|América Latina

Foz do Iguaçu recebe Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos

A iniciativa, que terá lugar na localidade paranaense de 22 a 24 de Fevereiro de 2024, deve contar com mais de 4000 participantes de diversas nacionalidades.

Cartaz da Jornada 
Créditos / MST

A Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) vão acolher, entre 22 e 24 de Fevereiro do próximo ano, a Jornada Latino-Americana e Caribenha de Integração dos Povos.

O evento tem lugar em Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná, junto à tripla fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina; entre os organizadores, a expectativa é de que deva juntar mais de 4000 pessoas de várias nacionalidades.

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Iniciativa em Buenos Aires denuncia agressões a Cuba, Nicarágua e Venezuela

Intelectuais, artistas, diplomatas e membros de organizações solidárias na Argentina denunciaram, este sábado, os bloqueios e as sanções impostos pelos Estados Unidos a vários povos.

Acto político-cultural em Buenos Aires contra o bloqueio e as sanções promovidos pelos EUA 
Créditos / Resumen Latinoamericano

O acto político e cultural teve lugar na Casa de Amizade Argentino-Cubana, em Buenos Aires, sendo também organizado pela Federación Internacional de Escritores por la Libertad (FIEL), a Organización Libres del Pueblo – Resistir y Luchar e a Frente Cultural Che Adelita.

Ali, amigos de Cuba, da Nicarágua e da Venezuela reafirmaram o seu repúdio pelas acções de desestabilização promovidas por Washington e defenderam o reforço da unidade latino-americana.

Depois das palavras de abertura, por parte de Ruben Luis Zaccaro, presidente da Casa de Amizade Argentino-Cubana, e de Leonardo Herrmann, secretário-geral da FIEL, interveio o embaixador de Cuba no país austral, Pedro Pablo Prada, sublinhando que o cerco económico, comercial e financeiro imposto à Ilha por Washington há mais de seis décadas é ilegal e inconstitucional, viola a Carta das Nações Unidas e as regras da Organização Mundial do Comércio.

Recordou ainda as 243 medidas aprovadas durante a administração de Donald Trump, que intensificaram o bloqueio, cuja face mais cruel se mostrou durante o surto epidémico de Covid-19, quando o país antilhano se viu impossibilitado de aceder a materiais médicos e mesmo a oxigénio.

«O nosso grande pecado é construir uma Revolução socialista debaixo do nariz dos Estados Unidos, defendê-la e resistir», afirmou, citado pela Prensa Latina.

Os diplomatas de Nicarágua, Cuba e Venezuela presentes na sessão / PL

Por seu lado, a embaixadora da Venezuela, Stella Lugo de Montilla, afirmou que as medidas coercivas unilaterais de Washington fazem parte de uma estratégia de dominação assente no sofrimento dos povos.

«Não cederemos à chantagem e às ameaças. Aqui continuamos e venceremos. Fazem todo o possível para esmagar a nossa economia e querem que entreguemos o governo. Pressionam-nos e procuram provocar o descontentamento nos venezuelanos. Mas para nós é "Patria o Muerte". Estamos decididos a falar com voz própria, a estar unidos e a defender os nossos países», disse a diplomata.

Já Carlos Antonio Midence, embaixador da Nicarágua, denunciou que os Estados Unidos sempre pretenderam dominar a região por via de agressões, ameaças, invasões, assédios, bloqueios, apoio a militares golpistas e outras acções.

No final da sessão, houve actuações musicais, nomeadamente de Horacio Liñan e Naya Ledesma, bem como leitura de poesia e uma performance teatral, indica o portal Resumen Latinoamericano.

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«Diferentes forças políticas, movimentos populares, sindicais, movimentos de mulheres, estudantes, organizações e intelectuais latino-americano e caribenhos estão empenhados na preparação da Jornada», em que estão previstas conferências e mesas de debate, apresentações culturais, feira de alimentos e pratos típicos, artesanato e itens da economia popular e solidária, revela o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no seu portal.

