A data, instituída pelo Conselho Nacional Palestino e assinalada pela primeira vez em 1974, evoca a luta dos milhares de palestinianos detidos em prisões israelitas, frequentemente, de forma arbitrária, sem acusação formal ou julgamento, e sujeitados a abusos e maus-tratos. O Dia dos Presos Palestinos surge apenas oito dias antes do aniversário da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura e à repressão política em Portugal.
Neste contexto simbólico, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) recorda que há hoje mais de 10 mil palestinianos presos por Israel, incluindo crianças, mulheres e figuras destacadas da resistência, como Ahmad Sa’adat, Khalida Jarrar, Zakaria Zubeidi e Marwan Barghouti.
O movimento relembrou também casos recentes que chocaram a comunidade internacional, como a morte de Walid Daqqa, que passou 38 anos encarcerado, muitos deles doente e sem cuidados médicos adequados. O seu corpo permanece retido pelas autoridades israelitas. Outro caso destacado foi o de Ahmed Manasra, preso aos 13 anos, libertado após uma década de reclusão e longos períodos em solitária, sofrendo agora de graves sequelas psicológicas.
O MPPM denuncia aquilo que considera ser uma intensificação da campanha de repressão e brutalidade por parte de Israel, especialmente desde o início da ofensiva em Gaza há mais de 18 meses. Lembra imagens amplamente divulgadas de civis detidos, vendados e desnudados em plena rua, bem como a detenção de profissionais de saúde, como o Dr. Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, que continua encarcerado desde dezembro sem acesso a advogado.
No seu comunicado, o MPPM reafirma várias exigências ao governo português com a libertação imediata de todos os presos políticos palestinos detidos arbitrariamente; o reconhecimento oficial e incondicional do Estado da Palestina; o fim de qualquer forma de apoio (político, diplomático, económico ou militar) às políticas israelitas; e a adopção de medidas concretas para evitar a cumplicidade portuguesa com a ocupação, o apartheid e a limpeza étnica praticadas por Israel.
«Neste dia simbólico e num tempo em que o povo palestino enfrenta a mais bárbara campanha de violência e brutalidade, reafirmamos o nosso compromisso de solidariedade e de luta por justiça», conclui a direcção nacional do MPPM.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui