concentram-se junto às instalações da RTP no Monte da Virgem, em Vila Nova de Gaia, 3 de Setembro de 2019.
CréditosEstela Silva / Agência Lusa

Nos últimos 13 anos, faça chuva ou faça sol, a desculpa é sempre a mesma: «o subfinanciamento da empresa, os custos com pessoal e com as “progressões” (entenda-se, o subsídio de senioridade) e reenquadramentos, em suma uma lengalenga que já ninguém suporta» impede que os trabalhadores da RTP tenham a valorização salarial que merecem.

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RTP deve garantir melhores condições de trabalho

Em comunicado, o sindicato afirma que o protesto desta terça-feira pretende reivindicar ao conselho de administração aumentos salariais e a resolução dos problemas da empresa em termos tecnológicos.

Créditos / ensina.rtp.pt

Integrado na Jornada de Acção e Luta da CGTP-IN, que decorre até dia 15 de Julho, em todos os sectores e em todo o País, o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT/CGTP-IN) associou-se aos objectivos propostos e marcou para amanhã, à porta da empresa, a partir das 10h30, uma concentração de activistas, aberta à participação de outras organizações representativas de trabalhadores da RTP.

Em comunicado, o sindicato afirma que o protesto vem reivindicar ao conselho de administração da RTP melhores condições de vida e trabalho, a resolução dos problemas da empresa em termos tecnológicos e de falta de meios e equipamentos, bem como, a valorização dos salários, carreiras e integração dos trabalhadores com vínculos precários que desempenham funções permanentes.

Esta iniciativa do STT visa igualmente reforçar «o caudal reivindicativo do movimento sindical unitário» no que toca ao aumento geral dos salários, ao emprego com direitos e à revogação das normas mais gravosas do Código do Trabalho, nomeadamente a anulação da norma que admite a caducidade unilateral das convenções colectivas e reintrodução do princípio do tratamento mais favorável para o trabalhador, não esquecendo o embaratecimento e o facilitismo dos despedimentos colectivos.

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Em comunicado conjunto, enviado ao AbrilAbril, os sindicatos da RTP (FE, FETESE, SICOMP, SINDETELCO, SINTTAV, SITESE, SITIC, SJ, SMAV, STT) denunciam a grave situação vivida pelos trabalhadores, que «têm visto as suas vidas comprometidas em favor das contas certas da mesma empresa que lhes tem negado a dignidade de aumentos salariais reais».

O único aumento em mais de uma década foram uns principescos 35,50 euros, «quando a inflação acumulada só nos últimos dois anos é de 15%».

A situação não parece, no entanto, estar prestes a melhorar. Na reunião do passado dia 30 de Março, o Conselho de Administração (CA) deu-se à liberdade de não apresentar qualquer valor para negociação, limitando-se a reconhecer o esforço negocial dos sindicatos. Após árdua discussão, o CA acabou por aceitar enviar, oportunamente, uma nova proposta.

É uma estranha forma de negociar. Ao mesmo passo que assume a disponibilidade de ir além dos 45 euros que está, actualmente, a levar para a mesa de negociações, o CA não deixa de avisar que «não há acordo visível», ou seja, que «fará uma proposta sabendo à partida não poder ser aceite» pelos trabalhadores.

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RTP: Sindicatos criticam «trapalhada» no teletrabalho e vão recorrer à ACT

Os sindicatos da RTP vão recorrer à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e aos meios legais competentes para «impor a legalidade» no que respeita ao teletrabalho. 

Edifício da RTP
Créditos / A Televisão

«A trapalhada criada pelo Conselho de Administração da RTP em torno do teletrabalho atinge proporções novelescas e ainda estamos no prólogo», começam por afirmar, em comunicado, as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores da RTP.

No documento, os sindicatos afirmam ter conhecimento das «pressões exercidas» pelo Conselho de Administração às diversas direcções para «obrigarem os trabalhadores a tomar uma decisão rápida, dado o desconhecimento da empresa sobre o número dos que vão regressar», apesar de a carta enviada pela administração afirmar que os trabalhadores têm até dia 25 de Fevereiro para enviarem à Direcção de Recursos Humanos a sua decisão sobre a vontade de permanecerem em teletrabalho.

«Não é justo que se apressem decisões quando muitos dos teletrabalhadores não sabem o que fazer perante a superficialidade e as omissões deste processo», consideram as estruturas sindicais, entre as quais se conta o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN).

Declaram que os trabalhadores «não sabem a que dias terão de ir à empresa, quem os estipula, qual vai ser verdadeiramente o seu vencimento, quem paga as deslocações ao serviço e se de facto a minuta enviada é a definitiva».

«Tudo é vago e ferido de ilegalidade efectiva», afirmam os sindicatos, defendendo que o subsídio de transporte não pode ser retirado nem substituído «por um abono para ressarcir os custos dos trabalhadores com o seu trabalho remoto para a empresa».

As estruturas sindicais criticam ainda «o corte do valor do subsídio de refeição atribuído, por Acordo de Empresa, aos trabalhadores sem cantina, como é o caso das Delegações e do Centro Regional dos Açores», considerando que a decisão de «extorquir quase quatro euros diários aos trabalhadores em regime de teletrabalho é deveras desequilibrada e psicótica».

Insistem que «não estão contra o teletrabalho», mas antes contra o «aproveitamento da empresa em tentar ganhar dinheiro à custa dos teletrabalhadores», salientando que tudo farão «para repor o cumprimento da lei», ao mesmo tempo que recusam «qualquer prejuízo para os trabalhadores», estejam eles em trabalho presencial ou remoto. Neste sentido, decidiram recorrer à ACT e aos meios legais competentes para a «imposição da legalidade» e aconselham os trabalhadores a «não se deixarem persuadir por coacções». 

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«Os trabalhadores não podem continuar a alimentar as suas famílias com a poesia dos subalimentados do sonho - aqueles que gerem a empresa sem rasgo e são serventes da folha de Excel».

«Em 2023, exige-se que as contas certas dos trabalhadores sejam uma realidade e que tutelas comuns não discriminem, negativamente, trabalhadores do Sector Empresarial do Estado», onde as negociações decorrem já acima dos 70 euros.

Com a próxima reunião agendada para o dia 20 de Abril, os trabalhadores e sindicatos da RTP assumem a sua disponibilidade para ir «onde for necessário, ao ministro da Cultura, ao ministro das Finanças, para novas vigílias, se necessário para a greve», para fazer valer as suas justas reivindicações.

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