Messilene Gorete, militante do MST e membro da coordenação do encontro, defende que a Jornada «cumprirá um papel de (re)impulso para processos de integração e unidade que ganharam forças entre 2005 e 2016, quando o continente teve um ascenso dos projectos governamentais que estimularam a integração dos povos».

Neste contexto, a militante lembrou acções importantes realizadas, como a campanha dos 500 anos do povo indígena, negro e popular no continente, as mobilizações contra a Área de Livre-Comércio das Américas (ALCA) e as edições do Fórum Social Mundial.

«Não será um espaço para fazer diagnóstico do que já sabemos que temos no continente, de análise da crise e desafios, e sim para melhor referendar as propostas que temos construído até aqui. Ao mesmo tempo, queremos colocar na agenda que essa integração só será possível se caminharmos juntos, governos, estados e povos», afirmou Gorete, que integra igualmente a coordenação política da Aliança Bolivariana dos Povos – Alba Movimentos e a Assembleia Internacional dos Povos (AIP), duas das entidades organizadoras da iniciativa.

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Oclae: 57 anos a defender os estudantes e a educação pública na América Latina

A Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae) cumpre 57 anos, procurando manter-se como instância mobilizadora das lutas anti-imperialistas do movimento estudantil na região.

Créditos / vtv.gob.ve

A organização foi criada em Havana, a 11 de Agosto de 1966, quando decorria ali o IV Congresso Latino-americano de Estudantes (CLAE), por proposta do líder histórico da Revolução cubana, Fidel Castro.

O seu actual presidente, Miguel Ángel Machado, jovem cubano estudante de Medicina, considera «uma grande responsabilidade» representar «os protagonistas de quase seis décadas de luta por uma educação pública e universal».

Em conversa com a Prensa Latina, Machado considera que «a história da organização mostrou o papel fundamental e determinante dos jovens em importantes processos sociais na região».

Por isso, em defesa desse legado, revelou que o dia de aniversário seria propício à realização de um painel sobre o surgimento da organização – que hoje conta com representantes de 22 países –, bem como sobre as transformações vividas em novos cenários políticos e sobre o contexto educativo que se vive no continente.

Particular análise merece a sua «essência», que se baseia «no anti-imperialismo, na defesa da educação e da solidariedade entre os povos da América Latina e das Caraíbas».

Em seu entender, ainda «há muito que fazer para continuar a levar a voz dos estudantes aos mais altos níveis governamentais e aos mecanismos de integração», bem como para «continuar a apostar na unidade, apesar das diferenças e particularidades das 38 federações estudantis que integram a Oclae».

«Que as lutas nacionais sejam também regionais – essa tem de ser a perspectiva e o desafio fundamental, mantermo-nos como um bloco estudantil unido que também se solidarize com outras causas», acrescentou Machado.

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Estudantes reunidos na Venezuela evocam a Reforma de Córdova

Os delegados ao XVIII Congresso Latino-americano e Caribenho de Estudantes, a decorrer em Caracas, evocam os postulados da Reforma de Córdova em defesa da autonomia, gratuidade e democratização do ensino.

Jovens do continente americano na festa que abriu o XVIII Congresso Latino-americano e Caribenho de Estudantes, em Caracas
Créditos / mppre.gob.ve

A Reforma Universitária de 1918 – também conhecida como Reforma Universitária de Córdova ou Reforma Universitária da Argentina – foi um movimento de carácter juvenil e estudantil, iniciado em Março de 1918 e que se expandiu muito para além das fronteiras da província argentina de Córdova.

«Para a juventude do continente – indica a Prensa Latina – constitui uma premissa para a formação de uma escola na qual se analisem, pensem e transformem os mecanismos educativos da região».

Tendo em conta o centenário, que o ano passado se celebrou, do movimento universitário argentino, os membros das 38 organizações internacionais presentes no XVIII Congresso Latino-americano e Caribenho de Estudantes (CLAE) relembram, esta quinta-feira, os seus postulados, visando criar instituições de ensino que estejam ligadas à sociedade.

