É mais um capítulo do projecto que a direita tem para o país e qual o propósito da governação da AD: destruir as funções sociais sociais do Estado. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, realizou ontem uma conferência de imprensa depois da reunião do Conselho de Ministros onde deu a conhecer o caminho gizado para, supostamente, resolver os problemas nos serviços de urgência.
«Hoje aprovámos um financiamento de 65 milhões de euros para um centro de atendimento clínico no Porto. É um centro de atendimento para acolher as pulseiras verdes e azuis que pode assim descongestionar as urgências. Como? Através de um acordo e de uma parceria que existia com a Misericórdia do Porto no hospital da Prelada». Foi assim que, vendendo a imagem que se está a resolver um problema, António Leitão Amaro, admitiu que a prioridade para este Governo é sub-financiar o SNS e dirigir o investimento para o sector privado e social, colocando em causa as funções sociais do Estado.
Esta medida surge num contexto em que se avizinha mais um fim-de-semana difícil com vários serviços de urgência que estarão encerrados, estando previsto o encerramento de 10 urgências de Obstetrícia/Ginecologia e Pediatria. Além disto, mantém-se a luta dos diversos profissionais de saúde, algo que o Governo opta por ignorar.
Ante toda a ruptura no SNS e a falta de medidas, à agência Lusa, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, considerou que «em última análise, podem morrer grávidas, podem morrer bebés e isto só se deve à política catastrófica deste Ministério de Saúde da Saúde, de Ana Paula Martins».
Importa lembrar que, de forma a esconder o problema da falta de médicos, estes são colocados a fazer horas extra além das obrigatórias. Para combater tal injustiça a FNAM tem disponibilizado minutas de indisponibilidade para o trabalho suplementar além dos limites legais, apelando aos médicos que adiram a esta forma de luta por uma negociação séria e célere com o Ministério da Saúde com vista à contratação de mais profissionais.
Também os enfermeiros têm levado a cabo uma justa luta. Na passada semana realizaram uma greve nacional com uma adesão superior a 80% e para o actual mês de Agosto marcaram 12 acções de luta e outras 10 greves.
Os enfermeiros já alertaram a Ministra da Saúde que não aceitam justificações como «a disponibilidade orçamental» para não resolver os problemas apontados e exigem a valorização efectiva da grelha salarial; o cumprimento da Lei de Bases da Saúde que aponta para um «sistema equitativo de carreiras» no SNS; o pagamento dos milhares de horas em dívida, resultante de dias de folga e de feriados trabalhados; ou a admissão de enfermeiros e efetivação de todos os vínculos que estão em situação precária.
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