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RTP: Sindicatos criticam «trapalhada» no teletrabalho e vão recorrer à ACT

Os sindicatos da RTP vão recorrer à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e aos meios legais competentes para «impor a legalidade» no que respeita ao teletrabalho. 

Edifício da RTP
Créditos / A Televisão

«A trapalhada criada pelo Conselho de Administração da RTP em torno do teletrabalho atinge proporções novelescas e ainda estamos no prólogo», começam por afirmar, em comunicado, as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores da RTP.

No documento, os sindicatos afirmam ter conhecimento das «pressões exercidas» pelo Conselho de Administração às diversas direcções para «obrigarem os trabalhadores a tomar uma decisão rápida, dado o desconhecimento da empresa sobre o número dos que vão regressar», apesar de a carta enviada pela administração afirmar que os trabalhadores têm até dia 25 de Fevereiro para enviarem à Direcção de Recursos Humanos a sua decisão sobre a vontade de permanecerem em teletrabalho.

«Não é justo que se apressem decisões quando muitos dos teletrabalhadores não sabem o que fazer perante a superficialidade e as omissões deste processo», consideram as estruturas sindicais, entre as quais se conta o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN).

Declaram que os trabalhadores «não sabem a que dias terão de ir à empresa, quem os estipula, qual vai ser verdadeiramente o seu vencimento, quem paga as deslocações ao serviço e se de facto a minuta enviada é a definitiva».

«Tudo é vago e ferido de ilegalidade efectiva», afirmam os sindicatos, defendendo que o subsídio de transporte não pode ser retirado nem substituído «por um abono para ressarcir os custos dos trabalhadores com o seu trabalho remoto para a empresa».

As estruturas sindicais criticam ainda «o corte do valor do subsídio de refeição atribuído, por Acordo de Empresa, aos trabalhadores sem cantina, como é o caso das Delegações e do Centro Regional dos Açores», considerando que a decisão de «extorquir quase quatro euros diários aos trabalhadores em regime de teletrabalho é deveras desequilibrada e psicótica».

Insistem que «não estão contra o teletrabalho», mas antes contra o «aproveitamento da empresa em tentar ganhar dinheiro à custa dos teletrabalhadores», salientando que tudo farão «para repor o cumprimento da lei», ao mesmo tempo que recusam «qualquer prejuízo para os trabalhadores», estejam eles em trabalho presencial ou remoto. Neste sentido, decidiram recorrer à ACT e aos meios legais competentes para a «imposição da legalidade» e aconselham os trabalhadores a «não se deixarem persuadir por coacções». 

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