Neste contexto e ao intervir numa das sessões de ontem do CLAE, o ministro da Educação Universitária da Venezuela, Hugbel Roa, afirmou que o país sul-americano trabalha no sentido de «interiorizar a necessidade de uma educação que esteja ao serviço dos povos e da integração da Pátria Grande».

Roa destacou ainda o grande investimento da Revolução Bolivariana no Ensino Superior, tendo afirmado que, desde o seu início, há duas décadas, foram criadas 44 universidades no território nacional.

Pleno direito à Educação

Actualmente, «têm acesso ao Ensino Superior 2 829 520 venezuelanos, apesar do bloqueio, da guerra económica e as medidas coercitivas unilaterais impostas ao país pela administração norte-americana», precisou o ministro, frisando que, «na Pátria de Bolívar, se pode falar em pleno direito à Educação».


Dirigindo-se aos jovens que participam no XVIII CLAE, Hugbel Roa disse que «a prioridade do governo do presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, é a educação gratuita, de qualidade e libertadora para toda a juventude venezuelana», indica a VTV.

O congresso decorre até ao próximo sábado na capital venezuelana, promovido pela Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), que representa 38 federações estudantis na região e mais de 100 milhões de membros de organizações do Movimento Estudantil Secundário, Universitário e de Pós-graduação de 24 países da América Latina.

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Entre as exigências imediatas da organização, contam-se o acesso à educação e, numa região com altos índices de privatização nesse sector, uma educação pública, inclusiva, contemporânea e integral.

Na actual agenda da Oclae, Machado destacou a defesa da Amazónia e da natureza, e, neste sentido, referiu que a organização está a promover – em conjunto com movimentos estudantis do Brasil – a criação de uma Universidade de Integração Amazónica.

O dirigente estudantil afirmou ainda que a Oclae mantém a denúncia constante do assédio económico e político dos Estados Unidos contra alguns países da região.

«A solidariedade moveu estes 57 anos de história de luta da organização, e a nossa bandeira continuará desfraldada na defesa das causas justas do mundo», sublinhou.

Maduro felicita Oclae pela sua luta anti-imperialista

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, dirigiu-se à organização estudantil latino-americana na sua conta de Twitter, afirmando que «a Oclae cumpre 57 anos de incessante luta anti-imperialista, rejeitando as políticas neoliberais que condenam os povos da Nossa América ao atraso e à exclusão».

Enviou ainda um abraço e o seu apoio «a essa juventude guerreira que não se verga, nos enche de orgulho e nos enche de esperança».

Os membros desta organização estudantil regional, lembra a VTV, têm entre as suas principais lutas a defesa, o desenvolvimento e o reforço da educação pública e gratuita de elevada qualidade.

São igualmente propósitos da Oclae lutar contra as políticas neoliberais, a dívida externa e a crise económica e social que povos do mundo sofrem, bem como defender laços de solidariedade entre os estudantes latino-americanos e caribenhos entre si e com os de outras regiões do mundo.

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A Jornada será espaço para reafirmar a luta anti-imperialista no continente, em especial a solidariedade com os povos cubano e venezuelano, e com todos os povos vítimas do imperialismo no mundo, sendo o caso mais grave aquele que se vive na Palestina, refere o MST.

Além da UNILA e da Unioeste, promovem a iniciativa entidades como Alba Movimentos, AIP, Confederación Sindical de Trabajadores/as de las Américas (CSA), Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae) ou Jornada Continental pela Democracia e contra o Neoliberalismo.

O lançamento da Jornada teve lugar em Montevideu, capital do Uruguai, a 24 de Outubro último, com a presença de Carol Proner, da Associação Latino-americana de Juristas pela Democracia, Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, Rafael Freire, secretário-geral da CSA, Messilene Gorete, do MST, e Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia.

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