Por dia, às mãos do exército israelita, palestinianos são assassinados friamente. O massacre é evidente, mas mais evidente é a cumplicidade do Governo português com as atrocidades cometidas pelo Estado de Israel. Da ausência de condenação pelo genocídio, até à ausência de reconhecimento da Palestina, parecia que a cumplicidade do Governo liderado por Luís Montenegro não podia ir mais longe, mas foi.
Segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) está a ser preparada uma reunião entre o Ministério da Saúde português e o Ministério da Saúde israelita de forma a establecer uma cooperação entre os dois Estados. Em comunicado, o MPPM denuncia que a reunião entre os dois ministérios estará agendada para o início do próximo mês de Setembro.
O MPPM faz notar que a Organização Mundial de Saúde, no seu mais recente relatório sobre a situação na Palestina, referente ao período compreendido entre 7 de Outubro de 2023 a 22 de Julho de 2024, regista, como consequência da agressão militar israelita na Faixa de Gaza 39090 mortos e 90147 feridos; 492 ataques a unidades de saúde; 109 unidades de saúde, das quais 32 hospitais, afectadas e 62 ambulâncias danificadas; e 20 hospitais e 59 unidades de cuidados de saúde primários destruídos.
Na mesma nota, o Movimento diz que «os ataques a unidades e pessoal de saúde, ao cercearem a capacidade de socorro e tratamento dos doentes e feridos, são uma arma utilizada por Israel para ampliar os efeitos dos seus, já de si letais, ataques».
Para além do MPPM exigir que o Ministério da Saúde se abstenha do estabelecimento de relações institucionais com entidades de Israel, o mesmo defende que a ideia de que é junto dos responsáveis por esta catástrofe humanitária que o Ministério da Saúde português procura oportunidades de cooperação «causa horror e repulsa».
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